Conecte-se conosco

Educação

O massacre que a TV não mostrou em Suzano

Publicadoo

em

Estarrecido, o país parou nessa quarta-feira, 13 de março de 2019, para entender o que houve na Escola Raul Brasil em Suzano. O massacre, que resultou em dez mortes e ao menos 11 feridos, exigiu cobertura ao vivo. As TVs escalaram seus repórteres, suas câmeras de alta resolução, seus helicópteros, seus carros com satélites de link para transmissões diretamente do local do crime. O arsenal estava todo lá. Mas acompanhar a chegada das informações pelas emissoras foi mais um espetáculo de horrores da mídia nacional.

Das cenas de pânico e horror dos alunos e funcionários aos corpos dos mortos no chão, vimos tudo em detalhes. Menos o essencial: o massacre do ensino público e o desamparo das escolas, professores, alunos e de toda uma população vulnerável à falta de políticas públicas capazes de promover o diálogo entre educação, assistência social e saúde ANTES de uma tragédia acontecer. Uma tragédia anunciada, por sinal, pelas mãos de um governante que banaliza a morte ao brincar de empunhar armas de fogo enquanto reduz ainda mais as verbas para a pasta de educação.

O fato é que nenhuma emissora se preocupou com isso tudo quando passou horas a fio reproduzindo os gritos, o medo e o pânico de uma escola inteira diante um revólver de verdade. O apresentador Datena, por exemplo, não poupou ninguém em horário livre para crianças: colocou ao vivo e em câmera lenta as cenas brutais de violência que registraram o massacre pelo circuito interno da escola. Diretamente de Suzano, um repórter de seu programa ainda foi capaz de encurralar a mãe dependente química de um dos assassinos. A TV Globo, por sua vez, não hesitou em mostrar o endereço da casa dos familiares dos atiradores no Jornal Nacional. Se a mãe, pai, avô ou os quatro irmãos de um deles virarem eternos reféns de um crime que não cometeram, o problema não é da emissora.

O choro convulsivo de crianças e os endereços dos sites de fanáticos por violência também foram oferecidos ao público por diferentes programas de TV. Não houve limites para a irresponsabilidade, a covardia e sanha por audiência minuto a minuto.

Passamos o dia ouvindo dezenas de entrevistas de porta-vozes de forças policiais, cenas oficiais de João Doria que omitiram a grande vaia que ele recebeu no local, e nenhuma entrevista com educadores e professores analisando o caso a partir do fato de que aqueles atiradores poderiam, sim, ser um dos seus alunos.

Pelo contrário, ao mencionar que os assassinos foram alunos da escola, os jornalistas imediatamente reiteravam que Luiz Henrique Castro, de 25 anos, já havia concluído o curso, e o outro, Guilherme Taucci, de 17 anos, era “evadido”, ou seja, termo usado para designar o aluno convidado a se retirar ou que simplesmente saiu do colégio e nunca mais voltou. Nada se questionou sobre esse sistema de abandono escolar que, sabe-se, é assunto delicado.

Atualmente existem cerca de 10 milhões de crianças e adolescentes excluídos do sistema de ensino ou em situação de atraso escolar, de acordo com Censo Escolar e a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD). O assunto é a prioridade dos programas da agência brasileira da Unicef, o Fundo Internacional de Emergência para a Infância das Nações Unidas. O órgão de defesa de direitos da infância sabe que, infelizmente, existe uma cultura disseminada nas escolas públicas brasileiras de rotular as crianças e adolescentes com atraso, problemas familiares e afins, como incapazes de aprender e superar suas condições.

Mas a TV não polemizou nem ao vivo ou em estúdio essa questão. Apenas ignorou o tema que deve ser compreendido como parte de uma complexa desconexão entre a rede educacional, de assistência social, de saúde e de apoio por profissionais especializados em gerenciamento de conflitos.

A televisão preferiu dar voz sem críticas ou embate de opiniões às declarações de um parlamentar que afirmou que professores armados teriam evitado o massacre. Os jornais também passaram batido por um dos principais temas a serem abordados no momento: a política de ampliação de posse e porte de armas que embasou a campanha do atual presidente e sua influência no comportamento da população, particularmente, entre os jovens.

Ao final da cobertura do dia, muito se mostrou do crime e do horror. Acontece que a violência nas escolas não é apenas uma questão do noticiário policial. É assunto para as editorias de educação, saúde e política.

A escola, vamos lembrar, é aquele espaço onde crianças e adolescentes passam boa parte do tempo para estudar. Esses alunos carregam na mochila seu histórico familiar, eventos traumáticos, estresse crônico, abusos e todo tipo de experiências fora dos muros. A escola também representa a última fronteira entre esses jovens e uma série de tragédias a que estão vulneráveis: do tráfico de drogas à marginalização, subemprego ou desemprego. E nelas estão professores mal remunerados, desmotivados, assustados e adoecidos. É nelas que mães e pais confiam seus filhos enquanto saem para trabalhar – ou vão à procura de emprego.

