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A taxa de juros na origem da luta política de hoje

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“Não adianta choro, ô parceiro. Que nesse jogo só ganha o banqueiro.” (Zeca Pagodinho na composição de Nei Lopes e Sereno)

A taxa de juros tem o poder de: (i) concentrar a renda, (ii) deteriorar as contas públicas e (iii) desestabilizar politicamente quem tenta corrigi-la. Apesar dessas características, a taxa de juros é muito pouco entendida e discutida. Esse texto contextualiza essas questões no Brasil atual.

Mas vamos começar pelo começo.

Quando falei juros, em que você pensou? Nos juros do cheque especial? Do cartão de crédito? Do crediário? Do financiamento do automóvel ou da casa própria? Bem, esses juros, se você não tomar cuidado, têm o poder de comprometer seu bolso e sua vida.

Mas existe outra taxa de juros que é ainda mais potente. E o pior é que raramente nos damos conta dela e de seu poder de destruição. É a taxa de juros que o governo tem de pagar. Junto com os gastos com a educação, com a saúde, com os investimentos em infra-estrutura e assim por diante, estão os gastos com juros, que podem comprometer o bolso do governo e a sua vida e a minha vida e a vida de quase todos nós.

Quando as pessoas ou as empresas ficam devendo dinheiro para um banco ou para um agiota são obrigadas a pagar juros. De forma semelhante, o governo brasileiro acumulou dívidas (aqui me refiro ao conjunto dos governos federal, estaduais e municipais) e é obrigado a pagar juros. A diferença é que, ao invés de fazer um empréstimo, o governo vende títulos para bancos, empresas, fundos de investimentos, pessoas físicas, etc. O governo, assim, paga juros para essas pessoas que compram seus títulos.

Mas como são determinadas as taxas de juros dos títulos do governo?

As taxas dos títulos do governo são calculadas a partir da taxa Selic. E esta é determinada pelo Banco Central, não é livremente definida pelo mercado. Aquela conversa dos economistas de oferta e procura por dinheiro não vale para a taxa Selic. O Banco Central determina a taxa de juros e ponto final. Ah, e o governo paga.

Todas as taxas de juros da economia sobem quando o Banco Central sobe taxa Selic. Essa é a razão de chamarmos a taxa Selic de taxa básica da economia brasileira. Seus movimentos são acompanhados pelas taxas do cheque especial, do cartão de crédito, e todas as outras taxas. Da mesma forma que influencia as taxas que o governo tem de pagar para quem emprestou para ele, para quem comprou seus títulos.

Para você ter um ideia se nossa taxa básica é alta ou baixa, vamos comparar nossa taxa atual de 14,15% ao ano com taxas vigentes em outros países em agosto de 2015.


1-IRYn5_CT0vV8nS2anl1gJwPorque nossa taxa é tão alta?

Há economistas que acreditam, ou pelo menos afirmam acreditar, que a taxa de juros é obra da natureza, qual uma semente de goiaba que brota, cresce e se torna uma árvore sem interferência humana. Para eles nada há a fazer senão lamentar que a natureza tenha sido tão cruel com os brasileiros para manter uma taxa “natural” de juros tão perniciosa. Outros, como eu, julgam que a taxa de juros é socialmente determinada, um acordo, uma convenção social. Talvez nem todos os brasileiros tenham sido chamados a opinar sobre esse acordo em torno do nível da taxa de juros, mas implicitamente a maioria está convencida de que, de fato, o Brasil merece sempre ter as taxas de juros mais altas do mundo. Isso torna o acordo viável, com juros demasiadamente onerosos, até o dia que a maioria entenda que a taxa de juros é um dos maiores entraves ao desenvolvimento econômico e social do nosso país.

Por que os juros deterioram as contas públicas?

