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Doria quer repetir carnificina higienista de 2017 na Cracolândia, SP

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A gestão de Doria Jr (PSDB), governador de SP desativa os aparelhos de assistência à moradores em situação de rua na região da luz. São unidades do Atendimento Diário Emergencial (Atende). Já nesta quinta (22), a Secretaria de Segurança Pública realizou mais uma operação higienista na Cracolândia. A razão para tanto é a entrega de um condomínio popular que já entregou 916 apartamentos e pretende chegar aos 1130 nas próximas semanas.

Em nota, a Secretaria de Segurança Pública informou que o Departamento Estadual de Prevenção e Repressão ao Narcotráfico (DENARC) deflagrou “na manhã desta quinta-feira (22), a Operação de Campo de Polícia Judiciária Cracolândia 2019” que conta com “566 agentes de segurança, entre policiais civis, Dope e Demarco, policiais militares do patrulhamento de área, do Trânsito e BAEP, ALÉM DE guardas civis metropolitanos, com apoio de cerca de 140 viaturas e uma aeronave da Polícia Civil “, para impretar “20 mandados de busca e apreensão e 21 de prisão na região”.

O coletivo A Craco Resiste, que defende a redução de danos, se manifestou por nota: “uma semana depois do governador João Doria admitir que pretende deslocar a Cracolândia para a zona norte, a Polícia Civil realiza uma grande operação na região da Luz. O motivo alegado da ação, que envolve ainda a PM e a GCM, é combater o tráfico. É importante lembrar que a operação de hoje acontece após o fechamento da maior parte dos serviços de atendimento às pessoas com uso abusivo de droga e em situação de rua. Há um esforço conjunto da Prefeitura e do Governo Estadual para esconder a aglomeração de gente pobre na região da Armênia” Leia a nota na integra https://www.facebook.com/1780530862198286/posts/2301919416726092/

Os usuários de drogas que estão na região da Luz, historicamente, desde os anos 2000 (aproximadamente) e que já tiveram uma série de políticas públicas que tratavam a questão como um problema de saúde, através do programa “De Braços Abertos”, da gestão do ex-prefeito, Fernando Haddad, sempre foram sistematicamente atacadas por ações violentas, veja lista mais abaixo das matérias feitas pelos Jornalistas Livres.

Segundo a população do entorno do fluxo, o real caráter da operação é remover, espontaneamente ou compulsoriamente, os usuários para uma outra área da Av. Zaki Narchi, região norte da capital, o que se concretizado, deverá ser o novo endereço da Cracolândia em São Paulo.

Com essa informação, de quem habita o território e presencia diariamente massivas e truculentas ações da Secretaria de Segurança Pública, dá para concluir claramente que depois de 2017, nada mudou: a Prefeitura de Bruno Covas e Governo de João Doria Junior não sabem lidar com a situação e tratam mais uma vez as pessoas pobres e vulneráveis como lixo, assim como moradores da região para poderem entregar promover a especulação imobiliária na cidade e agradarem seus amigos, donos de grandes construtoras.

 

 

 

Para relembrar mais ações na Cracolândia

Em uma operação realizada em maio passado, na região, uma moça foi morta. Relembre esse caso aqui https://jornalistaslivres.org/cracolandia-morre-aline-22-anos-atingida-por-tiro-na-cabeca/

 

 

 

Veja mais matérias sobre as ações violentas desde 2017.

Ações de 2018

https://jornalistaslivres.org/violencia-policial-na-cracolandia/

https://jornalistaslivres.org/quarta-feira-de-violencia-na-cracolandia/

https://jornalistaslivres.org/quarta-feira-de-violencia-na-cracolandia/

 

Reportagem de 2018

https://jornalistaslivres.org/inspetor-bomba-foi-promovido-por-doria-junior-e-volta-atacar-cracolandia/

 

Ações violentas  de 2017

https://jornalistaslivres.org/moradores-da-cracolandia-sofrem-com-sitio-violento/

https://jornalistaslivres.org/cracolandia-ainda-pulsa/

https://jornalistaslivres.org/analise-materia-da-folha-culpa-moradores-da-cracolandia-pela-violencia-e-pelo-trafico-mas-questao-e-muito-mais-complexa/

 

Campanha de João Doria ataca usuários

https://jornalistaslivres.org/sem-politica-publica-doria-faz-campanha-para-responsabilizar-apenas-o-usuario-pelo-problema-do-crack/

 

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Cracolândia: Guarda Municipal joga bomba na fila para pegar comida

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TRETA NA CRACOLANDIA, EM SP.

