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Democracia

Nota pública por procuradores e procuradoras do trabalho em defesa da democracia

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Do site  da Associação Nacional dos Procuradores do Trabalho (ANPT)

“O Brasil foi campeão mundial em acidentes do trabalho no período da Ditadura Militar. Trabalhadores e sindicatos se constituíram no principal alvo do golpe de 1964. Estima-se que entre 30 e 50 mil pessoas foram presas ilicitamente e torturadas no Brasil, no período em questão.

O Relatório da Comissão da Verdade aponta as inúmeras violações de direitos no período, que abrangem  torturas, execuções, mortes, prisões ilegais, ocultações de cadáveres, redução de direitos, arrocho salarial, intensificação do trabalho, intervenções em sindicatos, acidentes de trabalho em larga escala, dentre outras.

Assim, não se pode silenciar em momento em que a Presidência da República recomenda ao Ministério da Defesa a comemoração do aniversário de 55 anos do Golpe de Estado de 1964.

A precarização das condições de trabalho elevou o Brasil, em 1976, ao triste posto de “campeão Mundial em acidentes de trabalho” com 1.743.025 sinistros e 3.900 mortes.

Somente no ano de 1964, 409 sindicatos e 43 federações sofreram intervenção do Estado. Em julho de 1964, outro direito fundamental do trabalhador – Lei de Greve – foi praticamente inviabilizado. Em 1966, criou-se o FGTS com a extinção ao direito a estabilidade no emprego. O índice do salário mínimo real caiu de 112,52 em 1961 para 68,93 em 1970.

Sobre a tortura e execuções o Relatório enfatiza que “á época do golpe de 1964 e da ditadura que o sucedeu, as Forças Armadas brasileiras incorporaram a tortura como estratégia e prática fundamental do Estado de Segurança Nacional implantado”, com inúmeros casos dentre os quais o de Floriano Bezerra de Araújo, dirigente do Sindicato dos Salineiros de Macau e deputado estadual pelo PTB do Rio Grande do Norte, preso em 15 de abril de 1964, foi torturado no 16o RI, sofrendo afogamentos e simulação de fuzilamento, entre outras violências. Ao seu lado, dezenas de outros trabalhadores e sindicalistas foram também presos e torturados.

Caso emblemático de prisão em massa ocorreu na greve de 1968, em Osasco, São Paulo, com a prisão de aproximadamente, 600 trabalhadores.

Em Santa Catarina, ocorreu um caso extraordinário de intervenção direta das Forças Armadas nas relações de trabalho, quando mediante acordo com a empresa, o Exército permaneceu por 20 anos nas instalações da empresa.

Ainda segundo o Relatório “quem era demitido por participação política ou reivindicação salarial  tinha a carteira de trabalho assinada com caneta vermelha e nunca mais conseguia emprego na cidade, pois esse era o código utilizado entre as empresas”.

No plano econômico a dívida externa brasileira que era de US$ 3,2 bilhões em 1965, totalizou 105,17 bilhões em 1985.

No plano social, de 1968 a 1974, 24 a cada 100 crianças de 10 a 14 anos não sabiam ler e escrever. A partir da década de 1990, a proporção de crianças analfabetas cai e, apenas 5 a cada 100 crianças de 10 a 14 anos são analfabetas.

Atualmente, o Brasil ocupa o incomodo posto de 4o país do Mundo em acidentes fatais e vem reduzindo substancialmente os direitos fundamentais dos trabalhadores, com aprovação da reforma trabalhista em 2017 e novas propostas de alteração da legislação trabalhista para aproximar o patamar dos direitos fundamentais dos empregados celetistas aos níveis dos trabalhadores do setor informal da economia.

Os membros e membras do Ministério Público do Trabalho que subscrevem a presente Nota Pública têm a absoluta convicção que a democracia, o trabalho decente, a saúde, a dignidade humana, a remuneração adequada, a estabilidade no emprego, as condições seguras de trabalho e o fortalecimento dos sindicatos são o caminho seguro para o aprimoramento do processo civilizatório, em direção à paz e à justiça social.

É preciso lembrar os erros do passado para não repeti-los!

Florianópolis, 30 de março de 2019.