Todos esses assuntos subestimados nos noticiários viraram destaque na conversa de um grupo de professores que estava na porta da Escola Raul Brasil no dia do massacre. Educadores de escolas da região de Suzano e representantes da Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo), estavam ali para oferecer apoio aos educadores e alunos da Raul Brasil, e também se dispuseram a conversar com a imprensa na terça-feira. Estavam ali prontos para as entrevistas mas pouco foram abordados.

Em entrevista aos Jornalistas Livres, porém, esclareceram didaticamente: o massacre de Suzano foi fruto desse entroncado e complexo sistema de sucateamento de diferentes políticas públicas cujas mazelas escoam, diariamente, nas mais de cinco mil escolas públicas do país.

A professora Angela Talassa, que dá aulas na Escola Estadual Professor Carlos Molteni, a apenas dois quilômetros da Raul Brasil, chama atenção para a precariedade de o sistema de ensino lidar com os conflitos dos jovens sob intensa exposição à violência. “Agora, neste momento, estamos com esse grande movimento de psicólogos, médicos, enfermeiros, assistentes sociais, funcionários da área de saúde da prefeitura prestando socorro aos familiares e à escola. Mas é preciso dizer que precisamos dessa atenção multidisciplinar ANTES de uma tragédia acontecer. Amanhã, quando os corpos esfriarem e os jornalistas desaparecerem, estaremos sozinhos como sempre?”

Angela conta que identifica na sala de aula, facilmente, os alunos que estão sofrendo de depressão, diversos tipos de síndromes emocionais e transtornos. “Eu mesma já tirei carta de suicídio de bolsa de aluna”. Mas ela não tem a quem recorrer. “Pedimos encaminhamentos que acabam nunca acontecendo. Os estudantes são orientados a ir à Universidade de Mogi das Cruzes para atendimento psicológico e a maioria não tem condições de sequer chegar até lá”, desabafa.

“Os adolescentes, então, ficam sem tratamento remoendo todos os seus problemas: os que são próprios da idade e os que são fruto dessa tragédia social que o país vive. Isso não pode ser ignorado.”

Ao lado dela, o educador Richard Araújo, da Apeoesp, concorda: “Há muitos anos temos observado esse fenômeno crescente de violência nas escolas e o governo não toma providências. Quem acredita que militarizar as escolas ou armar a população vai resolver o problema da violência não compreende a complexidade da crise social que existe no nosso pais e como essa crise adentra os muros da escola!”

A solução, diz o educador, existe, sim, e passa por investimentos: “Desde investimento em infraestrutura em escolas que não têm nem biblioteca ou laboratório, como em profissionais, psicólogos, assistentes sociais e em toda a rede de acolhimento.” Vale não só para os alunos, lembra Angela: “Vejo professores vivendo sob doses de calmantes. Eles não conseguem dar continuidade ao seu trabalho nas péssimas condições de trabalho e situação de pressão social que vivem. Atacar isso é cuidar da educação para evitar essas tragédias.”

Outro educador, Sérgio Pereira, acrescenta que as escolas precisam de profissionais que vão além da grade clássica de professores, coordenador pedagógico e diretor: “Precisamos de mediadores de conflito especializados e políticas de assistência social interligadas na escola. São mecanismos que garantem uma rede de proteção às crianças também fora dos muros.” Para isso, mais uma vez, é necessário investimento – em vez de cortes e congelamento de verbas em educação por 20 anos, como foi instituído pelo ex-presidente Michel Temer e mantido pelo atual Bolsonaro.

A banalização do discurso da violência usada durante a campanha do presidente foi questionada na roda de educadores: “Estamos no auge de uma violência construída nos últimos anos por meio de uma rede discursiva gigante que mostra arminhas com a mão como se isso fosse uma brincadeira. Não é brincadeira”, acentua Pereira. “A violência da sociedade está no cotidiano da escola publica. Vai desde o problema do time A conta o time B e passa por questões de gênero, étnicos-raciais, por tudo! Se um lado da sociedade banaliza uma arma apontada, o ápice disso são esses corpos caídos no chão, mortos, aqui!”, completa.

Diante disso, a professora Angela conclui: “Todas as escolas estão vulneráveis, estamos todos abandonados. E para onde os governantes e a imprensa sinalizam? Para a privatização do ensino! Mas isso não é saída, é exclusão.” A professora, então, deixa sua pauta: “Amanhã, os repórteres vão embora e o que será feito? Seremos ouvidos como professores ou criminalizados e culpados pelas péssimas condições de ensino que enfrentamos?”.