No ano de 2015 até agosto, o governo gastou R$1,1 bilhão a mais do que arrecadou, esse resultado é chamado de déficit primário porque ainda não somamos a despesa com os juros que o governo tem que pagar por conta de sua dívida. Os juros nesses oito meses acumularam R$338,3 bilhões. Somando os dois temos o que se chama de resultado nominal, que é o resultado primário mais os juros. Assim o déficit nominal, total, do governo nesse ano até agosto foi de R$ 339,4 bilhões. Em outras palavras, 99,7% do déficit de 2015 até agosto é o gasto do governo com juros.

Você entendeu porque eu disse que os juros fazem um estrago danado nas contas públicas? Todo mundo fica falando que o governo gasta demais com salários, com programas sociais, até com a corrupção, mas o ralo mais evidente é a taxa de juros. E ninguém fala dela. Ou melhor, poucos falam dela. Certamente, você já ouviu muitas justificativas para a taxa de juros ser extremamente alta no Brasil. Mas já se ouviu algum economista afirmar que a dívida é alta porque a taxa de juros é alta?

Porque a taxa de juros concentra renda?

Já te assustei? Vou tentar piorar um pouco. Em doze meses, de setembro do ano passado até agosto desse ano, o governo gastou, com juros, R$484,4 bilhões. Esse gasto equivale a 8,45% do PIB. Ou seja, de tudo que o país produziu em um ano, que é o chamado Produto Interno Bruto, 8,45% foi usado para pagar juros para quem emprestou dinheiro para o governo.

Estamos numa batalha doida para economizar, tentando gastar menos do que arrecadamos, e vemos um sorvedouro enorme sugando quase meio trilhão de reais por ano de todos os brasileiros em direção ao bolso de quem tem títulos do governo. O economista Márcio Pochmann estimou que cerca de 20 mil famílias investem em títulos do governo. Assim, dos impostos de 205 milhões de brasileiros que vão para o governo, cerca de meio trilhão de reais por ano voltam para 20 mil famílias na forma de juros, que tal?

Além de altamente concentrador de renda o pagamento de juros causa outro problema para a economia do país. O dinheiro que vai para o bolso do trabalhador, por gasto social, por exemplo, volta para a economia porque ele consome o que ganha. Girando a economia, gerando impostos. Quando o recurso vai para os grandes investidores do mercado financeiro, na forma de juros, ele não é gasto, ele não entra novamente na economia para ajudá-la a girar, é acumulado, é esterilizado, no limite transforma-se em mais dívida, sem gerar impostos.

Esse gráfico mostra a taxa básica de juros da economia brasileira, taxa Selic, de outubro de 1994, primeiro ano do plano real, quando era 60% ao ano, até 01/10/2015 quando estava em 14,15% ao ano. A menor taxa da série foi exatamente no governo Dilma quando chegou a 7,11% ao ano, no final de 2012 e início de 2013. Reclamamos da taxa de hoje, mas veja que já foi muito pior. Em 1995, por exemplo, a taxa Selic acumulou 53% para uma inflação de 22%, o que dá uma taxa real, acima da inflação, de 25% no ano. Um capital de R$ 1.000 engordou um quarto, em um ano, para R$ 1.250, em termos reais.


1-Cn5TcL-Bm9-YKqOxRQaGQAPorque a taxa de juros desestabiliza politicamente quem tenta corrigi-la?

A tentativa, que foi bem sucedida temporariamente, de colocar a taxa de juros brasileira num nível semelhante ao resto do mundo foi feita pelo governo Dilma. Pela primeira vez, na história recente, assistimos a taxa Selic ficar próxima de 7% ao ano no final de 2012 e início de 2013. Muitos, como eu, acreditam que todos os eventos políticos, para inviabilizar o governo, que se iniciaram em 2013 e perduram até hoje, tem origem na queda da taxa de juros.