 1 – Acir Alfredo Hack

2- Alexandre Medeiros de Fontoura Freitas

3 – Alice Nair Feiber Sônego

4 – Ana Carolina Martinhago Balam

5 – Anderson Luiz Corrêa da Silva

6 – Bruno Martins Mano Teixeira

7 – Cinara Sales Graeff

8 – Luciano Arlindo Carlesso

9 – Luiz Carlos Rodrigues Ferreira

10 – Sandro Eduardo Sardá

11 – Antonio de Oliveira Lima

12 –  Elisiane dos Santos

13 – Lisyane Chaves Motta

14 – Rogério Uzun Fleischmann

15 – Ana Lúcia stumpf Gonzalez

16 – Valdirene Silva de Assis

17 – Cirlene Luiza Zimmermann

18 – Ludmila Reis Brito Lopes

19- Sofia Vilela de Moraes e Silva

20 – Luisa Carvalho Rodrigues

21 – Daniela Ribeiro Mendes

22 – Artur de Azambuja Rodrigues

23 – Margaret Matos de Carvalho

24 – Edelamare Barbosa Melo

25 – Danielle Cramer

26 – Juliane Mombelli

27- Guadalupe Turos Couto

28- Viviann Brito Mattos

29- Priscila Moreto de Paula

30- Virgínia Leite Henrique

31 – Sonia Toledo Gonçalves

32- Claude Henri Appy

33 – Christiane Vieira Nogueira

34 – Maria Christina Dutra Fernandez

35 – Maria do Carmo de Araújo

36 – Geny Helena Fernandes Barroso Marques

37 – Geraldo Emediato de Souza

38 – José Pedro dos Reis

39 – Andrea Ferreira Bastos

40- Silvana Valladares de Oliveira

41 – Sandra Lia Simón

42 – João Hilário Valentim

43 – Juliana Beraldo Mafra

44 – Leonardo Osório Mendonça

45 – Letícia Moura Passos

46 – Maria Roberta Melo K. Da Rocha

47 – Mariane Josviak

48 – Sandoval Alves da Silva

49 – Jaime José B Iantas

50 – Patrícia de Mello Sanfelici

51 – Raimundo Paulo dos Santos Neto

52 – Marina Silva Tramonte

53 – Bruna Iensen Desconzi

54 – Luísa Nunes de Castro Anabuki

55 – Flávia Vilas Boas de Moura

56 – Tiago Muniz Cavalcanti

57 – Elaine Nassif

58 – Vitor Hugo Laitano

59 – Allan de Miranda Bruno

60 – Honorato Gomes de Gouveia Neto

61 – Andressa Alves Lucena Ribeiro Coutinho

62 – Tatiana Leal Bivar Simonetti

63 – Aloísio Alves

64 – Rafael Garcia

65 – Carolina Vieira Mercante

66 – Gustavo Athaide Halmenschlager

67 – Luciana Marques Coutinho

68 – Antônio Bernardo Santos Pereira

69 – Gilson Luiz Laydner de Azevedo

70 – Adriane Reis de Araújo

71 – Vanessa Patriota da Fonseca

72 – Lorena Vasconcelos Porto

73 – Aline Zerwes Bottari Brasil

74 – Marlise Souza Fontoura

75 – Almara Mendes

76 –  Ricardo Wagner Garcia

77 – Philippe Gomes Jardim

78 – Cassio de Araújo Silva

79 – Rúbia Vanessa Canabarro

80 – Alline Oishi Pedrosa Delena

81 – Daniela Landin Paes Leme

82 – Sheila Ferreira Delpino

83 – Priscila Dibi Schvarcz

84 – Paula Rousseff Araújo

85 – Carlos Eduardo de Azevedo Lima

86 – Tiago S. B. Cabral

87 – Eliane Lucina

88 – Greice Carolina Ribeiro

89 – Angelo Fabiano Farias da Costa

90 – Helder Amorim

91 – Ana Cláudia Bandeira Monteiro

92 – Levi Scatolin

93 – João Carlos Teixeira

94 – Junia Bonfante Raymundo

95 – Marielle Rissanne Guerra Viana Cardoso

96 – Patricia Mauad Patrun

97 – Tiago Ranieri de Oliveira

98 – Candice Gabriela Arosio

99 – Odracir Juares Hecht

100 – Fabio Goulart Villela

101 – Emerson Albuquerque Resende

102 – Andrea Albertinase

103 – Rogério de Almeida Pinto Guimarães

104 – Lutiana Nacur Lorentz

105 – Carlos Carneiro Esteves Neto.

106 – Márcia Medeiros de Farias.