 

Continue Lendo
37 Comments

37 Comments

  1. Laudicéia Tha Lascada

    15/03/19 at 15:08

    Excelente artigo, dando voz a quem está no chão da sala de aula e conhece sua realidade. Momento mais triste da história da cidade. A imprensa poderia fazer muito mais por situações como essa.

  2. Pingback: O massacre que a TV não mostrou em Suzano – IMPRENSA LIVRE

  3. Mirian

    15/03/19 at 21:38

    Plenamente de acordo, mas os apresentadores de TV são pegos de surpresa com as notícias e estão sem postura, estão na impostura do discurso vazio…

  4. Inez Helena Tuler Braga

    15/03/19 at 21:52

    Para compensar a pouca atencao a Comunidade Escolar, representada pelos profissionais da educação, funcionarios e pais, enfatizando o lado perverso da tragédia, desejo sugerir uma reportagem nos próximos dias , dando visibilidade às maravilhas que devem ocorrer nessa escola.
    Aliás, coisas lindas sao feitas dentro das escolas! Pouco ou nada se fala na imprensa!
    Aproveitem, por favor, ao revisitar a escola, e observem em que condições precarias esses trabalhos sao desenvolvidos, não so ali como na maioria das escolas públicas.

  5. Ana Souza

    16/03/19 at 6:30

    Artigo para aproveitar e falar do presidente, como se o sistema educacional não fosse herança do partido que saiu. A cultura de cada pessoa se constrói em casa , não sejamos hipocritas .

  6. Mônica Silva

    16/03/19 at 6:58

    Criança não vota!!!Assim os trabalhos de psicologia que eram desenvolvidos em postos de saúde e escolas por equipes multidisciplinares foram extintos,inclusive o meu ,admirado pela população de Paty do Alferes e levado para fora do município através de sua apresentação sistemática em eventos científicos devido aos seus maravilhosos resultados .Crianças e adolescentes abandonados em situações de risco em famílias adoecidas ou em abrigos presídios!!!!

  7. Karina Caritá

    16/03/19 at 7:33

    Parabéns por darem voz aos professores que nunca são ouvidos. Sugiro pesquisarem e incluírem informações sobre Projeto de Lei Da Câmara (PLC) 060/2007, que dispõe sobre a inserção de assistentes sociais e psicólogos nas escolas públicas de educação básica.
    Sobre esse PL tbm não ouvi ninguém abordar.

  8. Tânia Bicalho

    16/03/19 at 7:44

    Excelente reflexão. Senti falta desse aprofundamento.Parecia transmissão de um jogo.

  9. Carlos Alberto Haj

    16/03/19 at 8:35

    Parabéns pela séria reportagem. Enfim um jornalismo responsável!!!

  10. REJANE CIRQUEIRA VALERIO

    16/03/19 at 9:03

    Artigo excelente. Só quem vive o chao da escola entende a angustia que os educadores passam sem suporte. Um psicólogo por escola ajudariam a reduzir muitos danos, evitar tragédias como essa. Os jovens estao adoecidos. Em todas as salas de aula do país há alunos deprimidos, agressivos, que se automutilam, suicidas…triste realidade desta Pátria Deseducadora.

  11. José Carlos

    16/03/19 at 9:21

    Escolas devem derrubar seus muros e se abriram à comunidade.

    • José Carlos

      16/03/19 at 9:22

      Escolas devem derrubar seus muros e se abrirem à comunidade.

  12. Aline Almeida Garcia

    16/03/19 at 9:27

    Parabéns por não terem se corrompido, por essa mídia atual que é cruel, que joga um morte de merda para um massa de milhões de pessoas, que não vão sabem como lidar, vivemos um momento delicado na nossa sociedade, me sinto completamente de mãos atadas…continuem a divulgar a verdade…

  13. Neusa

    16/03/19 at 9:28

    João Doria , uma vergonha esse governador. Pra tampar a boca dos familiares, vai dar dinheiro pra quem não entrar com ação contra o estado !?? Pra isso tem dinheiro ! Tirou verba da pasta de educacao, ao invés de investir em educacao e segurança ! Estamos na contra mão do processo . Uma vergonha seu governador , a sua atitude e paliativa e nada ajuda a sociedade .

  14. Priscila Torres

    16/03/19 at 10:28

    Acompanhei as notícias dessa tragédia quando estava a caminho de Brasilia, porém foi via Whatsapp que recebemos no grupo da família, informações com fatos pontuais, cada vez que eu atualiza os buscadores de notícias, ficava ainda mais chocada com a falta de preparo e sensibilidade da imprensa brasileira em abordar tragédias como o massacre de Suzano.

