Amanhã a seleção brasileira joga contra a Costa Rica em São Petersburgo. A segunda maior cidade da Rússia já foi a capital do país entre 1713 e 1918. Assim como Brasília, São Petersburgo foi construída com a intenção de ser a nova capital do país. Porém, ao contrário do que aconteceu no Brasil, o objetivo não era isolar a capital, levando para longe do litoral, e, sim, o oposto. Levando o centro de poder do país para as margens do Rio Neva, na entrada do Golfo da Finlândia, o czar Pedro, o Grande, pretendia ter uma saída para o mar com uma marinha eficiente e, principalmente, se aproximar da Europa, geográfica e culturalmente.
Essa aproximação com a Europa visava afastar a Rússia do modo e das maneiras asiáticas, consideradas “atrasadas” pelo czar. Para se ter uma ideia, Pedro chegou a criar a “Lei da Barba”, na qual os nobres eram obrigados a pagar impostos se quisessem usar barbas longas, um costume considerado asiático.
São Petersburgo foi fundada em 1703 e construída com inspiração em Amsterdã, cidade na qual Pedro, o Grande, viveu por alguns anos. O curioso é que o czar viveu disfarçado de plebeu para trabalhar na marinha holandesa e aprender as técnicas de construção de navios para levar a tecnologia à Rússia.
A cidade de São Petersburgo foi plano de fundo para muitas histórias de célebres escritores russos, entre eles Fiódor Dostoiévski. Em romances como “Crime e Castigo” e “Noites Brancas” ele descreve a então capital russa com muitos detalhes, e as tramas se desenrolam entre os canais e os becos da cidade. São obras imperdíveis para quem gosta de boa literatura.
Uma resposta
Conheci São Petersburgo através de Dosteievski, por isso achei que o sol não brilhava nessa cidade, como hoje vi durante a partida.
Noites Brancas é tristíssimo. Penso na história todo Natal, desejando menos hipocrisia nessa data.