Os interesses contrariados com a queda dos juros são poderosos. A possibilidade de desconcentrar renda a partir daí era “assustadora”, pois a economia com os juros permitiria mais gastos sociais. O pacto de governabilidade com os bancos e empresários rompeu-se aí. A crise política de hoje tem origem nessa luta da elite para restabelecer a parcela que tradicionalmente recebe do governo e que tem na taxa de juros sua galinha dos ovos de ouro. Essa é a razão de eles defenderem um Banco Central independente.

Os dados desse texto foram extraídos de http://www.bcb.gov.br , especialmente do relatório http://www.bcb.gov.br/?ECOIMPOLFISC

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1 Comment

1 Comments

  1. Bacellar

    09/10/15 at 13:57

    Aleluia! Finalmente não estou mais falando sozinho sobre a relação Selic-Junho2013! E botem nessa conta aí também juro real (no mesmo período Dilma atacou o spread dos bancos privados via BB e CEF) e, evidentemente, assinatura do regime de partilha (ocorrida também no fim de 2012).

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Moradores da Maré são bailarinos em espetáculo com temporada na Suiça

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Foto: Andi Gantenbein, de Zurique, Suíça, para os Jornalistas Livres

Denúncias sobre os atuais tempos de antidemocracia, assassinatos da população preta, pobre e periférica e o da vereadora Marielle Franco aparecem em cartazes erguidos pelos bailarinos de “Fúria”, espetáculo de Lia Rodrigues, considerada uma das maiores coreógrafas brasileiras da atualidade e uma das mais engajadas na realidade política do país.

A foto é da noite deste sábado (16), durante apresentação do grupo brasileiro no ‘Zürcher Theaterspektakel’, em Zurique, Suíça.

No Brasil, Fúria estreou em Abril, no Festival de Curitiba. A montagem evidencia, de maneira crítica, relações de poder, desigualdades, e as interligações entre racismo e capitalismo.

O espetáculo foi concebido no Centro de Artes da Maré, na Maré, RJ. O local foi inaugurado em 2009, e o projeto nasceu do encontro de Lia Rodrigues Companhia de Danças com a Redes da Maré. Os bailarinos são moradores da favela e de periferias do RJ.

Fruto dessa mesma parceria é a Escola Livre de Dança da Maré que resiste, em meio ao caos do governo violento de Witzel contra as favelas do RJ.

 

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Temer/Kassab preparam ataque ao seu direito à Internet

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O método Temer de solapar direitos dos cidadãos brasileiros tem novo alvo: a Internet. Sem qualquer discussão prévia, os golpistas querem mudar a composição do Comitê Gestor da Internet.

A consulta pública determinada pelo governo, sem diálogo prévio com os membros do Comitê e com apenas 30 dias de duração, certamente pretende aumentar o poder e servir apenas aos interesses das empresas privadas. As operadoras de telefonia têm todo o interesse do mundo em abafar as vozes de técnicos, acadêmicos e ativistas que lutam pela neutralidade da rede, por uma Internet livre, plural e aberta.

Veja, abaixo, a nota de repúdio ao atropelo antidemocrático da consulta pública determinada por Temer/Kassab. A nota é da Coalizão Direitos na Rede que exige o cancelamento imediato desta consulta.

Nota de repúdio

Contra os ataques do governo Temer ao Comitê Gestor da Internet no Brasil

A Coalizão Direitos na Rede vem a público repudiar e denunciar a mais recente medida da gestão Temer contra os direitos dos internautas no Brasil. De forma unilateral, o Governo Federal publicou nesta terça-feira, 8 de agosto, no Diário Oficial da União (D.O.U.), uma consulta pública visando alterações na composição, no processo de eleição e nas atribuições do Comitê Gestor da Internet (CGI.br).

Composto por representantes do governo, do setor privado, da sociedade civil e por especialistas técnicos e acadêmicos, o CGI.br é, desde sua criação, em 1995, responsável por estabelecer as normas e procedimentos para o uso e desenvolvimento da rede no Brasil.