    Vivemos em Itaquaquecetuba, cidade vizinha, durante toda vida estudei em escola pública, minha mãe era a merendeira e minha vó a tia mais brava que a época observava os alunos na hora do recreio, isso entre a década de 80/90, uma época em que cantávamos o hino nacional, olhávamos para os professores como uma grande autoridade, ser levado a diretoria era uma cena de total pavor, assinar uma advertência era como assinar nossa sentença de surra ao chegar em casa.

    Parte da educação do meu filho aconteceu na rede pública e a cada reunião de professores, presenciava um show de irresponsabilidade social, pais ausentes, quando presentes, diante de orientações dos professores em vez de buscarem uma solução, argumentavam duramente, tentando justificar erros na abordagem do profissional, mas era evidente que a base de 80% dos problemas na sala de aula, estava ligada ao déficit na educação familiar.

    O massacre de Suzano será pauta na mídia por mais alguns dias, até que tenhamos uma nova tragédia, mas a situação de vulnerabilidade do sistema público de ensino será mantida e agora, certamente agravada, pois diante do cenário atual em que vivemos na saúde pública nessa região, dificilmente os professores e alunos, terão suporte psicológico a longo prazo.

    Hoje vejo, as faculdades da região, oferecendo clínica de psicologia, hospitais privados que passaram por grandes crises financeiras e de imagem (devido a sérios problemas de qualidade de assistência), usando Instagram para anunciar que em um ato de compaixão, atenderam vitimas de graça por meio de relatos marketeiros (que confesso me fizeram sentir nojo).

    Ah e os professores e profissionais que estavam ali na escola?, é muito provável que parte deles, enfrentaram sérias dificuldades em voltar a trabalhar, e o que vai fazer o #DPME (Departamento de Perícias Médicas do Estado de SP)? Não irá conceder licenças médicas, porque a dor emocional não é mensurada em exames de sangue ou imagem, logo, esses professores receberam “aptos a voltar a salas de aulas”, pois o DPME vai declarar que não foi constatado incapacidade para o trabalho.

    E a imprensa? Não vai lembrar de abordar isso!

    Esse foi o relato jornalístico mais sensível que eu li sobre #Suzano

    “Das cenas de pânico e horror dos alunos e funcionários aos corpos dos mortos no chão, vimos tudo em detalhes. Menos o essencial: o massacre do ensino público e o desamparo das escolas, professores, alunos e de toda uma população vulnerável à falta de políticas públicas capazes de promover o diálogo entre educação, assistência social e saúde ANTES de uma tragédia acontecer.” #jornalistaslivres

  15. Nilcea Trigo

    16/03/19 at 10:34

    Serio que a culpa de td isso é do presidente que assumiu há 3 meses?!?! Dpa dessa parei de ler o artigo. Desculpe. Nao dá.

  16. Rosana Salvaia

    16/03/19 at 10:35

    Realmente muito boa matéria,precisamos de soluções e não ficar revendo a tragédia que nos deixa cada vez mais entristecidos e nos faz sentir impotentes! A violência esta em todos os lugares infelizmente o fato fui um agravante e precisamos juntos encontrar soluções e tentar ao menos resolver os conflitos que todos nos enfrentamos nas escolas e na sociedade!

  17. Melissa Marques

    16/03/19 at 11:03

    Incrível matéria! Nunca havia ouvido falar do Jornalistas Livres. Amei!

  18. Avelina Martinez Gallego

    16/03/19 at 11:34

    Parabéns pela reportagem. Vcs. abordaram questões que ninguém quer ver. Trabalhei com educadores das redes estaduais e municipais de SP. há mais de 10 anos e já discutíamos várias questões como essas. “Em sociedade todos educam , a escola, a família, a igreja e a imprensa” era uma frase provocadora para discutirmos os desafios da violência na escola. Vcs. estão fazendo um excelente trabalho, pena que a maioria esteja deseducando.

  19. Jackson cruz dos santos

    16/03/19 at 12:29

    Excelente.

  20. Marli

    16/03/19 at 12:32

    Explica mas, não justifica .

  21. Sonia Maria Franca

    16/03/19 at 12:44

    Infelizmente isso vem acontecendo há muitos anos e os professores atualmente serve de suporte emocional aos alunos problemáticos.Acho que agora não é hora de culpar esse ou aquele governo ,vaiar neste momento de tristeza serve pra que?Temos que se unir e tentar achar alguma solução pra que não se repita…ver onde está o problema..Como nós ,políticos de todos os partidos enfim em conjunto com a sociedade o que pode ser feito..lutar pelos direitos que temos não esquecendo de cada qual fazer a sua parte..Fico muito triste com tudo isso…

  22. Vera Passos

    16/03/19 at 13:29

    Esta situação não chegou a este ponto da noite para o dia. São décadas de abandono da Educação no Brasil!
    Muito fácil apontar dedos e levantar bandeiras agora. A culpa é da sociedade como um todo, ao permitir que se chegasse a esse ponto.
    Somos todos culpados, por não colaborar, não cobrar, não exigir mudanças e ficar só nesse mimimi improdutivo de caçar responsáveis!