A Guarda Civil Metropolitana atacou com bombas uma fila de pessoas que aguardava a distribuição de marmitas, por um grupo de voluntários na Cracolândia hoje (23/4).

Depois de fecharem todos os equipamentos de atendimento à população vulnerável na região, Covas e Doria aumentaram a repressão policial na Luz. A ordem é matar de fome, de sede e de doença.

Imagens feitas pelo Irmão do Pão

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Arte

Poesia: Angústia da certeza

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Poesia: Fábio Rodrigues

Esta poesia que dá luz a realidade da população em situação de rua, é de Fábio Rodrigues (@prazer.poeta) – poeta e morador do território da Cracolândia.

Fábio decidiu viver de sua poesia, – poesia de rua, do fluxo. E agora, em tempos de pandemia, vê-se em quarentena a força criadora da poesia. Sem poder transitar e manguear, sua sobrevivência está em xeque.

O poeta necessita do apoio de corações carinhosos para que possa continuar ajudando, escrevendo e sobrevivendo em meio ao caos.

“Qual a saída para o poeta

que prioritariamente se apoia no comunicar,

se o momento pede distância –

até pelo simples ato de falar.

E o mais urgente premente,

onde poder recluso ficar,

se esse mesmo poeta,

por sinal mambembe

não dispõe do advento de um lar”

Ajude Fábio na caminhada, por mais poesia e informação nas ruas.
Qualquer quantia é válida!

Conta:
Pedro Bernardino Martine S
Bradesco: 237
Agência: 1236
C/c: 4603-5
CPF: 391.666.828/51

Texto: @prazer.poeta
Vídeo: @gustavoluizon, @_pedrosanti, @tarikelzein
Áudio: @606gama606

Fábio Rodrigues

Fábio Rodrigues

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Assistência Social

Prefeitura de SP aproveita-se da pandemia para “limpar” a Cracolândia

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Gentrificação: tangidos como animais, povo pobre que vive na Cracolândia foi enviado para a Várzea do Glicério - Foto de Lina Marinelli

Por Laura Capriglione e Katia Passos

 

A Prefeitura de São Paulo, sob o comando de Bruno Covas, desfechou hoje mais uma ação com o propósito de “limpar” a região conhecida como Cracolândia da presença miserável dos usuários de crack. Assim, cerca de 160 seres humanos paupérrimos, muitos idosos, vários não-dependentes químicos, foram tangidos como animais para dentro de três ônibus e despachados para a baixada do Glicério, na várzea do rio Tamanduateí. Outras 50 pessoas preferiram ir a pé, seguindo para o mesmo endereço dos primeiros: Rua Prefeito Passos, 25, em um dos bairros mais degradados da cidade, região de cortiços, alta concentração de moradores de rua, de imigrantes e refugiados. O Glicério fica a dois quilômetros de distância da atual Cracolândia.

 

Acabar com o constrangedor desfile dos usuários de drogas envoltos em cobertores imundos, sempre em busca das pedras de crack, tem sido uma obsessão de vários prefeitos e governadores do PSDB em São Paulo. O atual governador João Doria Jr, ainda na condição de prefeito da cidade, protagonizou em 2017 cena desastrada que por pouco não se transformou em tragédia. Deu-se que, para posar de destemido adversário do crack, Doria ordenou a derrubada de casas na região. Quase matou por soterramento três pessoas que moravam em uma delas e que ficaram feridas. Covas aproveita-se do fato de todos estarem focados na pandemia de Covid-19 para tentar mais uma vez.

