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Homenagem

O dia em que o circo chorou

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Um relato sobre Matias Ziatriko, uruguaio cruelmente assassinado em Rondônia.

Era 08h horas da manhã, do sábado (8 de abril) e ele estava contente. Conversando sobre política e outras questões da vida nas ruas num posto de gasolina na região norte do Brasil, Matias acabou irritando um jovem, que estava passando de carro no local. A discussão terminou com 10 tiros a queima roupa e o assassinato intolerante e xenofóbico do uruguaio, que viajava trabalhando com a arte circense pelo Brasil e pela América Latina.

A artista Samira Lemes, que têm ajudado a família a conseguir os recursos para levar Matias ao Uruguai, conta que ele era um jovem de muita paz e serenidade, e servirá de inspiração para  muitos. “Ele semeava amor. E temos que mostrar que esses artistas de rua são os anjos do mundo. São os ‘busca vidas’. Se doam para mudar essa realidade do mundo.”

Filho de família humilde, ele perdeu a vida aos 29 anos em Ji-Paraná, enquanto falava sobre ser artista de rua, profissão da qual conheceu já adulto, após ter trabalhado em muitas outras e ter descoberto e aperfeiçoado seu dom ao longo dos últimos 10 anos. Neste momento, eles tentam o traslado de seu corpo e toda ajuda é bem vinda. Samira têm feito esforços para que seja possível enterrá-lo em seu lar e contribuições podem ser feitas através da conta dela no Banco Itaú (Agência 1538 / Conta Corrente: 56996-1) .

Porém, este texto não é sobre o ódio e a intolerância crescente, e sim um tributo de força às artes. As palavras derramadas aqui são para combater o esquecimento. Para que a memória de Matias se espalhe pelos quatro cantos do país e seja lembrada, para que a história nunca mais se repita. Hoje somos circo, somos povo, América Latina, e é o nosso sangue que escorre pelas ruas de Ji-Paraná. Que a arte vença o ódio!

Abaixo, mensagens anônimas de homenagens feitas pelos amigos de Matias, que foram coletadas e cedidas por Samira, e o manifesto sobre o caso:

 “Morto por ser artista independente, morto por trabalhar na rua, julgado por ser a rua o seu palco, ganha um tiro no peito por não aceitar que digam que a arte de rua não é arte”

Foto: Samira Lemes

“Matias, pessoa humilde, um malabarista excepcional, perdeu a vida pela intolerância, pela ignorância, pelo conservadorismo, pelo julgamento, por um indivíduo que sacou uma arma e atirou 10 vezes, indivíduo esse que lhe disse que malabarista de rua não é artista, indivíduo que fugiu em seu Corolla prata, indivíduo que provavelmente apoiou seu julgamento em projetos de lei que proíbe a livre atuação do artista na rua, que marginaliza e descredibilizada o nosso papel na arte! Quem perde são os familiares, são os amigos, são os artistas que o admirava, são as crianças que não vão mais ver suas habilidades, é essa sociedade doente que julga e mata! Dói, dói pensar que nossa luta não pode impedir que aquele gatilho fosse puxado, dói saber que a cada sinal fechado uma pessoa pode estar nos julgando e menosprezando algo que poderia ser a salvação dessa sociedade patológica, dói pensar no medo que sentimos do que serão nosso dias, assombrados por hoje, dia que se vai um colega, uma referência de artista, uma esperança de um mundo melhor…. Dói!!! Luto!!!” 

 

“Hoje recebi a infeliz notícia do assassinato de um grande amigo nosso. Nosso porque ele jamais seria pessoa para se fazer referência assim no singular: “meu”, “teu”, “dele”. Um artista de rua que cativava as pessoas com a sua risada solta, a sua simplicidade incorporada e a sua conversa boa. Amava a arte, assim como amava levar esta para o mundo. Por estas motivações escolheu a rua como o seu palco, o cidadão comum como seu público. Os intervalos do semáforo era o tempo suficiente para o encanto da sua arte contagiar. Amava as crianças e sempre que podia estava perto delas, levando um pouco da sua alegria, da sua espontaneidade e também da sua criatividade.

