Andei com João alguns cantos, país grande.
Fotografia e poesia são margens do mesmo rio, compreendi bem com ele.
João é desses homens grandes, fortes, que fala manso, quase música de câmara, rígido como um pássaro a ver um descuidado peixe sob a água, e cirurgicamente pega o alimento vivo no bico, lindo, plano e pleno, sobrevivente às quedas.
Exato como são os poetas nas manhãs de domingo, o fotógrafo João Roberto Ripper, é um escritor das luzes escassas, pois ilumina em branco e preto a boniteza da vida e um mundo recluso que sofre, uma gente que pena e sorri, suor que escorre na pele seca de um povo periférico.
Ripper é desses homens que não age para enterrar seu povo, pois os seus é uma gente sem fama, sem posses, sem sucesso no banco ou bolsas. Sua foto semeia o grito das alcovas que não ecoa, o afago que não se vê.
João é o esmero do ser, sufoco que não cede, grito que encanta.
https://benfeitoria.com/bemquererobrasil
Imagens por Helio Carlos Mello©
2 respostas
Gostei so agei que poderia. Falar com pouco mais alto. Nao consegui ouvi muito bem nem alnentando o celular no maximo
Imenso artista da fotografia a retratar o quotidiano de vida e luta dos trabalhadores deste país.