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Comportamento

Quebrada, se cuida!

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Texto João Bacellar e Flávia Martinelli

 

Todos podem ajudar na guerra contra o vírus!

 

Se puder, fique em casa. Se não puder, saiba o que fazer na hora de sair.

 

Leia o texto até o fim, vai. E compartilhe com amigos e família. Informação salva vidas!

Mesmo que você já esteja careca de saber que o corona é treta e causa a doença Covid-19 por quê será que geral está se contaminando? Na real, mesmo, porque tem muita gente por aí fazendo tudo errado… Vamos rever esse rolê e espalhar informações sobre os cuidados que nem fofoca de vizinho? Afinal, o corona é grave, gravíssimo e pode derrubar qualquer pessoa.

Não tem essa de que só velhinho ou doente pega o vírus. Mentira! Fake news! Em cada lugar do mundo o vírus está se comportando de um jeito diferente. No Brasil, o bicho tá pegando geral quem está na faixa dos 35 aos 55 anos e já matou até atleta e adolescente.

Então, mesmo quem não é do tal do grupo de risco tá no alvo do corona. Aliás, quem realmente sabe que não é do grupo de risco? Fala sério… Quantas vezes você foi no médico medir o nível de açúcar no sangue pra saber se tem diabetes ou não, mano? Quantos exames de coração você fez pra saber se não tem nenhum problema cardíaco, mana? Você tem certeza que está com sua saúde 100% em dia? Na boa? Mesmo quem se alimenta bem, é bom de prato, tá jovem e firmeza não sabe se está super saudável.

Tem mais: certeza que você não gosta nem de imaginar em ver as pessoas com quem você se importa e ama doentes… Todos nós temos uma avó, uma tia, um pai, uma mãe, um irmão mais velho, uma amiga, um marido, uma filha ou alguma pessoa muito importante e querida que por idade ou condição de saúde pode ser uma vítima fatal do corona! Vamos arriscar nossa vida e a dos outros? Não, né!?

 

O mais importante agora, pra todo mundo que puder, é ficar em casa. E mesmo ficando em casa, temos que tomar todas as precauções e todos os cuidados possíveis!

Tem quem fale que só consegue fazer isso quem tem dinheiro. Claro que quanto mais rico mais fácil ficar sem correr atrás do sustento diário. Mas isso não quer dizer que quem tem dificuldade de grana tá condenado a pegar a doença! Não mesmo!!! Todos podem e têm o dever de se cuidar e de cuidar daqueles que estão próximos.

 

Informações importantes pra evitar pegar e espalhar a doença:

1- Sai pra lá cuspe do mal!

A principal forma de transmissão do corona é através de gotas muito pequenas – invisíveis mesmo – que todos nós soltamos ao respirar, falar, tossir ou espirrar. Se só um tiquinho de uma gotinha com corona entrar pela nossa boca, nariz ou olhos podemos ficar com o vírus. Daí a importância de TODO MUNDO usar máscara.

Outra forma de transmissão é quando alguém pega em algum objeto que foi contaminado por essa gotinhas  (lembre-se são tão pequenas que não dá para ver) e depois coloca a mão no rosto. Coçar os olhos, a boca e o nariz são coisas que a gente faz sem perceber, e mesmo prestando atenção é impossível evitar: mais cedo ou mais tarde colocamos as mãos no rosto e aí já era…

2- Não dá pra saber se você tá contaminado ou se outra pessoa está

O coronavírus é muito perigoso também porque demora pra doença, a covid-19, apresentar sintomas. Então, a pessoa que está com vírus pode parecer totalmente saudável por alguns dias e já estar transmitindo para os outros sem saber. Além disso, tem quem nem manifeste nenhum sinal de doença, são as pessoas chamadas “assintomáticas”, que mesmo assim transmitem o corona.

 

O QUE VOCÊ DEVE FAZER?

A PRINCIPAL MANEIRA DE SE PROTEGER E DE PROTEGER SUA FAMÍLIA CONTRA O CORONA É FICAR EM CASA ou sair o mínimo possível.

 

Como fazer na rua

 

-Se tiver que sair, evite muvuca. Fuja de locais com muita gente, principalmente fechados.