Ontem, Matias, foi assassinado por mais uma destas pessoas intolerantes à arte, intolerantes ao amor, intolerantes a qualquer modo de pensar e viver fora deste padrão consumista comandado pelo capital. Que Deus, olhe com amor para as pessoas que incentivam e cometem os crimes de intolerância. Somos uma sociedade doente. E enquanto não pararmos para compreender as razões disto jamais estaremos aptos para dar um passo a frente na transformação moral(cívica) da humanidade. Estamos todos doentes enquanto humanidade e nos entupimos de armas, de remédios, de ódio, de inveja, de orgulho, de vaidade, de comida, de roupas, de sapatos, de imagens, de egocentrismo, de comida, de revistas, de falsas verdades que são comprovadas pela ciência e atestada pelo médico, pelo psiquiatra ou mesmo pelo jornalismo barato que diariamente adentra a nossa casa.

Radical é este mundo que tem seu maior lucro na indústria armamentista. O segundo maior lucro na indústria farmacêutica. O terceiro maior deve ser do ramo dos agronegócios ou da exploração energética. Todos estes ramos muito bem polidos e apresentados pelo marketing midiático. Estamos radicalmente doentes, mas quem se importa com isto? Ninguém se importa, porque sempre estamos aptos a criticar o colega ao nosso lado e jamais em reformar o nosso ego inflado. Não acredito em discursos radicalizados sejam de esquerda ou direita. Não quero saber de falatório de coxinhas e tão pouco de mortadelas. Matias, presente!

“Acredito em práticas individuais. Acredito no coração que pulsa ardente dentro deste nó no peito. Porque em todo coração existe uma o razão em ação. Um dia quem sabe, todos nós, consigamos ser mais estas mudanças que gostaríamos de ver no mundo.”

“Hoje recebi umas das piores notícias que alguém pôde receber; um amigo morreu. O primeiro que qualquer um ia pensar é “porque?” Mas a galera já tá ligada das injustiças da vida. Matias Galindez morreu ontem 8 de abril de 2017 nas mãos do Thiago Fernandez num posto da cidade de Ji-Paraná. Aos 29 anos, Matias já tinha conhecido muito da nossa Latinoamerica, faz mas de 7 anos que ele viajava e os últimos anos esteve pelo Brasil, o mesmo Brasil que viu ele soltar o ultimo respiro. Ele foi mais do que um amigo, foi companheiro, lutador da vida, um filho, um irmão, sem dúvida um artista e acima de tudo uma grande pessoa.  Era só mais um dia de trampo onde ele falava com um parceiro do “que é arte na real?” fazendo com que alguém que passava lá se achasse com o direito de atirar dez vezes contra ele só por ter uma opinião diferente, e fugir. Foi na normalidade do dia a dia onde alguém acha que pode tirar a vida de mais alguém sem se-sentir culpado, por ser quem ele era, viver como vivia, fazer o que fazia, arte na rua. O circo do mundo inteiro ta de luto hoje, foi embora um amigo, companheiro, um grande mesmo. Me dói a nossa humanidade. Até a próxima irmão, valeu.”

Manifesto latinoamericano e internacional sobre o caso, em espanhol:

 

” El 8 de abril, Matías Galindez Rodríguez (Matías Ziatriko), malabarista y viajero uruguayo de 29 años, conversaba con un amigo sobre lo que es SER ARTISTA CALLEJERO. Ambos se encontraban en una estación de servicio en Ji-Paraná, Rondonia, Brasil, cuando THIAGO FERNANDES, que pasaba por ahí, intervino en la misma alegando que los malabares no son arte. Posteriormente THIAGO FERNANDES sacó un arma y disparó 10 VECES A QUEMA ROPA contra Matías, huyendo en un auto Corola color plata. Matías, fue socorrido por los bomberos y llevado al hospital en donde su vida se apagó.

THIAGO FERNANDES de 19 años, quien actualmente se encuentra prófugo, es hijo de dos grandes autoridades del lugar y ya ha cometido otros asesinatos. Ante la corrupción y el abuso constante de autoridad que vivimos diariamente, nuestra palabra no tiene peso, nuestro camino no vale, nuestra elección no es valida, nuestra opinión no cuenta.

A pesar de nuestra innegable presencia en las calles, en las plazas, en los parques de toda latinoamerica se nos siguen marginando, prohibiendo, reprimiendo. Hoy es triste decirlo pero defender la bandera del arte callejero te puede costa la vida. A Matías se lo llevó esa intolerancia encubierta de civilidad. Vivimos en un mundo absurdo en que Es mas dificil conseguir un permiso para ejercer el arte en la via publica que comprar un arma y de sentirse con la autoridad de disparar a cualquiera que piense y viva diferente.