Referência internacional de governança multissetorial da Internet,

o Comitê teve seu papel fortalecido após a

promulgação do Marco Civil da Internet (Lei 12.965/2014)

e de seu decreto regulamentador, que estabelece que cabe ao órgão definir as diretrizes para todos os temas relacionados ao setor. A partir de então, o CGI.br passou a ser alvo de disputa e grande interesse do setor privado.

Ao publicar uma consulta para alterar significativamente o modelo do Comitê Gestor de forma unilateral e sem qualquer diálogo prévio no interior do próprio CGI.br, o Governo passa por cima da lei e quebra com a multissetorialidade que marca os debates sobre a Internet e sua governança no Brasil.

A consulta não foi pauta da última reunião do CGI.br, realizada em maio, e nesta segunda-feira, véspera da publicação no D.O.U., o coordenador do Comitê, Maximiliano Martinhão, apenas enviou um e-mail à lista dos conselheiros relatando que o Governo Federal pretendia debater a questão – sem, no entanto, informar que tudo já estava pronto, em vias de publicação oficial. Vale registrar que, no próximo dia 18 de agosto, ocorre a primeira reunião da nova gestão do CGI.br, e o governo poderia ter aguardado para pautar o tema de forma democrática com os conselheiros/as.

Porém, preferiu agir de forma autocrática.

Desde sua posse à frente do CGI.br, no ano passado, Martinhão – que também é Secretário de Política de Informática do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações – tem feito declarações públicas defendendo alterações no Comitê Gestor da Internet. Já em junho de 2016, na primeira reunião que presidiu no CGI.br, após a troca no comando do Governo Federal, ele declarou que estava “recebendo demandas de pequenos provedores, de provedores de conteúdos e de investidores” para alterar a composição do órgão.

A pressão para rever a força da sociedade civil no Comitê cresceu,

principalmente por parte das operadoras de telecomunicações,

apoiadoras do governo.

Em dezembro, durante o Fórum de Governança da Internet no México, organizado pelas Nações Unidas, um conjunto de entidades da sociedade civil de mais de 20 países manifestou preocupação e denunciou as tentativas de enfraquecimento do CGI.br por parte da gestão Temer. No primeiro semestre de 2017, o Governo manobrou para impor uma paralisação de atividades em nome de uma questionável “economia de recursos”.

Martinhão e outros integrantes da gestão Kassab/Temer também têm defendido publicamente que sejam revistas conquistas obtidas no Marco Civil da Internet, propondo a flexibilização da neutralidade de rede e criticando a necessidade de consentimento dos usuários para o tratamento de seus dados pessoais. Neste contexto, a composição multissetorial do CGI.br tem sido fundamental para a defesa dos postulados do MCI e de princípios basilares para a garantia de uma internet livre, aberta e plural.

Por isso, esta Coalizão – articulação que reúne pesquisadores, acadêmicos, desenvolvedores, ativistas e entidades de defesa do consumidor e da liberdade de expressão – lançou, durante o último processo eleitoral do CGI, uma plataforma pública que clamava pelo “fortalecimento do Comitê Gestor da Internet no Brasil, preservando suas atribuições e seu caráter multissetorial, como garantia da governança multiparticipativa e democrática da Internet” no país. Afinal, mudar o CGI é estratégico para os setores que querem alterar os rumos das políticas de internet até então em curso no país.

Nesse sentido, considerando o que estabelece o Marco Civil da Internet, o caráter multissetorial do CGI e também o momento político que o país atravessa – de um governo interino, de legitimidade questionável para empreender tais mudanças –

a Coalizão Direitos na Rede exige o cancelamento imediato desta consulta.

É repudiável que um processo diretamente relacionado à governança da Internet seja travestido de consulta pública sem que as linhas orientadoras para sua revisão tenham sido debatidas antes, internamente, pelo próprio CGI.br. É mais um exemplo do modus operandi da gestão que ocupa o Palácio do Planalto e que tem pouco apreço por processos democráticos.

