Isabela Alves
Orís, Cabeça com Bença de Futuro
A série Orís é uma tentativa de criar novos utopias para pessoas negras, principalmente nesse momento de pandemia, em que estamos cada vez mais sendo violentados pelo Estado. De alguma forma, é uma maneira de realocar os nosso fragmentos e poder sonhar. Orí em iorubá é cabeça, mas também, uma entidade, espécie de ser sagrada que reside em nós e, é a gente, a linha tênue entre a humanidade e a divindade. Orí nos protege, nos guarda e dá força, e é o que essas colagens buscam fazer.
Enquanto mulher negra-sapatão, atravesso o campo das artes para desenvolvimento interno e externo da minha existência. Por isso, me aprofundei na técnica de aquarela e colagem digital, navegando nas cores e nas montagens.
Sou produtora cultural, idealizando e produzindo o sarau A Perfeita Queda dos Búzios, e atuando enquanto fotógrafa e colagista no coletivo Afrotometria. Também designer na Bará Produções, criada por Ulisses Dias e Priscila Guedes, e também na empresa Com Verso – Psicanálise e Poesia.
Estudo na Universidade de São Paulo, para cursar Letras, podendo assim desenvolver minhas habilidade de escrita (prosa e poesia), e saber criticar academicamente o mundo. Na faculdade, participei de coletivo e da luta por cotas raciais. Trabalhos artísticos em parcerias com o Sesc e agência externas, fizeram-me mais consolidada no campo do Design Digital e Artes Visuais.
Conheça mais o trabalho da artista.
rede social: @afrobela_ https://www.instagram.com/afrobela_/
O projeto Futuro do Presente, Presente do Futuro é um projeto dos Jornalistas Livres, a partir de uma ideia do artista e jornalista livre Sato do Brasil. Um espaço de ensaios fotográficos e imagéticos sobre esses tempos de pandemia, vividos sob o signo abissal de um governo inumanista onde começamos a vislumbrar um porvir desconhecido, isolado, estranho mas também louco e visionário. Nessa fresta de tempo, convidamos os criadores das imagens de nosso tempo, trazer seus ensaios, seus pensamentos de mundo, suas críticas, seus sonhos, sua visão da vida. Quem quiser participar, conversamos. Vamos nessa! Trazer um respiro nesse isolamento precário de abraços e encontros. Podem ser imagens revistas de um tempo de memória, documentação desses dias de novas relações, uma ideia do que teremos daqui pra frente. Uma fresta entre passado, futuro e presente.
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