Somos conscientes que a Matías se lo llevo el odio: el odio a la libertad de poder elegir un modo de vida alternativo, autónomo, y anti sistema que nutre de sueños, de pasiones, de desafios. Asi es la vida de los artistas callejeros. Es una lucha constante. Es la paradoja entre saber lo que generamos, la sorpresa de un niño, la sonrisa de un anciano y ese odio que se engendra en la ignorancia de quienes nos tildan de vagos y desempleados por tener una idea diferente de lo que es el buen vivir.

ALGO DEBE QUEDAR BIEN CLARO A MATIAS LO ASESINARON violenta e impunemente por defender lo que eligió ser: Un artista callejero que entiende el arte como herramienta de transformación, como un derecho intrínseco en los seres humanos, como algo que debe ser accesible para todos. Desde toda Latinoamérica, Europa y el mundo exigimos JUSTICIA PARA MATIAS. Que su muerte no quede impune y quien apagó su vida pague por sus acciones ante las leyes humanas, pues sabemos que la sabiduría del universo le devolverá sus acciones.

Como artistas callejeros, como viajeros, como ciudadanos del mundo que somos exigimos ser respete un estilo de vida que no solo trasciende frontera sino que es patrimonio cultural de los pueblos. Siempre hemos existido. Luchamos día a día por reinvidicar nuestro rol en la sociedad. Nos resistimos a formar parte de este sistema capitalista/patriarcal de odio, violencia y sometimiento que adoctrina día a día a través de los medios de desinformación.

Los artistas callejeros RESISTIMOS desde el semáforo, desde un ruedo en la plaza, desde una ocupación, desde el humor, desde la colaboración voluntaria a la gorra, desde la autogestión y desde la organización colectiva y cooperativa.

Desde el arte callejero creemos, así como lo creía y vivía Matías, que una sociedad tolerante, inclusiva, amorosa y libre de prejuicios es posible. Hacemos un llamado a las autoridades pertinentes: Consulado, Cancillería, Ministerio de Relaciones Exteriores y a todos los que puedan contribuir de alguna manera a que se haga justicia. Hasta ahora sabemos que la madre y el hermano están en Ji-Paraná haciendo las averiguaciones para el traslado del cuerpo a su país. BASTA DE PREJUICIO Y REPRESION POLICIAL CONTRA LOS ARTISTAS CALLEJEROS DESDE SIEMPRE EN LAS CALLES DEL MUNDO LARGA VIDA AL ARTE CALLEJERO.”

Foto: Samira Lemes

 

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7 Comments

7 Comments

  1. Luciano OliVeira

    11/04/17 at 15:15

    Triste notícia! Que a família do Matías tenha muita paz. Que se faça justiça. Que se puna o assassino!

  2. Pingback: O assassinato do artista de rua uruguaio Matias Ziatriko em Ji-Paraná/RO | Beto Bertagna a 24 quadros

  3. Pingback: Artista de rua LUTO! | Clandestinas

  4. ROSana

    14/04/17 at 21:29

    10 tiros! Uma execução, me custa acreditar que uma pessoa tenha coragem de matar um ser humano, puxar 10 vezes um gatilho! Mais tem gente assim… estou chocada com a intolerância e o ódio, um filho da classe média da cidade e que certamente ficará impune! Onde iremos parar?

  5. Madge Porto

    15/04/17 at 16:19

    Muita tristeza eu sinto agora. Que mundo é esse?!

  6. Eduardo Gonzalez...

    18/04/17 at 16:51

    Oiiiiiiiii samiraaaaa … amiga…… ehhh muita saudade de matias….. ahhh foi umaa maldade…….. lembro as coisas compartidas com ele… y non pode creer.. Bueno gracias amiga por mover tus contactos y lograr un poco de defusionnnnnnnnnn… Sempre quedara en meu corazao………. se que a justicia no devolvera a matias…. a vida… mais agora q el cara q fue asesino se entregou… debera pagar de cierta formaaaaaa … Nada mas Gracias amigaaaaaa,,, Y a Seguir soñando para q esto no sucedaaaaaaaa mais…………… POR MATIAS!!!!!!!!!!!!!

