Correndo sem parar, atrás do dinheiro para pagar as contas e as dívidas da vida, nunca sobrou tempo para cuidar de si, do outro, da família, da terra, dos desejos e propósitos.
Presos ao Capital, somos obrigados a acordar às 4:30AM, para sair de casa antes do trânsito, para chegar ao trabalho às 7:00AM e fazer render a diária, em jornadas exaustivas de até 14 horas. A maioria se aglomera em ônibus e metrôs lotados, respirando nos cangotes o mesmo ar viciado, esfregando-se uns aos outros, compartilhando assim todas as síndromes da humanidade, inclusive as psicológicas.
Muitos de nós deseja o êxodo urbano há muito tempo. Pessoalmente, estou tentando me desconectar da cidade de São Paulo há 13 anos. Alguns conseguem escapar da insalubridade das urbes, outros desejam muito, mas não têm possibilidades, e alguns outros sequer refletem sobre outras vidas e estão fadados ao cárcere urbano capitalista escravocrata, disfarçado de liberdade e meritocracia. A opressão é tamanha, que não se permite sonhar. Melhor chegar logo em casa para assistir a novela e descansar, minimamente, o corpo, para suportar os dias que virão a seguir.
Nunca havia ficado tão clara a guerra entre o Bem e o Mal. A polarização, que tanto se fala muitas vezes sem embasamento, é inerente ao ser humano. Sempre existiu a guerra, a disputa pelo poder, qualquer que seja ele: a terra, a água, o território, a comunicação, a dominação pela sobrevivência, e atualmente, o dinheiro. Sempre existiu o egoísmo e a solidariedade, o comum e a propriedade, o conhecimento e a ignorância, o imposto e o desejado, o respeito e a sobreposição, o sonho e a realidade.
A harmonia é a maior utopia.
A humanidade um dia fez parte da natureza, sendo predadora mas também presa, utilizando-se dos recursos naturais com a força apenas das próprias mãos, respeitando o tempo e o ciclo natural dos movimentos da Terra e nela vivendo harmonicamente. Infelizmente tornou-se o topo da cadeia alimentar, não havendo aos humanos, um predador que poderia manter o equilíbrio.
O instinto foi suprimido pelo pensamento “lógico” que, por sua vez, criou o poder e a ganância, transformando a humanidade em uma doença incontrolável que se espalha rapidamente pela superfície da Terra, destruindo tudo que encontra pela frente, em nome de Cristo, do Capital e das “convicções” individuais.
Sem predadores, o arrogante humano pensou ser invencível, desconsiderando todos os avisos da Mãe Terra e de seus filhos sensíveis, carinhosos, atenciosos, cuidadosos e estudiosos, deixando prevalecer o “orgulho da ignorância”, a força bruta, o ódio ao “comum”, a ganância estranguladora e o poder atropelador.
Cegos, surdos, insensíveis aos instintos selvagens e brutalizados, os humanos hoje assistem o frágil império ruir, entre crises hídricas, tempestades, ciclones, vulcões, terremotos, tsunamis, pragas, pestes e a própria violência consigo mesmo.
Prefiro acreditar que APENAS OS SENSÍVEIS E CONECTADOS irão sobreviver, pois para começar de novo é necessário escutar a Terra.
Somente com algum isolamento é possível trabalhar e produzir com a terra, pois o tempo e os processos naturais são mais extensos/complexos e não são compreendidos pelo Capital. Fogem ao nosso controle.
Encontramos na quarentena, a chance de começar de novo, se redescobrir. Na marra, impossibilitados de seguir trabalhando nos moldes clássicos e em demandas de terceiros, poderemos então “afagar e conhecer os desejos da terra”.