  23. GEILVANNETTE ALVES BARRETO

    16/03/19 at 13:35

    Muito bom o artigo. Mas quero lembrar que a tragédia aconteceu na quarta-feira, não na terça. É importante corrigir.

    • Flávia Martinelli / Jornalistas Livres

      16/03/19 at 18:16

      Eita, boa, vou mexer

  24. Áurea Lúcia Leite de Albuquerque

    16/03/19 at 15:16

    Um comentário bem pertinente dos nossos colegas professores que acabei de ouvir.A educação no país precisa de uma mudança radical, para que não aconteça mais uma tragédia como essa.

  25. José Roberto Torero

    16/03/19 at 15:52

    Boa reportagem!

  26. Valéria Val

    16/03/19 at 17:26

    Jornalista livres honrando a classe jornalística! Parabéns a essa jornalista sensível, afinal a sensibilidade é a única forma original de inteligência ❤️

  27. gisele cristina Carvalho De Oliveira

    16/03/19 at 19:08

    Felizmente hoje tem pessoas mais conscientes que fizeram essa reportagem… Apelos que não são de hj, se repetem e vão continuar se repetindo.
    Nas coberturas televisivas estavam expondo apenas aquilo que a massa da população gosta, a desgraca, a morte, a confusao, colocaram apenas que fulano matou mais de 8 e que já não estudavam na escola, mas em momento nenhum vi alguém expor o motivo daquilo. Não uma confusão nova por bullying, mas sim o que o menino passava pra poder ter desencadeado essa situação… Todos nós já sofremos bullying e a maioria de nos não matou quem fez bullying conosco….
    Deixo aqui o meu parabéns a equipe que realmente expões os verdadeiros e mais importantes pontos de vista de quem realmente sabe o que diz por está vivendo todo dia.

  28. Lucimara Aparecida de Paula

    16/03/19 at 20:31

    Todas as reportagens que vejo fala-se se muito que a Escola se faz com professores , coordenadores e diretores, mas tristemente esquecem dos profissionais q realmente fazermos uma escola funcionar , uma delas inclusive vítima fatal desse episódio de horror, nem o nome do cargo dela é falado de maneira correta , ela é AGENTE DE ORGANIZAÇÃO ESCOLAR, ela e invisível pra TV, Invisível para o jornal, invisiinv para blog ou qualquer outro meio de comunicação. Se essas pessoas pararam queria ver escola funcionar , o MinimM que Eliana Regina merecia e ser reconhecida , já que trabalhava bpor um mísero salário e por alunos acredito eu , deu sua vida .

  29. Vanda

    17/03/19 at 9:08

    Parabéns pela reportagem. É desse tipi de aprofundamento nas discussões q precisamos p achar uma luz, uma saída

  30. Carlos Roberto Andrade da Silva

    17/03/19 at 9:14

    O infelizes e abandonados meninos que promoveram a ação de ódio ao sistema falido do governo de Michel Temer e Jair Messias Bolsonaro, escolheram o dia 13 como uma data alusiva e significativa. “DIA 13” É O NUMERO DA SIGLA DO PARTIDO DOS TRABALHADORES – PT
    A DATA FOI ESCOLHIDA PELOS GAROTOS, PARA LEMBRAR AS PALAVRAS DE ORDEM PROFERIDAS, NA OCASIÃO PELO CANDIDATOS JAIR MESSIAS BOLSONARO E SEUS FILHOS NAS MÍDIA NO WATSAAP COM AJUDA DE OUTROS SEGUIDORES QUE VIRALIZARAM O ÓDIO AO PT.

  31. Daniela

    17/03/19 at 13:33

    Concordo com vc Lucimara, sempre falam que os professores não ganham o suficiente, é que eles não sabem o valor do nosso salário e passamos pelas mesmas situações em que eles passam. É sério gente, pesquisem o valor do salário de um agente de organização escolar e reflitam, tenho dó da agente que morreu ganhando um salário mínimo e ainda deixou um filho para atrás. As pessoas esquecem que sem nós a escola realmente não funciona pq ninguém da gestão levanta a bunda da cadeira se quer para abrir um portão de entrada dos alunos, ninguém fala também que quando a coisa aperta em sala de aula somos nós os agentes que são chamados pra resolver a situação. Realmente somos invisiveis pq em todas as reportagens q vi estava escrito uma funcionária ou inspetora de aluno e nunca o no e correto da profissão ou em outros nem o nome dela. Vários profissionais do cargo indo a psiquiatras e tomando remedios pq sofremos esse tipo de violência todos os dias e não temos respaldo e nem reconhecimento de ninguém. Lamentável.