Chama-se “gentrificação” o processo de transformação de centros urbanos através da mudança dos grupos sociais ali existentes. A idéia é expulsar a população de baixa renda e substituí-la por moradores de camadas mais ricas. É isso o que está em curso no centro de São Paulo: Gen-tri-fi-ca-ção.

Único lugar a prover meios de higiene, alimentação e descanso para moradores em situação de rua, o Atende-2 foi fechado hoje

Único lugar a prover meios de higiene, alimentação e descanso para moradores em situação de rua, o Atende-2 foi fechado hoje – Foto de Lina Marinelli

Para acabar de uma vez com a Cracolândia, a idéia dos “geniais” urbanistas que trabalham para a Prefeitura foi simples: retiraram de lá o único equipamento ainda existente para acolhimento, higiene, alimentação e encaminhamento médico para dependentes químicos vivendo em situação de rua no centro da cidade. Era chamado de Atende-2, e ficava na rua Helvétia, epicentro dos usuários de crack.

Crueldade das crueldades, fecharam o Atende-2, que atendia 185 pessoas, e fizeram isso em plena pandemia de Covid-19. Nem uma pia restou para lavar as mãos naquele pedaço. Segundo a Prefeitura, o mesmo serviço que era feito pelo Atende-2 será oferecido na Baixada do Glicério, agora rebatizado de Siat 2 (Serviço Integrado de Acolhida Terapêutica).

Resta saber se o tráfico de drogas, que acontece hoje nas barbas das polícias Civil e Militar, da Guarda Civil Metropolitana e do Corpo de Bombeiros, todos com bases no território da Cracolândia, topará também migrar seu negócio milionário para o Glicério. Se não topar, se continuar havendo oferta de drogas baratas nas ruas da Cracolândia, o fluxo de usuários certamente voltará para lá –agora, sem banho, sem lugar para dormir, sem pia, sem médicos. E isso em plena pandemia, quando se sabe que se trata de população que já é ultra-vulnerável: 9,5% têm tuberculose, 6,3% têm HIV e quase 10%, sífilis. Será morticínio certo.

Se o tráfico topar mudar o rolê para o Glicério, haverá alguma chance de que se torne realidade o sonho tucano de restaurar um pouco que seja do brilho quatrocentão do antigo bairro dos Campos Elíseos, onde viveu boa parte da elite paulistana até meados no século passado, e que é o território onde hoje se situa a Cracolândia.

Nesse caso, o bairro tentará esquecer seus dias de miséria e dará lugar a novíssimas torres de prédios, que farão a festa das empreiteiras, incorporadoras e bancos. Doria e Covas poderão usar a imagem daquelas ruas (antes, com o comércio de drogas a céu aberto, e depois, “limpinhas”) em suas propagandas eleitorais, que os apresentará como “vencedores”.

A venda e o consumo de crack, entretanto, continuarão com antes. Só terão mudado de endereço. Em vez do Centro, a várzea invisível. Mais do que Doria e Covas gostariam de admitir, o futuro do território onde está a Cracolândia depende muito mais do tráfico de drogas do que do poder público. E é o tráfico o próximo a jogar os dados…

EM TEMPO:

Quando essa reportagem estava concluída, a juíza Celina Kiyomi Toyoshima decidiu liminarmente impedir o fechamento da unidade Atende-2, situada na rua Helvétia. Ela determinou o restabelecimento das atividades na unidade fechada. A Prefeitura ainda pode pedir a revisão dessa decisão.

Aqui a decisão da juíza:

“Tendo em vista que o estabelecimento em questão é o único ponto de atendimento na região central da cidade, que concentra uma grande parte de pessoas vulneráveis, e tendo em vista o perigo da demora, já que a medida está prevista para a data de hoje, defiro por ora a liminar, para que não sejam tomadas quaisquer medidas visando o fechamento da unidade ATENDE, localizado na Rua Helvétia, nº 57.
Caso já tenha se iniciado o fechamento, as atividades deverão ser, por ora, reestabelecidas.
Oficie-se.
Após a vinda da contestação, a medida poderá ser revista.”

 

Leia também:

Governo ameaça fechar o ATENDE 2, último equipamento público na Cracolândia

O amor em tempos de crack

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