  7. Samira Lemes

    13/10/17 at 11:43

    Meu amigo Matias se foi, mas sua historia continua e a luta dele é a nossa luta!!
    não nos esquecemos!!!! Os nossos mortos tem voz!!!!
    Hoje minha prece é que um pouco de justiça seja feita!!!!
    http://www.rondoniatual.com/destaques/id-663284/ji_parana___acusado_de_matar_uruguaio_matias_vai_a_juri_popular

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Homenagem

“Malditas sejam todas as cercas!” Perdemos um pescador de almas e semeador de vidas

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Malditas sejam todas as cercas!
Malditas todas as propriedades privadas que
nos privam de viver e de amar!
Malditas sejam todas as leis, amanhadas por
umas poucas mãos, para ampararem cercas e
bois e fazerem da terra escrava e escravos os
homens!

Pedro Casaldáliga, poeta do Araguaia


“Quem fica na floresta um dia, quer escrever uma enciclopédia; quem passa 5 anos, fica em silêncio para perceber o quanto é profunda e complexa a Criação.”

OFERTÓRIO
Fragmento da Missa dos Quilombos, escrita por Dom Pedro Casaldáliga em colaboração com o poeta Pedro Tierra.

Na cuia das mãos

trazemos o vinho e o pão,

a luta e a fé dos irmãos,

que o Corpo e o Sangue do Cristo serão.

O ouro do Milho

e não o dos Templos,

o sangue da Cana

e não dos Engenhos,

o pranto do Vinho

no sangue dos Negros,

o Pão da Partilha

dos Pobres Libertos.

Trazemos no corpo

o mel do suor,

trazemos nos olhos

a dança da vida,

trazemos na luta,

a Morte vencida.

No peito marcado

trazemos o Amor.

Na Páscoa do Filho,

a Páscoa dos filhos

recebe, Senhor.

Trazemos nos olhos,

as águas dos rios,

o brilho dos peixes,

a sombra da mata,

o orvalho da noite,

o espanto da caça,

a dança dos ventos,

a lua de prata,

trazemos nos olhos

o mundo, Senhor!

–Na palma das mâos trazemos o milho,

a cana cortada, o branco algodão,

o fumo-resgate, a pinga-refúgio,

da carne da terra moldamos os potes

que guardam a água, a flor de alecrim,

no cheiro de incenso, erguemos o fruto

do nosso trabalho, Senhor! Olorum!

O som do atabaque

marcando a cadência

dos negros batuques

nas noites imensas

da África negra,

da negra Bahia,

das Minas Gerais,

os surdos lamentos,

calados tormentos,

acolhe Olorum!

—Com a força dos bracos lavramos a terra

cortamos a cana, amarga doçura

na mesa dos brancos.

— Com a força dos braços cavamos a terra,

colhemos o ouro que hoje recobre

a igreja dos brancos.

—Com a força dos braços plantamos na terra,

o negro café, perene alimento

do lucro dos brancos.

—Com a força dos braços, o grito entre os dentes,

a alma em pedaços, erguemos impérios,

fizemos a América dos filhos dos brancos!

A brasa dos ferros lavrou-nos na pele,

lavrou-nos na alma, caminhos de cruz.

Recusa Olorum o grito, as correntes

e a voz do feitor, recebe o lamento,

acolhe a revolta dos negros, Senhor!

—Trazemos no peito

os santos rosários,

rosários de penas,

rosários de fé

na vida liberta,

na paz dos quilombos

de negros e brancos

vermelhos no sangue.

A Nova Aruanda

dos filhos do Povo

acolhe, Olorum!

Recebe, Senhor

a cabeça cortada

do Negro Zumbi,

guerreiro do Povo,

irmão dos rebeldes

nascidos aqui,

do fundo das veias,

do fundo da raça,

o pranto dos negros,

acolhe Senhor!

Os pés tolerados na roda de samba,

o corpo domado nos ternos do congo,

inventam na sombra a nova cadência,

rompendo cadeias, forçando caminhos,

ensaiam libertos a marcha do Povo,

a festa dos negros, acolhe Olorum!

“Não é só imoral cobrar a dívida externa, também é imoral pagá-la, porque, fatalmente, significará endividar progressivamente os nossos povos”

NOTA DE FALECIMENTO DE
DOM PEDRO CASALDÁLIGA PLA, CMF

A Prelazia de São Félix do Araguaia (Mato Grosso, Brasil), a Congregação dos Missionários Filhos do Imaculado Coração de Maria (Claretianos) e a Ordem de Santo Agostinho (Agostinianos) comunicam o falecimento Dom Pedro Casaldáliga Pla, CMF, Bispo Emérito da Prelazia de São Félix do Araguaia (Mato Grosso) e Missionário Claretiano, ocorrido neste
dia 08 de agosto de 2020 às 9:40 horas
(horário de Brasília), na cidade de Batatais, estado de São Paulo, Brasil.

