Em momento tão diverso das expectativas
de minha geração,
quando tantos seres saíram do armário depois
e vingam,
praguejam, cobiçam,
implodem cultura, educação,
o meio ambiente em suas relações;
a flor paralisa, me pára.
É flor?
Das delicadezas sei que surpreendem a cada dia,
individualmente, cada humano.
Hoje
planta antiga desvalida, árida, sequestrou meu dia.
Em protesto, mostra seu anúncio, tão vivo, durante algumas horas:
existo! Grita.
O sol, no céu de hoje, tal uma Carmen Miranda,
um sol na cabeça,
o interior da flor.
Amanhã finda, não estará mais lá.
O cacto deu flores, tão belas, amarelas, fortuna momentânea.
Rebelião é seu nome.
Nosso couro é espinho, nosso rumo é flor.
Compartilho aqui seu pudor,
que por não tê-lo, é impura
desafia, resiste
tal Manuel e seu barro,
tal Pink Floyd.
Uma resposta
Que lindo! A delicadeza da flor de cacto, a poesia, a música de Pink Floyd e esses tempos de resistência ! Tempos em que não cabe apenas resistir, mas derrubar os muros!
Parabéns!