Seguiremos denunciando tais ataques e buscando apoio de diferentes setores,

dentro e fora do Brasil,

contra o desmonte do Comitê Gestor da Internet.

 

8 de agosto de 2017, Coalizão Direitos na Rede

 

Notas

1 A Coalizão Direitos na Rede é uma rede independente de organizações da sociedade civil, ativistas e acadêmicos em defesa da Internet livre e aberta no Brasil. Formada em julho de 2016, busca contribuir para a conscientização sobre o direito ao acesso à Internet, a privacidade e a liberdade de expressão de maneira ampla. O coletivo atua em diferentes frentes por meio de suas organizações, de modo horizontal e colaborativo. A nota está em https://direitosnarede.org.br/c/governo-temer-ataca-CGI/ .

2 Para ouvir a entrevista, à Rádio Brasil Atual, de Flávia Lefévre, conselheira da Proteste e representante do terceiro setor no Comitê Gestor da Internet, que afirma que as mudanças visam a atender interesses do setor privado e ferem caráter multiparticipativo do Comitê: https://soundcloud.com/redebrasilatual/1008-enrevista-flavia-lefevre

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FRAGMENTO E SÍNTESE

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Ligar a tv logo cedo num pequeno quarto de hotel no interior do país é desentender-se dos fatos nos telejornais matutinos. Abre-se a janela e uma menina vai à escola à beira do rio, um menino faz gol de bicicleta entre guris e o homem ergue a parede de sua casa.  Tudo tão distinto das ruas em alvoroço de protestos urbanos ou políticos insanos.  No rincão o que se busca é continuar vivo entre chuvas e trovões, sem não ou talvez. Tudo é certo. Sem modernidades calam ou arremedam nossa urbanidade, gente que se defende com pimentas e ervas, oração e vizinhança. Voz sem boca, boca sem voz, essa gente não é parte nas notícias selvagens dos jornais distantes.  Se resolvem entre cozidos, arte, bola e santos. No país de tantos cantos, muitos voam fora da asa e sem golpes entre si vão tocando suas mazelas e graça.

Mas vivemos tempos obscuros, a noite persiste em nossos avançados quinhentos e tantos anos e muitos santos. Dizem que burro velho é difícil se corrigir nos hábitos. Em manhã chuvosa na grande São Paulo, ligo a tv e o notbook, as janelas se abrem antes que a cortina deixe entrar o novo dia. Surpreendente ver na tv o deputado Jair Bolsonaro afirmando em um clube israelita na cidade do Rio, que se presidente for, não teremos mais terras indígenas no país. Ao mesmo tempo o computador expõe na rede social a opinião de meu amigo Ianuculá Kaiabi Suiá, jovem liderança do Parque Indígena do Xingu, onde leio ao som do deputado que ladra:

Jair Bolsonaro, obrigado por você existir. Graças a você, hoje, temos noção de quanto a população brasileira carece de conhecimento, decência, consciência, juízo, amor e que carrega um imenso sentimento de ódio sem saber o porque. Sim, sim, não sabem. Um exemplo? Veja a bandeira de quem te aplaude, é de um povo que, assim como nós, sofreu as piores atrocidades cometidas pelas pessoas que pensavam como você. Enfim, eu não sei se essa parcela do povo brasileiro pode ser curada, mas vou pedir para um pajé fumar um charuto sagrado e revelar se o espírito maligno que se apossou da tua alma pode ser desfeita com uma grande pajelança.

Ianuculá sabe o que diz, sabe de todo martírio vivido pelos povos originários, e mesmo assim se propõe a consultar o mundo dos espíritos.

 

É deus e diabo na terra do sol, a mesma terra que ofende também abriga e anuncia uma mostra de cinema indígena nos próximos dias. Terra de etnias e corpos na terra, a cidade maravilhosa do Rio não se calará diante do fascismo desses tempos sombrios, acompanhe.

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