“Vai o bicho homem fruto da semente Renascer da própria força, própria luz e fé Entender que tudo é nosso, sempre esteve em nósSomos a semente, ato, mente e voz”
Gonzaguinha
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Gabiroba Abacate Caroço de Abacate Manga Banana Mangará Palmito de Bananeira Palmito de Jerivá Coquinho de Jerivá Acerola Pitanga Cereja do Rio Grande Caqui Lichia Jabuticaba Araçá Mexerica Ponkan Carioquinha Limão Cravo Lima da Pérsia Laranja Lima Laranja Champanhe Goiaba Nêspera Uvaia Pera Mamão Taioba Rizoma de Taioba Pariparoba Orapronóbis Broto de Bambu Abóbora Flor de Abóbora Palmito Jussara Polpa de Jussara Coquinho de Pupunha Amendoim Jatobá Água de Poço Pinus Eucalipto Batata Doce Folha de Batata Doce Cosmos Maria Sem Vergonha Hibisco Feijão Guandu Feijão Milho Gergelim Gengibre Cúrcuma Nabo Rabanete Beterraba Tomate Cenoura Alface Rúcula Agrião Escarola Almeirão Acelga Brócolis Giló Quiabo Abobrinha Beringela Couve Flor Couve Manjericão Hortelã Coentro Cebolinha Mitsubá Pimenta Pimentão Carqueja Capim Santo Alecrim Orégano Poejo Mirra Erva Cidreira Erva Doce Babosa Citronela Castanha do Maranhão……………………
Crescem em nossos quintais!!! A natureza é infinita!!! Sobreviveremos selvagemente!!! TOD@S TÊM PODER
O projeto Futuro do Presente, Presente do Futuro é um projeto dos Jornalistas Livres, a partir de uma ideia do artista e jornalista livre Sato do Brasil. Um espaço de ensaios fotográficos e imagéticos sobre esses tempos de pandemia, vividos sob o signo abissal de um governo inumanista onde começamos a vislumbrar um porvir desconhecido, isolado, estranho mas também louco e visionário. Nessa fresta de tempo, convidamos os criadores das imagens de nosso tempo, trazer seus ensaios, seus pensamentos de mundo, suas críticas, seus sonhos, sua visão da vida. Quem quiser participar, conversamos. Vamos nessa! Trazer um respiro nesse isolamento precário de abraços e encontros. Podem ser imagens revistas de um tempo de memória, documentação desses dias de novas relações, uma ideia do que teremos daqui pra frente. Uma fresta entre passado, futuro e presente.
Desde 2016, o PROCENA, festival de cultura que nasceu em Goiás com a leis de incentivo Fundo de Arte e Cultura de Goiás, tem promovido a discussão sobre acessibilidade e diversos outros assuntos que atravessam as realidades dos artistas, produtores e profissionais com vocação para assistência à pessoa com deficiência. Realizado de dois em dois anos, o evento que começou envolvendo a comunidade regional, em 2020 se expande para todo o Brasil, via redes sociais.
A pandemia, que tem feito os brasileiros tentarem uma adaptação de suas vidas, na medida do que é possibilitado, frente a um governo federal negacionista que tem priorizado pouco ou quase nada salvar a vida dos cidadãos, também tem feito com que os produtores dos festivais culturais adaptem a realidade dos festivais, que costumavam ser espaços físicos não só de cultura, mas também acolhimento, troca e discussões transformadoras da nossa realidade.
Mas como bem colocado pelo coordenador do evento sobre o novo formato do PROCENA, Thiago Santana, “a realização virtual impediu o contato físico, porém ampliou o alcance do evento, gerando discussões que vão além das fronteiras”. O desafio agora é democratizar o espaço das redes sociais, para que o acesso chegue a todos e todas
De 7 a 10 de outubro, o Youtube, Facebook e Instagram serão os palcos de apresentações de danças de Goiás, grupos de outras regiões do Brasil e um de Portugal, já que este ano a dança como uma linguagem que inclui é o tema do PROCENA. Para aprofundar nas discussões, a cada dia será apresentado um webnário com um temas que envolvem política, arte e acessibilidade. Então, já assina o canal do YouTube, segue no Facebook e Instagram para garantir que não vai se esquecer desta programão super necessário.
As discussões apontaram a dança como uma linguagem que inclui e oferece mais possibilidades de acessibilidade para artistas e também para espectadores com deficiência. “Esses debates nos fizeram decidir por começar esta nova proposta com a dança, suas contribuições para a produção cênica, seus processos formativos e composições estéticas da cena inclusiva e acessível”, justifica Thiago Santana, coordenador do evento.
O coordenador também destaca a importância das leis de incentivo e mecanismos de fomento incluírem exigências e orientações para uma produção inclusiva e acessível às produções artísticas, como por exemplo, do Fundo de Arte e Cultura de Goiás. Ele lembra, contudo, que isso é fruto das metas do Plano Nacional de Cultura, aprovado em 2010 pela então presidenta do Brasil, Dilma Rousseff, em diálogo com outros marcos legais como a Convenção da Pessoa com Deficiência e a Lei Brasileira da Inclusão. Instrumentos que, por sua vez, são resultados de debates e discussões da área, como esses que serão realizados nesta edição do Procena.
PROCENA 2020 – dança, acessibilidade e profissionalização para artistas com deficiência
Datas: 7 a 10 de outubro
Transmissão: Instagram, Facebook e YouTube do Evento.
O Homem-Caixa, fora de sua casa-caixa, continua internalizado, privado, caminhando pelas ruas vazias de uma cidade-caixa em quarentena gerada pela pandemia do Coronavírus. É mais fácil percebê-lo em tempos de isolamento social, mas não é de agora que somos caixas dentro de caixas: empilhados, segregados, rotulados.