107 – Silvia Silva da Silva

108 – Fabrício Gonçalves de Oliveira

109 – Cinthia Passari von Ammon

110 – Márcia Campos Duarte

111 – Cristiane Sbalqueiro

112 – Ana Maria Villa Real Ferreira Ramos

113 – Thais Fidelis Alves Bruch

114 – Adir de Abreu

115 – Cláudia Regina Lovato Franco

116 – Rodrigo Cruz da Ponte Souza

117 – Viviane Dockhorn Weffort

118 – Virginia Maria Veiga de Senna

119 – Maria Helena da Silva Guthier

120 – Débora Monteiro Lopes

121 – Márcia Bacher Medeiros

122 – Tayse Alencar Macário da Silva

123 – Ana Lúcia Alves Gomes

124 – Luís Fabiano Pereira”

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1 Comment

1 Comments

  1. Ana Maria Silveira

    31/03/19 at 11:38

    Assino embaixo! Faço também minha essa Nota Pública, como testemunha dessa época vergonhosa. Gostaria de lembrar dos estudantes cujas lideranças foram quase dizimadas. Lembro-me de um encontro de universitários na Praia Vermelha, que foi fechada das 8:30 h da manhã às 20 h quando resolvemos fugir todos juntos(falavam em cerca de dois mil universitários), saltando muros e enfrentando os policiais militares nas ruas, com cassetetes e bombas de gás lacrimogêneo, como se fôssemos criminosos. Nosso “grito de guerra”, ou seja, nossas reivindicações eram: “Arroz, Feijão, Saúde e Educação!”. Apenas isso! Tive sorte de ter conseguido sair ilesa, juntamente com um amigo, graças a um taxista que passou bem devagar, abriu a porta e gritou: corram, entrem!
    Todos os alunos pegos foram barbaramente torturados, ou desapareceram para sempre.
    .”!!! O índice do salário mínimo real caiu de 112,52 em 1961 para 68,93 em 1970.!!!” Isto foi o mais grave! O salário mínimo Getulista permitia que um pai de família sustentasse os seus, com dignidade. As escolas públicas tinham alto padrão, nem existiam escolas particulares.
    Violência urbana eram ladrões de galinha, de botijão de gás, de roupas no varal ou de calhas de casas abandonadas…Deu nisso: desemprego, pais abandonados ou punidos com baixos salários, mães tendo de deixar o lar para tentar complementar o salário familiar e como resultado menores nas ruas, abandonados, vítimas de toda sorte do descaso.
    Esses que estão festejando o 31 de Março, além de mentirosos, porque o golpe deslanchou em primeiro de Abril, atacam a “ditadura” da Venezuela, mas comemoram aniversário da nossa cruenta ditadura. Muita hipocrisia!

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Democracia

Urgente! The Intercept Brasil acaba de vazar áudio de Deltan Dallagnol

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Via The Intercept Brasil

Na manhã do dia 28 de setembro de 2018, a imprensa noticiou que o ministro do STF Ricardo Lewandowski autorizara Lula a conceder uma entrevista ao jornal Folha de S.Paulo. Em um grupo no Telegram, os procuradores imediatamente se movimentaram, debatendo estratégias para evitar que Lula pudesse falar. Para a procuradora Laura Tessler, o direito do ex-presidente era uma “piada” e “revoltante”, o que ela classificou nos chats como “um verdadeiro circo”. Uma outra procuradora, Isabel Groba, respondeu: “Mafiosos!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!”

Eram 10h11 da manhã. A angústia do grupo – que, mostram claramente os diálogos, agia politicamente, muito distante da imagem pública de isenção e técnica que sempre tentaram passar – só foi dissolvida mais de doze horas depois, quando Dallagnol enviou as seguintes mensagens, seguidas de um áudio.

