Projeto Futuro do Presente, Presente do Futuro #14 – Julio Kohl: Cidade Apagada

Julio Kohl

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Cidade Apagada

 

Minha pesquisa é sobre redundância e formas de apagamento da fotografia e sua transformação em pintura. Trabalho com a serialização da imagem e a sobreposição da fotografia pela corrosão do papel em contato com a tinta.

Na série Cidade Apagada, refaço o trajeto que fazia antes da quarentena. Agora sem sair do carro, fotografo as ruas quase vazias. Uso os recursos que tenho em casa e em vez de imprimir em papel fotográfico, como fazia, trabalho no digital. A imagem da cidade é sobreposta pelo registro da luz e por imagens de experiências que faço com tinta abrasiva sobre papel. A pintura digital toma forma na sobreposição entre a cidade e os efeitos de sua corrosão. Na tela surge uma nova imagem, que expando e redefino.

A série é resultado do apagamento lento que produzo pela manipulação da imagem. Seria da fotografia ou da cidade? Na intenção de dissolver fotografia e pintura, o processo se repete e encontro uma cidade apagada.

 

Julio Kohl

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JULIO KOHL é fotógrafo profissional e mora em São Paulo. É formado em Artes Visuais pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo, concluído em 1999, com bacharelado em Gravura (ECA/USP). Kohl desenvolve trabalho pessoal com eletrogravura, fotografia e pintura. Trabalha como fotógrafo still e trabalhou com fotojornalismo para mídia impressa.

O projeto Futuro do Presente, Presente do Futuro é um projeto dos Jornalistas Livres, a partir de uma ideia do artista e jornalista livre Sato do Brasil. Um espaço de ensaios fotográficos e imagéticos sobre esses tempos de pandemia, vividos sob o signo abissal de um governo inumanista onde começamos a vislumbrar um porvir desconhecido, isolado, estranho mas também louco e visionário. Nessa fresta de tempo, convidamos os criadores das imagens de nosso tempo, trazer seus ensaios, seus pensamentos de mundo, suas críticas, seus sonhos, sua visão da vida. Quem quiser participar, conversamos. Vamos nessa! Trazer um respiro nesse isolamento precário de abraços e encontros. Podem ser imagens revistas de um tempo de memória, documentação desses dias de novas relações, uma ideia do que teremos daqui pra frente. Uma fresta entre passado, futuro e presente.

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