-Procure ficar a no mínimo 2 metros de distância de outras pessoas.

  • Evite ao máximo falar com os outros e de jeito nenhum fale a menos de dois metros de distância.

  • Evite apertos de mão. O momento agora é de cumprimentar com “tchauzinho” mesmo.

  • Quando sair de casa, use luvas de plástico, látex ou de borracha. Elas ajudarão a evitar de passar as mãos no rosto. A mesma coisa vale para óculos de proteção do tipo usado por marceneiros ou serralheiros, eles impedem que você sem perceber coce os olhos. Não tenha vergonha de parecer engraçado. É melhor pagar de comédia do que pegar uma doença grave, né?

  • USE MÁSCARA. Vale de pano, caseira ou cirúrgica. Todas servem mais para não passar o vírus para os outros do que para não pegar o vírus, mas se todos usarem as chances do vírus se espalhar é muito menor. Cada máscara só dura por mais ou menos 3 horas, depois disso perde o efeito. Se for ficar fora de casa por mais tempo, carregue mais máscaras com você. E não tem desculpa, firmeza? Segue aqui o LINK pra você fazer a sua em casa.

– Carregue com você álcool gel 70%, para esfregar nas mãos antes e depois de pegar em qualquer objeto. Se você não puder achar ou comprar álcool gel 70% uma boa ideia é levar com você duas garrafinhas de água, uma de água pura e outra de água com detergente ou sabão liquido. Lave as mãos com a água com detergente e depois enxague com água pura.

– IMPORTANTE: sempre que você chegar a algum lugar, lave bem as mãos com sabão ou detergente.

Esfregue os dedos uns nos outros (com os dedos embaralhados, como quem está rezando), passe sabão nas unhas e na palma da mão, esfregue os dois dedões e lave os pulsos e os braços até o cotovelo (veja como fazer aqui ). Depois, não custa nada lavar o rosto com água e sabão. E lembre-se: se não estiver em casa nesse momento, tenha certeza de que a tolha está bem limpa. Na dúvida, não use. Prefira toalhas de papel descartáveis.

 

Como fazer em casa

 

  • Um jeito de limpar as coisas e matar o vírus que é bom e barato é usar uma mistura de água sanitária (hipoclorito de sódio), a famosa cândida, diluída em água. É muito fácil de fazer; misture 4 colheres de sopa de água sanitária em 1 litro de água. Essa solução mata o malvado.

– Chegando em casa da rua deixe os sapatos para fora ou junto da porta, substitua o tapete da porta por um pano úmido com a solução de água sanitária. Se não puder deixar pra fora deixe perto da porta e imediatamente leve as roupas que você usou direto pra máquina de lavar ou tanque. Essas roupas devem ser lavadas o mais rápido possível ou ficar de molho na água com sabão.

Logo após tirar as roupas, vá direto para o banho e se lave muito bem com sabonete em todo o corpo, inclusive os cabelos. Deixe o shampoo para depois de passar o sabonete pois o shampoo não é tão eficiente como o sabonete para matar o vírus.

– IMPORTANTE: todos os objetos que chegarem da rua podem conter o vírus. Não só as roupas.

Bolsas, cintos, bonés, acessórios…Tudo deve ser lavado com sabão ou desinfetado com a solução de água sanitária. Por isso, no frio prefira sair com roupas que podem ser lavadas. Em vez de casacos, moletons ou blusas muito quentes.

– As compras também tem que ser desinfetadas. Use um pano úmido da solução de água sanitária para limpar todas as embalagens que for guardar. As sacolas de plástico das compras também podem conter o vírus então devem ser lavadas ou jogadas fora.

– Legumes e verduras precisam ser desinfetados em uma solução de 1 colher de sopa de água sanitária para 1 litro de água. Eles devem ficar de molho nessa mistura por 20 minutos.

– AH, NÃO ESQUEÇA de limpar com sabão ou água sanitária as maçanetas das portas por onde as pessoas que vieram da rua entraram. Todos os dias é bom, também, limpar os puxadores de uso comum na casa. Geladeira, gavetas, janelas…Tudo.