28 de setembro de 2018 – grupo Filhos do Januario 3

Deltan Dallagnol – 23:32:22 – URGENTE
Dallagnol – 23:32:28 – E SEGREDO
Dallagnol – 23:32:34 – Sobre a entrevista
Dallagnol – 23:32:39 – Quem quer saber ouve o áudio
Dallagnol – 23:33:36 –

Leia a matéria completa no site do The Intercept Brasil:

https://theintercept.com/2019/07/09/vazajato-audio-inedito-deltan-dallagnol/

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Censura

Senadora do PSL cassada por caixa dois ofende jornalista por fazer seu trabalho

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Os bolsonaristas, muitas vezes eleitos com apoio da Grande Mídia, agora deram para atacar e ameaçar jornalistas que não passam pano para ilegalidades. Incensada pela imprensa tradicional de Mato Grosso quando aceitou a delação premiada do ex-governador Silval Barbosa (MDB) e o condenou a 13 anos e 7 meses em 2017 (mas permitiu o cumprimento da pena em casa), por exemplo, a então juíza Selma Arruda foi apelidada de “Moro de Saia”. Sob os holofotes favoráveis dos jornais, Selma se aposentou da magistratura e se candidatou, com o apelido na propaganda eleitoral, ao cargo de senadora pelo Partido Social Liberal (PSL), o mesmo de Bolsonaro. Ganhou fácil!

Depois disso, sua relação com o “modelo” não mudou. No último dia 19 de junho, por exemplo, durante depoimento do ex-juiz e atual ministro da justiça e segurança pública, Sérgio Moro, na Comissão de Constituição e Justiça do Senado, a senadora fez questão de dizer que “É absolutamente normal juiz conversar com o Ministério Público”. Moro respondeu com elogios: “É normal uma discussão de logística. Tem aqui a senadora Selma, que atuou muito destacadamente como juíza lá no Mato Grosso, teve várias operações, é normal depois da decisão proferida haver uma discussão sobre questão de logística, quando vai ser cumprida, como vai ser cumprida, e eventualmente pode ter havido uma mensagem nesse sentido. Isso não tem nada de revelação de imparcialidade ou conteúdo impróprio”, disse. Nenhum dos dois comentou, nem de leve, a condenação unânime do Tribunal Regional Eleitoral, em abril, à perda do mandato por caixa dois. Ela e seus dois suplentes, também cassados, não conseguiram mostrar ao tribunal a origem de R$ 1.2 milhão gastos na campanha.

Com a revelação do caixa dois, as relações da senadora com o jornalismo sério passaram a uma nova fase. Enquanto o Tribunal Superior Eleitoral analisa em segunda instância se ela deverá ou não deixar o cargo, Selma aproveitou as câmeras da TV Senado para insinuar que a atuação do jornalista Glenn Greenwald, vencedor dos maiores prêmios mundiais de jornalismo, não é profissional, mas guiada por interesses políticos. “O sujeito que vazou é marido do suplente do Jean Wyllys. Ele é intimamente ligado, né. Politicamente, óbvio que é uma estratégia para colocar em dúvida a atuação do juiz e do Ministério Público”, afirmou. Sobre as suas intenções políticas ou as de Moro quando ainda estavam na magistratura, não houve uma única palavra.

Na imprensa matogrossense, a antigamente sempre disponível magistrada passou a escolher com quem conversar. Na semana passada, por exemplo, foi procurada pelo jornalista Lázaro Thor Borges, do jornal “A Gazeta“, o maior diário do estado, para comentar uma reportagem, com dados oficiais obtidos a partir da Lei de Acesso à Informação e do Portal da Transparência, sobre salários de servidores públicos acima do teto constitucional. Via aplicativo de mensagens, a senadora respondeu com xingamentos e, novamente, insinuações de interesse político acima do jornalístico. “Tadinho, você é ridículo. Nem li nem sei do que você está falando. Sua opinião não faz efeito na minha vida e nem na de nenhum matogrossense”, escreveu a parlamentar. Borges, educadamente, respondeu apenas: “tudo bem, senadora”. Mas ela não parou por aí. Além de chamá-lo novamente de coitado e mandar “catar coquinho”, ainda o chamou de “retardado”, ao que Borges respondeu: “É só meu trabalho, senadora”. 

A reportagem, publicada no dia 22 de junho e que infelizmente não está disponível online no portal do jornal, trazia o valor mensal líquido de R$ 53,8 mil desde de março desse ano, mais de R$ 14 mil acima do teto de R$ 33,7 mil recebidos pelos ministros do Supremo Tribunal Federal. De acordo com a matéria, apenas 11 dos 84 magistrados aposentados do Superior Tribunal de Justiça de Mato Grosso receberam acima do teto em abril, mês do levantamento.   Os ataques da parlamentar ao jornalista foram repudiados em editorial do jornal, que publicou os prints das telas do celular mostrando as grosserias da senadora. Os as respostas mal criadas ao profissional também sofreram grande condenação do Sindicato dos Jornalistas de Mato Grosso, em nota também assinada pela Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj). Está passando da hora de TODOS e TODAS jornalistas se unirem para barrar o crescimento do fascismo e as das ameaças aos profissionais, à liberdade de imprensa e à própria democracia.