  32. SANDRA LOPES NOGUEIRA

    17/03/19 at 14:09

    Uma coisa é certa, a nossa sociedade está doente e CONTRA ESSA doença ( DENTRO DO MEIO ESCOLAR) falta investimento público de qualidade , por exemplo, contratando profissionais preocupados em solucionar os diversos conflitos. Lamentavelmente chegamos aqui e espero que os governantes repensem e façam as mudanças necessárias.

  33. Marília Oliveira

    18/03/19 at 5:04

    Parbéns, Jornalistas Livres. Vocês são um alento em meio à imprensa vil e sórdida.

  34. Ney Moraes Filho

    18/03/19 at 19:27

    No capítulo dos crimes cometidos naquele dia, há a agressão ao Estatuto da Criança e do Adolescente, que proíbe a divulgação de informações que permitam, mesmo que indiretamente, a identificação de crianças ou adolescente a quem se atribui a autoria de ato infracional. Ao identificar o autor, os meios de comunicação cometeram um crime. Pelo qual duvido que sejam responsabilizados.

  35. Patrícia

    19/03/19 at 10:02

    Para aqueles que apenas de afetaram pelo possível “ataque” ao atual presidente sugiro ler mais 2x o artigo.

Leave a Reply

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Educação

Há dois meses, uma escola e seus sonhos foram ao chão

Documentário conta a história da Escola Popular Eduardo Galeano

Publicadoo

em

Por Lucas Bois e Raquel Baster*

A escola popular Eduardo Galeano foi o primeiro local a ser destruído durante despejo violento que começou no dia 12 de agosto deste ano, pela Polícia Militar, e que se seguiu por três dias, no acampamento quilombo Campo Grande, município de Campo do Meio, em Minas Gerais. Após dois meses do despejo, é lançado o curta documentário “Sonhos no chão, sementes da educação” com depoimentos de educandos, educadores e representantes do setor de educação do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) sobre a situação atual do acampamento.

“Ser analfabeto é a gente ficar no escuro e uma pessoa no escuro, ela não é ninguém”. Essa frase dita no documentário por Adão Assis Reis, explica a importância do acesso à educação contextualizada para alcançar a luz do conhecimento. Aos 59 anos, ele se mostra pronto para voltar à sala de aula assim que a escola for reconstruída. Muitos outros trabalhadores e trabalhadoras rurais poderiam ter a chance de seu Adão, mas os dados vem demonstrando o contrário. Um levantamento de dados do Censo Escolar de 2019, do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), sobre o número de estabelecimentos de ensino na Educação Básica apontou que, entre 1997 e 2018, foram fechadas quase 80 mil escolas no campo brasileiro. A Escola Popular Eduardo Galeano entra para a estatística não só como mais uma, mas como exemplo de uma política de fechamento de escolas do campo que acontece há anos no país. 

Desenho de uma criança do acampamento Quilombo Campo Grande, ao relembrar o dia do despejo e derrubada da Escola Eduardo Galeano. Frame do documentário “Sonhos no chão, sementes da educação” (2020).

O MST chegou a lançar uma campanha de denúncia em 2011, intitulada “Fechar escola é crime”. E em 2014 foi aprovada a lei (12.960/2013) que obrigou a realização de consulta às comunidades antes do fechamento de escolas do campo, indígenas e quilombolas. Mas parece que não surtiu muito efeito. A própria escola Eduardo Galeano foi fechada pelo governo de Minas Gerais no início de 2019, logo após outra tentativa de desejo no assentamento quilombo Campo Grande em 2018 e reaberta pela resistência do Movimento. “Quando começou o governo de Romeu Zema (Novo) nós recebemos a triste notícia que a Escola seria fechada. E a justificativa era poucos educandos. Eram duas salas aonde chegamos a ter 75 pessoas matriculadas. E, na maioria das vezes, nós mesmos que mantivemos a escola funcionando com nossos recursos porque mesmo sendo uma escola reconhecida, não era garantida pelo Estado”, explica Michelle Capuchinho do setor de Formação do MST.  

Ciranda das crianças do acampamento Quilombo Campo Grande, Campo do Meio (MG).
Frame do documentário “Sonhos no chão, sementes da educação” (2020).

O curta documentário descreve como o despejo e a destruição da Escola impacta diretamente inúmeras famílias, sobretudo crianças e adolescentes. Isso somado a um período onde o isolamento social e medidas de proteção à saúde deveriam ser prerrogativas à gestão estadual no enfrentamento à Covid-19. O MST alega que o despejo foi feito de forma ilegal, já que o processo judicial abrangia 26 hectares inicialmente e depois, sem justificativa e transparência das informações, foi ampliada para 53 hectares no último despacho da Vara Agrária que culminou no despejo de 14 famílias. Cerca de 450 famílias permanecem na área da usina falida Ariadnópolis, da Companhia Agropecuária Irmãos Azevedo (Capia), que encerrou as atividades em 1996.