  • Como o vírus é transmitido pelo ar é preciso manter a residência o mais ventilada possível. Então, janelas abertas! A ventilação ajuda a eliminar os vírus dos ambientes.

– Quem mora com pessoas do grupo de mais risco (com mais de 60 anos, diabéticos, pessoas com problemas respiratórios) deve, se possível, manter essas pessoas mais isoladas dentro de casa, num quarto próprio e evitar um contato mais próximo com elas. Também é legal separar copos, talheres e toalhas.

Como preparar o corpo para enfrentar o vírus

 

Mesmo com todas as medidas é muito difícil ter 100% de certeza de que não se vai pegar o corona. São muitas coisas para prestar atenção, né? Então nesse momento é bom estar com o corpo preparado. Ainda não existe um remédio já testado e que com certeza combata o vírus – não acreditem em falsas promessas e boatos AINDA NÃO EXISTE REMÉDIO OU VACINA CONTRA O CORONA – por isso quem combate o vírus no corpo do doente são as próprias defesas naturais do corpo (o chamado sistema imunológico).

Para essas defesas estarem em boas condições é importante evitar alguns hábitos que enfraquecem o corpo, como beber álcool, consumir drogas e fumar.

Também existem algumas vitaminas e proteínas  que ajudam na defesa do corpo e elas podem ser encontradas nos seguintes alimentos: carne, frango e ovo (proteínas), leite e queijo (vitamina D), vegetais verdes como couve e brócolis (ajudam na produção de glóbulos brancos).

Prefira os alimentos mais nutritivos como frutas, carnes e verduras do que “porcarias” como bolachas, doces e alimentos industriais ou alimentos pouco nutritivos como massas.  Arroz, feijão, ovo, couve e suco de limão, por exemplo, é uma boa base alimentar  para fortalecer o corpo de maneira barata.

Alguns hospitais perceberam que existe uma relação entre a pouca quantidade de vitamina D no corpo e o desenvolvimento da doença. A vitamina D é produzida pelo próprio corpo mas precisa de dois ingredientes: cálcio e sol. Isso mesmo, sol. Por isso um jeito fácil de ter bastante vitamina D no corpo é beber dois copos de leite por semana (que tem cálcio) e tomar pelo menos 20 minutos de sol por dia. Pode ser na janela, na laje, no quintal ou na rua mesmo indo para o trabalho ou para as compras. Os melhores horários são antes das 10:00h e depois das 15:00h.

 

Como cuidar de alguém com suspeita de corona

 

Uma das medidas mais importantes agora é não ser pego desprevenido. Pesquise e saiba onde fica o posto do SUS mais próximo de sua residência. Faça uma rede de apoio entre amigos e familiares para ajudar e ser ajudado em caso de emergência.

Se algum amigo, conhecido ou familiar estiver sentindo falta de ar, febre de mais de 38 graus e tosse seca, é bem possível que ela tenha pegado o vírus e desenvolvido a Covid-19 na sua forma mais grave.

Leve essa pessoa ao posto de saúde rapidamente. Se sentir esses sintomas vá ou peça para alguém te levar ao posto de saúde. Nesse momento é muito importante usar máscara, luvas e lavar as mãos após o contato com a pessoa, ela também deve usar máscara.

Se você conhece alguém que apresenta sintomas de resfriado ou gripe comum sem falta de ar grave ou febre alta, é possível que ela tenha a forma mais leve da Covid-19. Ainda assim são necessários cuidados intensos. Essa pessoa deve ficar em um ambiente SEPARADO das demais da família, usar máscara sempre que for falar ou estiver  com alguém, se alimentar bem e repousar.

É importante medir a temperatura da pessoa 3 vezes por dia e ficar atento como anda sua respiração. Todos os objetos que ela tocar devem ser imediatamente lavados com sabão ou a solução de água sanitária. Suas roupas e roupa de cama devem ser lavadas todos os dias e o banheiro que ela utilizar tem que ser desinfetado com água sanitária sempre que for usado. É muito importante que ela fique num ambiente bem ventilado.

 

Quem realmente não tem condições de deixar de trabalhar, o que pode fazer?

 

Quem não puder deixar de ir ao trabalho precisa se preparar o máximo possível. Todas as dicas de “como ir pra rua” são válidas.