 

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Democracia

Deputado do PSOL que chamou Sérgio Moro de “ladrão” já havia chamado Eduardo Cunha de “gângster”

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Por Rafael Duarte I Agência Saiba Mais

O deputado do PSOL Glauber Braga (PSOL/RJ) desestabilizou os parlamentares governistas nesta terça-feira (2), na Câmara dos Deputados, ao dizer que o ex-juiz e atual ministro da Justiça Sérgio Moro passará para a história como um “juiz ladrão e corrompido”.

As palavras duras do parlamentar mexeram com os brios dos colegas que participaram da sessão da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara para defender o ex-juiz das graves acusações de interferência no julgamento do ex-presidente Lula reveladas pelas mensagens trocadas entre ele e procuradores da operação Lava Jato.

Moro se esquivou da maioria das perguntas e voltou a tentar criminalizar o site The Intercept Brasil, que vem divulgando a conta gotas as mensagens. Acuado, o ex-juiz deixou a sala da comissão sob os gritos de “ladrão” e “fujão”. A sessão foi encerrada após um tumulto generalizado:

– “A história não absolverá o senhor, da história o senhor não pode se esconder. E o senhor vai estar no livro de história como juiz que se corrompeu, como um juiz ladrão. A população brasileira não vai aceitar como fato consumado um juiz ladrão e corrompido que ganhou uma recompensa pra fazer com que a democracia brasileira fosse atingida. É o que o senhor é: um juiz que se corrompeu, um juiz ladrão”, disse já sob os gritos da tropa bolsonarista.

 Após o discurso, as redes sociais do deputado foram inundadas de xingamentos e mensagens de apoio. Ele agradeceu a solidariedade e voltou a provocar tanto Sérgio Moro como a militância que o defende:

– Obrigado pelas inúmeras mensagens de apoio ! E pra turma da extrema-direira que veio aqui desabafar, infelizmente não posso me desculpar. O herói de vocês feriu a democracia brasileira e recebeu a recompensa de Bolsonaro. E em linguagem bem popular, juiz vendido é juiz ladrão ! Boa noite. Fiquem bem!”, escreveu.

Esse não é o primeiro discurso de Glauber Braga que repercute no Congresso e na imprensa. Em 2016, durante a votação para a abertura do processo de impeachment da ex-presidenta Dilma Rousseff, o voto do deputado do PSOL também foi um dos mais comentados. Na ocasião, ele chamou de “gângster” o então presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha, atualmente preso, em Curitiba. E evocou figuras históricas da democracia brasileira:

– Eduardo cunha, você é um gangster e o que dá sustentação à sua cadeira cheira a enxofre. Eu voto por aqueles que nunca esconderam o lado fácil da história. Voto por Marighella, voto por Plinio de Arruda Sampaio, voto por Evandro Lins e Silva, voto por Arraes, voto por Luís Carlos Prestes, voto por Olga Benário, voto por Brizola e Darcy Ribeiro, voto por Zumbi dos Palmares, voto não.

Perfil

Glauber Braga é advogado, natural de Nova Friburgo (RJ), tem 37 anos e está filiado ao PSOL desde 2015. Ele exerce o quarto mandato na Câmara Federal. O primeiro assumiu como suplente, em 2007, quando ainda militava no PSB, e os demais foram exercidos como titular da vaga.

Braga ocupou a liderança da bancada do PSOL em janeiro de 2017. No ano anterior, disputou a eleição para prefeito de Nova Friburgo e ficou em 2º lugar.

Progressista, Glauber Braga realiza um mandato participativo defendendo bandeiras em defesa da democracia e direitos humanos. Está na linha de frente da luta no parlamento contra a reforma da Previdência.

O parlamentar do PSOL foi relator da Comissão Especial de Medidas Preventivas Diante das Catástrofes Climáticas, que gerou a primeira Lei Nacional de Prevenção e Resposta a Desastres Naturais (12.608): o Estatuto de Proteção e Defesa Civil. O estatuto foi sancionado pela Presidência em abril de 2012.

Em 2018, Glauber Braga foi escolhido pelo júri especializado do portal Congresso em Foco como o melhor parlamentar do Brasil.

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