O filme completo está disponível no YouTube: https://youtu.be/iT1kP7jTO0E

Ficha técnica
Curta-documentário: “Sonhos no chão, sementes da educação”
Imagens e edição: Lucas Bois
Roteiro: Raquel Baster e Lucas Bois
Duração: 22 minutos
Ano: 2020

Continue Lendo

Educação

Volta às aulas é proibida pela Justiça em Colégio Militar de Belo Horizonte

Funcionários e inúmeros pais de alunos são contrários à retomada das aulas na instituição do Exército

Publicadoo

em

Aloísio Morais

A Justiça Federal deu um chega-pra-lá nos militares do Colégio Militar de Belo Horizonte e proibiu o retorno às aulas presenciais a partir da próxima segunda-feira, 21, a exemplo do que outras instituições do Exército pretendem fazer no país. A instituição tem cerca de 750 alunos, 42% do sexo feminino. Dezenas de pais de alunos são contrários à volta às aulas, mesmo com uma série de protocolos a serem adotados. Durante a ditadura, as instalações da escola abrigaram presos políticos, que foram vítimas de tortura no local.

A retomada das atividades escolares na unidade do Exército provocou discussões tanto na Prefeitura de Belo Horizonte quanto no Ministério Público Federal e, como medida de segurança, o Sindicato dos Trabalhadores Ativos, Aposentados e Pensionistas do Serviço Público Federal (Sindsep-MG) entrou na Justiça com um pedido em tutela de urgência para continuidade do regime remoto de aulas, o que foi acatado com a fixação de uma multa de R$ 5 mil por dia, caso ocorra descumprimento da determinação.

Colégio do bairro Pampulha foi usado para abrigar presos políticos durante a ditadura

Sem prejuízo

Na quarta-feira, 16, a direção do Colégio Militar encaminhou às famílias um comunicado informando sobre o retorno obrigatório às aulas na unidade, exceto para os alunos que comprovassem pertencer a grupos de risco para o novo coronavírus. Porém, para o sindicato, o retorno não é necessário, uma vez que os alunos não estariam sendo prejudicados pelo sistema de aulas on-line. Pela avaliação dos professores, os estudantes estão respondendo bem às aulas.

“Nós estamos conversando com os professores há mais de um mês, logo que eles perceberam que seriam convocados para um planejamento presencial das atividades e que incluía desde então o retorno às aulas na própria escola. Nós entendemos que não é necessário um retorno presencial quando tudo pode ser feito remotamente. Sabemos que a cidade está em processo de reabertura, mas achamos que não há necessidade de colocar mais pessoas nos ônibus e nas ruas se os alunos estão respondendo bem às aulas remotas. As aulas estão tendo qualidade”, ressaltou a diretora do Sindicato, Jussara Griffo, ao jornal O Tempo.

Segundo Jussara, o Colégio Militar tinha determinado que retornariam apenas aqueles funcionários que não compõem grupos de risco para a pandemia do novo coronavírus, mantendo em regime remoto, portanto, aqueles com idades superiores a 60 anos e portadores de comorbidades. “Se algumas pessoas permaneceriam em casa, entendemos que o trabalho pode ser mantido remotamente, então não há necessidade de retornar também os outros. Para quê colocar alunos em risco, famílias e professores? Se os alunos estão respondendo bem às aulas remotas, podemos mantê-las”, declarou.

O comunicado feito pelo colégio indicava que haveria um revezamento entre turmas e a adoção de medidas sanitárias relacionadas à Covid-19 para garantir a segurança de estudantes, funcionários e familiares. O retorno contradiz as políticas municipal e estadual que ainda mantêm as aulas suspensas nas redes pública e particular de Minas Gerais. Autoridades da Prefeitura de Belo Horizonte declararam nessa sexta-feira, 18, que poderia procurar a Justiça para pedir a proibição da retomada do ano na unidade militar. Em uma mesma direção, o Ministério Público Federal determinou que o diretor do colégio, o coronel Marco José dos Santos, explicasse à Justiça com um prazo máximo de 24 horas quais estudos técnicos e protocolos de segurança justificariam o retorno às aulas presenciais.

Barbacena


Desde o dia 26 de maio mais de 200 alunos da Escola Preparatória de Cadetes do Ar (Epcar) em Barbacena, no Campo das Vertentes, em Minas, testaram positivo para Covid-19. No dia 22 de junho, o Ministério Público Federal emitiu recomendação ao diretor de Ensino da Aeronáutica, major-brigadeiro do Ar Marcos Vinícius Rezende Murad, e ao comandante da Escola Preparatória de Cadetes do Ar, brigadeiro do Ar Paulo Ricardo da Silva Mendes, para suspender imediatamente todas as aulas e demais atividades acadêmicas presenciais.
A Epcar é uma escola de ensino militar sediada em Barbacena que admite alunos de idade entre 14 e 18 anos por meio de concurso público. No local, estudantes de várias cidades de todo o Brasil vivem em regime de internato e, por isso, dormem em alojamentos e têm aulas em horário integral.

