Rebelião em unidade do Degase deixa mães em desespero no Rio 

Mães do movimento de mães vítimas de violência do Estado em ato no Rio de Janeiro / 2019 / Foto: Caio Oliveira

Uma rebelião de jovens que cumprem medidas socioeducativas, no Rio de Janeiro, deixou centenas de mães em desespero na tarde deste sábado (n). O motim aconteceu no Instituto Dom Bosco, que faz parte do Departamento Geral de Ações Socioeducativas, o Degase, localizado na Ilha do Governador. De acordo com o departamento, a revolta começou por volta do 12h deste sábado, durante o horário de almoço dos menores.

 

Para o Movimento Moleque, coletivo que dá assistência para mães de jovens vítimas de violência do Estado, a rebelião foi motivada pela suspensão de visitas dos familiares dos adolescentes à unidade de ressocialização. 

 

Segundo informações do Sindicato de Servidores do Departamento Geral de Ações Socioeducativas (SindDegase), os jovens conseguiram tomar galerias da unidade e queimaram colchões, quebraram grades e arrancaram portas do prédio. A ação começou logo após os jovens saírem para almoçar e foi contida após cerca de 4h horas de tensão. Há registro de dois agentes do Degase levemente feridos. 

 

“A gente entende a não visitação nesse momento por conta do contágio. Mas não podemos deixar esses meninos sem entender porque está sem visita. Não podemos deixar essas mães nesta situação. É preciso buscar outros meios desses meninos verem suas mães. Estou acompanhando a situação e vendo mães em desespero”, disse Mônica Cunha, liderança das mães e ativistas de Direitos Humanos. 

 

Mônica Cunha é coordenadora do Movimento Moleque e representa as mães que tem seus filhos no sistema socioeducativo. Com outras mulheres, ela fundou o coletivo há 17 anos após ter seu filho menor de idade  preso e posteriormente executado por ação das forças de segurança do Estado do Rio de Janeiro.  

 

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