Em trabalhos com vestiário ou possibilidade de se tomar banho, leve uma muda de roupa limpa e tome banho ao chegar no trabalho.

Converse com o empregador e os colegas de trabalho para, se possível, encontrarem alternativas para diminuir o risco de todos: fazer escalas, trocar horários para evitar a hora de pico do transporte público, manter os ambientes ventilados e sendo constantemente desinfetados.

Exija seu direito à saúde.

Mantenha a distância de 2 metros ao falar com os clientes e lave as mãos ou passe álcool gel 70% após tocar qualquer objeto.

 

Sim, são muitos cuidados e é muito difícil seguir tudo. Mas não esqueça NÃO ADIANTA TOMAR APENAS UMA DESSAS MEDIDAS, É MUITO IMPORTANTE SEGUIR TODAS AS ORIENTAÇÕES, APENAS ASSIM VOCÊ PODE MANTER SUA SAÚDE E A SAÚDE DE SUA FAMÍLIA FORA DE RISCO.

 

As favelas, quebradas, cortiços e comunidades são as áreas onde essa doença mais fará estrago. Entre nessa guerra pela vida! Faça sua parte por você e por aqueles que você ama! Todos juntos podemos derrotar essa doença! Coragem e boa sorte. Juntos somos fortes!

 

ilustração – Bacellar

 

Comportamento

Quilimérios, um povo isolado entre belas rochas de Minas

Vídeo revela os moradores remanescentes que habitam há quase dois séculos uma área próxima à divida com a Bahia

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Quem percorre o Vale do Jequitinhonha no extremo Nordeste de Minas, quase divisa com o sul da Bahia, vê ao longe um conjunto de belas pedras de granito como se tivessem sido despencadas numa chuva de meteoritos. É difícil passar por ali e conter a vontade de ir ver de perto, afinal, a pacata e hospitaleira cidade de Rubim fica logo ali. Pois bem, foi neste belo lugar que um antigo quilombo volante, certamente vindo do interior da Bahia, resolveu se fixar de vez, esquecendo-se do tempo e da chamada civilização, vivendo ali esquecido, isolado. São os Quilimérios, um nome de origem desconhecida.

Uma equipe de cineastas e jornalistas de Belo Horizonte esteve lá e fez o interessante curta-metragem chamado Quilimérios, um documentário de 24 minutos que trata da história deste povo que vive isolado desde o século XIX, na parte mineira do Vale do Rio Jequitinhonha, que logo depois deságua no litoral baiano. Escondidos entre altas pedras de lugares quase inacessíveis, os Quilimérios ainda são desconhecidos por muita gente que vive até mesmo na própria região.

O curta Quilimérios conta um pouco da história deste povo, mostra cenários deslumbrantes e lugares quase intocados do Baixo Jequitinhonha, filmados praticamente com celular e drone, “o que o torna um produto experimental e inovador”, afirma Emerson Penha. O diretor do curta revela que ir a esta comunidade e fazer o documentário foi muito significativo: “É impressionante, nos dias de hoje, com tanta tecnologia, um povo permanecer isolado. Por outro lado, é importante poder mostrar que o mundo tem lugar para todos, independentemente do seu jeito de ser e viver. Todos têm direito a viver como desejam e isso precisa ser respeitado”, observa.

Na região do Baixo Jequitinhonha, divisa entre Minas Gerais e Bahia, as pedras gigantes marcam o caminho do rio. A muralha natural isola tudo, até mesmo a passagem do tempo. Nesse cenário, os Quilimérios vivem como no século XIX. Para eles, o isolamento foi a única opção e até hoje o mistério de sua existência permanece. A explicação sociológica mais razoável é que seriam remanescentes dos quilombos volantes, grupos nômades formados por afrodescendentes que escapavam do cativeiro, indígenas expulsos de suas terras e mesmo brancos que fugiam das cidades por diversas razões.

