Greve do Metrô em São Paulo começa hoje

Foi aprovado em assembleia do Sindicato dos Metroviários, na noite desta quarta-feira (17), greve de 24h no metrô da capital paulista.

A paralisação é em protesto a privatização das linhas 5 e 17 do Metrô.

Esta semana, a juíza Carolina Martins Clemência Duprati Cardoso, da 11ª Vara da Fazenda Pública de São Paulo, em despacho à ação civil pública proposta pela Ferrofrente, deu 72 horas ao Governo para que preste esclarecimentos sobre a licitação em andamento.

O processo ajuizado pela Ferrofrente questiona o fato de que não houve estudo algum indicando ser mais vantajoso à sociedade a concessão na forma feita pelo Governo.

De acordo com o sindicato “Nos fundamentos da ação, a Frente salienta que o Estado tem uma empresa para operar o modal metroviário: a Companhia do Metropolitano de São Paulo, Metrô. Em vez de utilizar a estrutura própria, entretanto, terceiriza a operação das linhas para empresas privadas. Outro aspecto considerado danoso é que, segundo a Ferrofrente, “apesar da grande lucratividade, a licitação está sendo oferecida ao valor de uma outorga irrisória”. Isso significa que as empresas poderão vencer a licitação pagando ao Estado cerca de R$ 200 milhões, mas garantindo lucros bilionários.”

Segundo o presidente da Ferrofrente, o engenheiro José Manoel Ferreira Gonçalves, é fundamental que haja maior transparência no processo, de forma que a sociedade tenha acesso a todas as informações que envolvem a licitação. O dirigente lamenta ainda a “implantação de uma política neoliberal devastadora dos deveres e regulação do Estado”, a qual deixa a sociedade à mercê dos interesses mercadológicos.

Confira manifesto dos metroviários:

“A direção do Metrô numa atitude desesperada e irresponsável, junto com o governo Alckmin, está mentindo para a categoria diante da vergonhosa Privatização das Linhas 5 e 17.

Esse processo fraudulento que tenta entregar o patrimônio público foi todo feito com participação da direção do Metrô num processo de cartas marcadas, tendo como ganhador a CCR.

O Sindicato construiu um fórum de luta contra a privatização que construiu diversas atividades em comum, como um manifesto contra a privatização, carta aberta, ato do dia 19 em frente a bolsa de valores, etc.

No terreno juridico, estamos com diversas ações questionando os absurdos dessa privatização como afronta ao interesse público, lesão econômica ao patrimônio, a ilegalidade e a violação à moralidade administrativa, além de comprometimento do caráter competitivo da concorrência.

O governo já divulgou suas intenções. Não da pra confiar na direção da empresa!

Pretendem entregar as linhas 5 e 17 neste momento e em seguida a linhas 15. Já ameaçam a entrega da linha 2, que se somarão as linhas 4 e 6 que ja são privatizadas. Na prática ficará somente as linhas 1 e 3 sendo operadas pelos metroviários, que nesse cenário poderão ser privatizadas mais facilmente.

Os metroviários estão diante do seu maior ataque, a destruição completa do Metrô e diferente do que diz a direção da empresa, haverá sim muitas demissões caso esse projeto privatista siga em frente.

Ninguém deve seguir as orientações do Metrô de comparecer ao trabalho, sejam os supervisores, P.Os de OTs, etc e muito menos acreditar nas mentiras expressas nos comunicados do Metrô e nas cartas enviadas para a casa dos metroviários. Siga somente as orientações do sindicato!

Tudo isso não passa de conduta antissindical, atitude ilegal e de desespero porque estamos conseguindo avançar e temos condições de impedir a privatização do Metrô. Nesse momento a nossa greve de 24h é mais um passo estratégico para afundar os planos do governo e da direção do Metrô.

Sindicato dos Metroviários SP

Texto e foto: Larissa Gould, Jornalistas Livres.

COMENTÁRIOS

POSTS RELACIONADOS