Dos que voam, de quem anda.
Há linhas distintas entre os seres, se cruzam, se enlaçam, separam, distinguem. Sei que as ví, há. Existir é verbo pleno, um plano.
Das borboletas, do latim papilio, os lepidópteros, sei que nem tantas voarão quando o inverno passar. É assim mesmo, aprendi, quando há tristeza menos cores voam, menos sonharão entre a água e a terra no ciclo seguinte.
Mas borboleta não cessa ou desiste, existe apenas, pupa, voa e conclui.
O poeta Manoel de Barros, imaginou certa feita o mundo visto de uma borboleta,
…seria, com certeza,
um mundo livre aos poemas.
Daquele ponto de vista:
Vi que as árvores são mais competentes em auroras do que os homens.
Vi que as tardes são mais aproveitadas pelas garças do que pelos homens.
Vi que as águas têm mais qualidade para a paz do que os homens.
Vi que as andorinhas sabem mais das chuvas do que os cientistas.
Bem, nem sei o que virá de normal entre nossas anormalidades, fico com o primeiro tema do Mistério do Mundo, de Fernando Pessoa, quero fugir ao mistério
Para onde fugirei? Ele é a vida e a morte
Ó Dor, aonde me irei?
imagens por helio carlos mello©
Uma resposta