A história que se conta entre várias gerações na região de Rubim, cidade mais próxima e de pouco mais de 10 mil habitantes, é que esse grupo de pessoas foi formado a partir da fuga de um ex-escravo, Juca Preto, contratado por um fazendeiro da vizinha cidade de Pedra Azul para matar alguém importante. Após cometer o crime, Juca fugiu para a região onde seus descendentes vivem até hoje e que permanece quase inacessível. Ali só se chega a pé ou a cavalo. Na fuga, Juca levou uma índia, com quem teria dado início à família dos Quilimérios. São pessoas muito reservadas, que cultivam costumes antigos e têm hábitos comportamentais como o casamento endogâmico. Atualmente restam apenas alguns quilimérios remanescentes, já que as novas gerações vêm se transferindo para Rubim.

Quilimérios é um filme de Emerson Penha, com música de Túlio Mourão, fotografia de Fábio Damasceno, produção de Zu Moreira, edição de Rafael Diniz (Fiel) e argumento de Tião Soares.

Confira o vídeo acima indo ao Youtube.

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Chacina

Cuiabá nas ruas contra do racismo, o fascismo e o genocídio

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Da: MediaQuatro especial para os Jornalistas Livres

Desde de 2019, com as manifestações contra os cortes na educação e a deforma da previdência, Cuiabá não juntava tanta gente nas ruas. E talvez nunca tenha havido tamanho contingente policial, incluindo helicóptero, para o improvável caso de “vandalismo”. Mas era mesmo de se esperar. Afinal, o racismo estrutural brasileiro em uma das capitais mais conservadoras do país exige que se trate os pretos e pretas sempre como potenciais criminosos. BASTA! O país não pode mais conviver e não conseguirá sequer viver como nação integral enquanto houver preconceitos que se refletem em práticas cotidianas e políticas públicas que oprimem e excluem a maior parte da população.

Texto e fotos: www.mediaquatro.com

Texto e fotos: www.mediaquatro.com

Chegamos a um ponto no Brasil que não é mais suficiente não ser racista. É preciso lutar contra o racismo, nas ruas, nas redes, nos campos e nas casas. E a luta antirracista é central na derrubada do governo Bolsonaro e suas políticas genocidas na economia, na segurança pública e na saúde. Foi por isso que, apesar da necessidade de se intensificar o isolamento social, fomos à Praça Alencastro e marchamos pelas avenidas Getúlio Vargas, Marechal Deodoro, Isaac Póvoas e BR 364 para retornarmos à Praça da República sem qualquer incidente.

Texto e fotos: www.mediaquatro.com

Assim como em outras cidades e estados por todo o Brasil, em Cuiabá e Mato Grosso os negros e negras são maioria e são exatamente os corpos pretos os mais encarcerados, os pior pagos, os que vivem nos lugares mais distantes, os que mais precisam trabalhar fora de casa durante a pandemia (e muitas vezes sem sequer os equipamentos de proteção adequados) e os que mais são atingidos pela Covid-19. Isso não é uma coincidência. É resultado de quase 400 anos de escravidão formal, que em Mato Grosso também vitimou indígenas em larga escala, e de uma abolição inconclusa que indenizou os “proprietários” de pessoas mas nunca pagou a dívida histórica com quem sente na pele seus efeitos até hoje.

Texto e fotos: www.mediaquatro.com

É fato que o assassinato do estadunidense negro George Floyd foi o estopim dos protestos antirracistas em todo mundo e também no Brasil, onde houve atos em pelo menos 20 cidades, incluindo São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e Recife. Mas por aqui, as mortes do menino Miguel, do adolescente João Pedro e dos jovens em Paraisópolis, só pra citar alguns casos mais representativos nos últimos seis meses, demonstram cotidianamente o que significa ser alvo do preconceito, da polícia e das políticas.

Texto e fotos: www.mediaquatro.com

Desse modo, derrubar o governo o quanto antes o governo do fascista que ocupa a presidência é indispensável para conseguirmos combater a epidemia de forma minimamente eficiente. E tirar apenas o presidente não é suficiente, porque seu vice e ministério são igualmente racistas, como está provado em entrevistas antes mesmo das eleições, em pronunciamentos em eventos e na fatídica reunião ministerial.