A princípio, o Homem-Caixa, não desperdiça espaços vazios, pois a sua capacidade de empilhamento é alta e facilita a gentrificação; mas, a propriedade descartável de seu material é, a longo prazo, entrópica.
Para realizar pela primeira vez o truque em que o mágico serra uma mulher ao meio em 1921, Percy Thomas Tibbles, teve que descobrir antes, até que ponto uma pessoa era capaz de se contorcer dentro de uma caixa apertada.
Em 2020 estamos tendo que redescobrir essa capacidade, mas as caixas desta vez, são as classes sociais; as etnias; as escolhas políticas. Uma vez encaixados, vivemos a ilusão de que podemos nos separar um do outro simplesmente serrando a caixa ao meio; mas tudo só faz parte desse antigo jogo de esconder.
O Homem-Caixa é frágil, descartável e fácil de ser armazenado.
Minibio
Tiago Judas (São Paulo, SP, Brasil, 1978) é bacharel em Artes Plásticas pela Fundação Armando Álvares Penteado – FAAP (São Paulo, SP, Brasil, 2001) e possui licenciatura plena em Arte pelo Centro Universitário Belas Artes de São Paulo (São Paulo, SP, Brasil, 2009). Sua produção artística inclui desenhos, objetos e vídeos, além de histórias em quadrinhos. Desde 2000, Judas tem exposto em importantes instituições culturais brasileiras e também expôs trabalhos em países como Alemanha, Áustria, Espanha, EUA e Peru. Em 2007, Judas foi contemplado com o Prêmio Aquisição do 14º Salão da Bahia (Salvador, BA, Brasil).
Em seus trabalhos, Tiago Judas busca conciliar as artes plásticas e as histórias em quadrinhos, fazendo com que uma influencie a outra. Vale ressaltar ainda que, ao longo dos últimos anos, Judas também tem trabalhado como ilustrador autônomo para jornais, revistas e editoras de livros e atua também como educador, desde 2001 orientou oficinas de arte em centros culturais como no Sesc, Museu da Imagem e do Som, Paço das artes, Museu de Arte Moderna de São Paulo, Fábricas de Cultura, além de outros projetos.
O projeto Futuro do Presente, Presente do Futuro é um projeto dos Jornalistas Livres, a partir de uma ideia do artista e jornalista livre Sato do Brasil. Um espaço de ensaios fotográficos e imagéticos sobre esses tempos de pandemia, vividos sob o signo abissal de um governo inumanista onde começamos a vislumbrar um porvir desconhecido, isolado, estranho mas também louco e visionário. Nessa fresta de tempo, convidamos os criadores das imagens de nosso tempo, trazer seus ensaios, seus pensamentos de mundo, suas críticas, seus sonhos, sua visão da vida. Quem quiser participar, conversamos. Vamos nessa! Trazer um respiro nesse isolamento precário de abraços e encontros. Podem ser imagens revistas de um tempo de memória, documentação desses dias de novas relações, uma ideia do que teremos daqui pra frente. Uma fresta entre passado, futuro e presente.
Procissão. Refotografias do Círio de Nazaré – Bélem do Pará – Brasil – 2013.
Círio é quando agradecemos pelo passado e pedimos pelo futuro. É onde estamos todos presentes e ligados numa mesma vibração de luz e fé. Um rio de gente de todas as crenças e lugares, aglomerados e misturados. Esse ano não teremos o Círio nas ruas. Não estaremos juntos fisicamente, mas estaremos presentes em energia. Unidos pela fé no futuro, no presente e no passado.
Sequência de fotografias registradas na noite da trasladação e refotografadas em TV de tubo.
A trasladação é uma procissão noturna que acontece na semana do Círio de Nazaré em Belém do Pará, e antecede o evento principal que é realizado no domingo. Reúne mais de 1 milhão de pessoas em uma onda de agradecimentos e esperança.
O processo: ensaio original registrado na noite da trasladação. Essas fotografias então são projetadas em TV de tubo e refotografadas em longa exposição e movimento.
O projeto Futuro do Presente, Presente do Futuro é um projeto dos Jornalistas Livres, a partir de uma ideia do artista e jornalista livre Sato do Brasil. Um espaço de ensaios fotográficos e imagéticos sobre esses tempos de pandemia, vividos sob o signo abissal de um governo inumanista onde começamos a vislumbrar um porvir desconhecido, isolado, estranho mas também louco e visionário. Nessa fresta de tempo, convidamos os criadores das imagens de nosso tempo, trazer seus ensaios, seus pensamentos de mundo, suas críticas, seus sonhos, sua visão da vida. Quem quiser participar, conversamos. Vamos nessa! Trazer um respiro nesse isolamento precário de abraços e encontros. Podem ser imagens revistas de um tempo de memória, documentação desses dias de novas relações, uma ideia do que teremos daqui pra frente. Uma fresta entre passado, futuro e presente.