Informações detalhadas com:
Pe. Ronaldo Mazula, CMF, celular/WhatsApp (11) 9.7173-7755, com Pe. Brás Lorenzetti, CMF, celular/whatsApp (16) 99257-6513 ou ainda 16 99176 8284(Pe. Luiz Botteon).No site www.claretiano.edu.br/dompedro
Nas redes sociais (https://www.instagram.com/casaldaliga_claretiano/ e https://www.facebook.com/pedro.casaldaliga.184)
O velório acontecerá em três locais:
1 – Em Batatais – SP
O corpo de Dom Pedro Casaldáliga, CMF, será velado, no dia 08 de agosto de 2020, a partir das 15 horas na capela do Claretiano – Centro Universitário de Batatais, unidade educativa dirigida pelos Missionários Claretianos, situada à rua Dom Bosco, 466, Castelo, Batatais, São Paulo, Brasil. Informações: 16.3660-1777.
A missa de exéquias será celebrada, em Batatais, no dia 09 de agosto de 2020 às 15h, no endereço acima e será aberta ao público em geral, além de ser transmitida ao vivo pelo link https://youtu.be/spto8rbKye0. O link estará aberto para que outros veículos de comunicação possam retransmitir.

2 – Em Ribeirão Cascalheira – MT
O corpo de Dom Pedro Casaldáliga, CMF, será velado no Santuário dos Mártires, a partir do dia 10 de agosto, sem previsão de horário de chegada do corpo. Informações: telefone 66 – 98420 – 2253 Pe. Tiago.

3 – Em São Félix do Araguaia – MT
O corpo de Dom Pedro Casaldáliga, CMF, será velado no Centro Comunitário Tia Irene. O sepultamento será em São Félix do Araguaia.
SEM PREVISÃO DE DIA, POIS ANTES PASSARÁ POR RIBEIRÃO CASCALHEIRA. Informações: com Pe. Saraiva telefone: 31 – 99677 – 4875.


Foto: Douglas Mansur

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Homenagem

Homenagem ao cineasta e professor Valdir Baptista

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Valdir Baptista, que morreu de infarto em São Paulo, era um grande lutador pelas causas sociais, pela comunicação e pelo cinema brasileiro. Ele foi, por exemplo, um dos diretores do filme “Memórias da Boca” (2014) e desenvolveu diversas pesquisas sobre temas como Fausto no Cinema e Vídeo em Saúde Pública.

Jornalista, Mestre em Comunicação e Semiótica, Doutor em Saúde Pública e Pós-Doutorando pela ECA-USP, Valdir foi coordenador do Curso de Rádio e Televisão e de Cinema da Universidade Anhembi-Morumbi e professor da FIAM-FAAM-FMU, onde, depois das aulas, tive o prazer de dividir com ele longos papos sobre política e várias cervejas em noites de sexta na Rua Vergueiro. Vez ou outra ainda nos trombávamos em manifestações de rua pela democracia.

Ele também deu aulas na pós-graduação do Celacc (Centro de Estudos Latino-Americanos sobre Cultura e Comunicação da ECA-USP), onde firmou parcerias com Angola, e na Universidade de São Paulo. Atualmente ele ainda colaborava como professor da disciplina Conceitos e Gêneros do Jornalismo, na ECA-USP. Os alunos de sua última turma, interrompida pela pandemia do novo coronavírus publicaram uma homenagem a ele que trazemos abaixo:

 

HOMENAGEM DOS ALUNOS DE JORNALISMO DA USP

Olá, somos os alunos do 3º semestre do curso de Jornalismo da ECA e tivemos a oportunidade de cursar a disciplina Conceitos e Gêneros do Jornalismo com o professor Valdir Baptista durante este semestre. Apesar da interrupção das aulas presenciais, pudemos aprender muito neste período e admirar o trabalho e a pessoa do professor Valdir, sempre muito dedicado e solícito no ensino e atendimento de cada aluno. Seu cuidado em responder o email de cada um de nós, sua delicadeza e sua terna compreensão com nossas dificuldades neste momento de pandemia serão sempre lembrados.

Ficamos continuamente impressionados e admirados com seu extenso conhecimento, tão generosamente compartilhado conosco através de suas aulas, recomendações e referências. Lembraremos dele com muito carinho, e gostaríamos de prestar nossa solidariedade à sua família e desejar muita força neste momento extremamente difícil.