Texto e fotos: www.mediaquatro.com

Enquanto não derrubarmos as políticas estúpidas da “guerra às drogas”, do encarceramento em massa, da concentração de renda, do agronegócio acima da agricultura familiar, não há presente para o país. E enquanto não investirmos em políticas públicas de igualdade racial e de gênero, de proteção às minorias e à diversidade, e de promoção dos direitos humanos a TODOS e TODAS, incluindo a punição de policiais assassinos, milicianos e racistas, não haverá futuro também.

 

 

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#EleNão

Os camisas negras de Bolsonaro

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Mais de 1 milhão de crianças, 2 milhões de mulheres e 3 milhões de homens foram submetidos ao assassinato e à tortura de forma programada pelos nazistas com o objetivo de exterminar judeus e outras minorias. Nos primórdios da Itália fascista, os camisas negras – milícias paramilitares de Mussolini – espancavam grevistas, intelectuais, integrantes das ligas camponesas, homossexuais, judeus. Quando a ditadura fascista se estabeleceu, dez anos antes da nazista, Mussolini impôs seu partido como único, instaurou a censura e criou um tribunal para julgar crimes de segurança nacional; sua polícia secreta torturou e matou milhares de pessoas. Em 1938, Mussolini deportou 7 mil judeus para os campos de concentração nazista. Sua aliança com Hitler na 2ª Guerra matou mais de 400 mil italianos.

Perdoem-me relembrar fatos tão conhecidos, ao alcance de qualquer estudante, mas parece necessário falar do óbvio quando ser antifascista se tornou sinônimo de terrorista para Jair Bolsonaro. Os direitos universais à vida, à liberdade, à democracia, à integridade física, à livre expressão, conceitos antifascistas por definição, pareciam consenso entre nós, mas isso se rompeu com a eleição de Bolsonaro. O desprezo por esses valores agora se explicita em manifestações, abraçadas pelo presidente, que vão de faixas pelo AI-5 – o nosso ato fascista – ao cortejo funesto das tochas e seus símbolos totalitários, aqueles que aprendemos com a história a repudiar. Jornalistas espancados pelos atuais “camisas negras” estão entre as cenas dessa trajetória.

A patética lista que circulou depois que o deputado estadual Douglas Garcia(PSL-SP) pediu que seus seguidores no Twitter denunciassem antifascistas mostra que o risco é mais do que simbólico. Depois do selo para proteger racistas criado pela Fundação Palmares, e das barbaridades ditas pelo seu presidente em um momento em que o mundo se manifesta contra o racismo, e que lhe valeram uma investigação da PGR, essa talvez seja a maior inversão de valores promovida pelos bolsonaristas até aqui.

A ameaça contida na fala presidencial e na iniciativa do deputado, que supera a lista macartista pois não persegue apenas os comunistas, tem o objetivo óbvio de assustar os manifestantes contra o governo e de açular as milícias contra supostos militantes antifas, dos quais foram divulgados nome, foto, endereço e local de trabalho.

É a junção dos “camisas negras” com a Polícia Militar, que já se mostrou favorável aos bolsonaristas contra os manifestantes pela democracia no domingo passado em São Paulo e no Rio de Janeiro. E que vem praticando o genocídio contra negros impunemente no país desde sua criação, na ditadura militar, muitas vezes com a cumplicidade da Justiça, igualmente racista.

Como disse Mirtes Renata, a mãe de Miguel, o menino negro de 5 anos que foi abandonado no elevador pela patroa branca de sua mãe, mulher de um prefeito, liberada depois de pagar fiança de R$ 20 mil reais, “se fosse eu, a essa hora já estava lá no Bom Pastor [Colônia penal feminina em Pernambuco] apanhando das presas por ter sido irresponsável com uma criança”. Irresponsável. Note a generosidade de Mirtes com quem facilitou a queda de seu filho do 9º andar.

Neste próximo domingo, os antifas vão pras ruas. Espero não ouvir à noite, na TV, que a culpa da violência, que está prestes a acontecer novamente, é dos que resistem como podem ao autoritarismo violento. Quem quer armar seus militantes, e politizar forças de segurança pública, está no Palácio do Planalto. É ele quem precisa desembarcar. De preferência de uma forma mais pacífica do que planejam os fascistas para mantê-lo no poder.

Por: Marina Amaral, codiretora da Agência Pública

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