Continue Lendo

Cotas

Única vereadora preta de Natal celebra cota do fundo eleitoral para candidaturas negras

Divaneide Basílio (PT) acredita que a decisão do Tribunal Superior de Eleitoral, que determina distribuição proporcional do fundo eleitoral e partidário para candidaturas negras vai incentivar a participação de mais negros e negras na política

Publicadoo

em

Da agência Saiba Mais

O Tribunal Superior Eleitoral determinou que a partir de 2022 os fundos partidário e eleitoral terão que ser usados de forma proporcional para as candidaturas negras. A decisão é estendida também para o uso do tempo no rádio e na TV das campanhas.

O posicionamento do TSE é fruto de uma consulta feita pela deputada federal Benedita da Silva (PT-RJ), que solicitou a destinação de 50% da verba para candidaturas negras, uma vez que conforme dados do IBGE o Brasil tem 55% da população nesse recorte.

A medida foi anunciada pelo presidente do TSE, ministro Luís Roberto Barroso, e tem a intenção de reduzir o desequilíbrio na participação eleitoral e no financiamento de campanhas das candidaturas de negras e negros. Essa deliberação se soma à determinação de 2018, que obriga o repasse de percentual fixo de 30% do fundo eleitoral para candidaturas de mulheres.

A subrepresentação das mulheres nos espaços de poder do Brasil, e em especial das mulheres pretas, é uma realidade. As mulheres são 51% da população brasileira, mas governam apenas 12% das prefeituras. Já as mulheres pretas administram apenas 3% dos municípios mesmo representando um contingente de 27% da sociedade.

E mesmo as cidades governadas por mulheres são proporcionalmente menores do que aquelas que contam com homens na chefia do Executivo. Apenas 7% da população no país moram em municípios administrados por mulheres, brancas ou pretas. Do total de prefeituras governadas por mulheres, 91% são de municípios com até 50 mil habitantes

Os dados estão disponíveis para consulta pública e foram divulgados pelo Instituto Alzira, organização que desenvolve ferramentas para contribuir com o aumento na participação das mulheres na política.

O parlamento de Natal é um exemplo desse desequilíbrio e subrepresentação. Das 28 cadeiras, apenas uma é ocupada por uma mulher preta. Não bastasse ser a única, a cientista social Divaneide Basílio (PT) também é a primeira vereadora negra da história da Câmara Municipal de Natal.

Para ela, a decisão do TSE deve garantir maior representatividade nos parlamentos:

– Acompanhamos com lupa esse debate, esse tema é algo para nós muito significativo porque vai garantir a ampliação da representatividade. Uma parlamentar como a Benedita da Silva (PT-RJ) provocando esse debate só reforça que a representatividade importa e que nós podemos disputar em condições de igualdade. Porque essa é uma pauta de todo o país. Eu sou a única negra em Natal, mas na maioria dos estados também é assim”, destaca.

Divaneide comemora e compara a decisão do TSE válida para 2022 com a obrigatoriedade do repasse de 30% para as candidaturas femininas.

– O processo, apesar de lento, já representa para as mulheres um avanço. Uma mudança de postura, com isso mais mulheres estão percebendo que poderiam se candidatar, tem melhores condições pra isso. Não é fácil conciliar a vida doméstica com o trabalho. E é uma mudança que nós, no PT, já iniciamos com o projeto Elas por Elas, garantindo formação. Lançamos esse projeto dm 2018 e hoje já é uma realidade e tem ajudado a nos fortalecer. No Rio Grande do Norte o Elas por Elas ajudou na capacitação das mulheres, contribuiu com o planejamento da campanha e aumento o nível de debate”, disse.

Além da questão financeira, a parlamentar que tentará a reeleição em 2020 acredita que a decisão do TSE estimula o envolvimento da população negra do debate político. O próprio Instituto Alzira reconheceu o avanço já notado em 2018 embora a subrepresentação seja latente.

Divaneide não acredita que haverá uma disputa por mais espaço entre candidatos negros e candidatas negras. A pauta antirracista, segundo ela, vai unir o candidatos.

– Vai ser bom pra todo povo negro. A pauta antirracista é de todo mundo, negro e negra. Nós mulheres negras estamos fazendo um debate para aprimorar o gênero de classe e raça. Vamos fazer um Elas por Elas com recorte de mulheres negras. Essas interfaces não são para colocar um grupo em superioridade, mas para mostrar que aquele grupo representa mais de uma identidade”,

Continue Lendo

Trending