 

 

 

Em seu perfil no Facebook, (https://www.facebook.com/valdir.baptista.92), vários outros colegas e amigos deixarem mensagens carinhosas e de saudades, como Lucio Agra:

Tentando arrumar o caos de palestras e eventos dos quais participei ao longo dos anos, para arranjar uma lista disso no meu canal, topei com este, da nossa mesa no ano passado em São Paulo, em homenagem à nossa querida Jerusa que nos deixou. Jamais imaginaria que agora ia fazer o obituário aqui do Valdir Baptista, querido amigo que a essa altura já deve estar batendo papo sobre cinema com Jerusa e o também querido e saudoso Carlão Reichenbach, já falecido há alguns anos.

A morte de Valdir é irreparável perda pois se tratava de um um homem de raro saber e de grande generosidade.

Dele posso dizer que talvez a dedicação ao trabalho tenha abreviado a vida, tão ansioso que era de sempre estar à altura de todas as tarefas que se impunha. Não há como comparecer pessoalmente para prantear o amigo, mas penso nele como alguém que sempre estará na nossa lembrança, pessoa excepcional que era. Estou realmente muito triste com essa notícia.

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Copa do Mundo

OSVALDO ANTÔNIO DOS SANTOS – Morre um herói da nação brasileira, vítima da Covid-19

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OSVALDO ANTÔNIO DOS SANTOS – 14/08/1939 – 10/04/2020

OSVALDO ANTÔNIO DOS SANTOS 14/08/1939 – 10/04/2020

Nascido em 14 de Agosto de 1939, na Cidade de Arapuã, MG, Osvaldo Antônio dos Santos era filho de Gaspar Silvério de Oliveira e Maria Antônia dos Santos. Teve uma longa carreira profissional em várias empresas brasileiras e estrangeiras.

Militante da Vanguarda Popular Revolucionária, a VPR, de Carlos Lamarca, Osvaldo “Portuga”, como Osvaldo Antônio dos Santos era conhecido, foi preso em 23 de janeiro de 1969 juntamente com Pedro Lobo de Oliveira, Ismael de Souza e Hermes Camargo em uma chácara nas proximidades de Itapecerica da Serra. No local, os quatro foram surpreendidos pela Polícia Militar de Itapecerica da Serra e levados ao Quartel do II Exército, no Ibirapuera.

Da prisão no quartel, Osvaldo Antônio dos Santos foi transferido para o DEOPS, onde permaneceu até 13 de novembro de 1969 quando, junto com outros detentos, deu entrada no Carandiru onde ficou até 8 de dezembro de 1969. A última escala foi no Presídio Tiradentes, de onde saiu no dia 16 de junho de 1970.

A liberdade, porém, não veio fácil. Em 11 de junho de 1970, enquanto as atenções do país estavam voltadas para a Copa do México, o embaixador da Alemanha Ocidental, Ehrenfried Anton Theodor Ludwig Von Holleben, era sequestrado no Rio de Janeiro, numa ação conjunta da Ação Libertadora Nacional (ALN) e da Vanguarda Popular Revolucionária (VPR). As organizações guerrilheiras exigiram a libertação de 40 presos políticos, entre os quais estava o “Portuga”, que deveriam ser levados em voo fretado para a Argélia. Um manifesto contra a Ditadura foi divulgado em todas as redes de rádio e TV, furando a rigorosa censura imposta pelos militares.

 

Banido do território nacional, Osvaldo Antônio dos Santos chegou à Argélia e lá residiu por três meses. Posteriormente dirigiu-se a Cuba onde esteve de 1970 a 1971. Morou em Moçambique e na Alemanha. Retornou a Brasil com a Anistia Política. Foi casado com Denise Oliveira Lucena com quem teve dois filhos: Valter Bruno de Oliveira Santos e Renan Oliveira dos Santos.

Seu estado de saúde era delicado, pois teve câncer de próstata e apresentava um quadro de doença de Alzheimer. Faleceu nesta madrugada (10/04) vitimado pelo Covid-19. Estava internado no Hospital de Referência Emílio Ribas.

Não acontecerá o velório devido à letalidade da doença. O corpo de Osvaldo Antônio dos Santos será cremado em Embu das Artes, no Crematório Memorial Parque Paulista.

 

OSVALDO ANTÔNIO DOS SANTOS, PRESENTE!

 

 

 

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