Jornalistas Livres

Diário do Bolso: cercado de dedos-duros

Por José Roberto Torero*

Diário, se tem uma coisa que eu odeio é dedo-duro.

Pra mim, dedo-duro tem que virar dedo quebrado.

E eu ando cercado de dedos-duros. É uma lista imensa:

* tem o Moro, que disse que eu queria interferir na PF só porque eu queria interferir na PF;

* a Joice Hasselman e o Alexandre Frota, que contaram como funciona o gabinete do ódio;

* aquele Marcelo Grossi, que por esses dias dedou o Ricardo Salles;

* o Paulo Marinho, que contou que o Flavinho sabia da investigação da rachadinha;

* e um monte de eteceteras.

Enfim, o que não falta é dedo-duro querendo a minha hemorroida.

Mas a gente dá um jeito nesses dedoduristas.

Assim que alguém começa a querer bancar o alcaguete, o gabinete do ódio, que eu chamo de assessoria de imprensa, já começa a detonar o cara.

Olha só a Joice Hasselman, por exemplo. Com ela é marcação cerrada. É meme, vazamento de áudio e o escambau. O apelido de PeppaPiggrudouque nem chiclete no asfalto e a gente destruiu aquela imagem de honestinhaindignada dela. Tanto que, hoje em dia, nas pesquisas para a prefeitura de São Paulo, ela só aparece com uns 2% dos votos. Virou uma Caba Daciola, kkk!

Esses famosos são atacados com memes e campanhas de zap. Mas,no tocante aos desfamosos,o jogo é mais duro ainda.

Aquele Marcelo Grossi, o funcionário que dedou o Ricardo Salles só porque ele não convocava os membros da Comissão de Ética pra ela não funcionar, vai ser mandado prum cargo qualquer, numa garagem ou num arquivo. Tem que deixar o cara na geladeira mesmo. Até mandaram um Corolla prata arrodear o sítio do x-9. Você não sabe, Diário, mas Corolla prata é a típica viatura descaracterizada que a PF e a Abin usam. Foi pra dar uma intimidada no sujeito,talkei?

Sabe como é, se não botar medo, daqui a pouco até o celular do Bebianno vai aparecer por aí.

Ah, Diário, tem mais dedo-duro na minha vida do que em congresso de urologista…

*José Roberto Torero é autor de livros, como “O Chalaça”, vencedor do Prêmio Jabuti de 1995. Além disso, escreveu roteiros para cinema e tevê, como em Retrato Falado para Rede Globo do Brasil. Também foi colunista de Esportes da Folha de S. Paulo entre 1998 e 2012.

#diariodobolso

Comentários

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