… “ O que me motiva a fotografar é a luta de classes. Antes de ser fotógrafo, sou um militante. A máquina nada mais é que um instrumento a serviço das mudanças sociais”… (João Zinclar)
A obra do o “operário da fotografia” , como Zinclar se apresentava , poderá ser vista na sexta-feira (19/01) no SindiMetal Campinas ( Sindicato dos Metalúrgicos de Campinas), a partir das 19h30, com entrada gratuita. O evento acontece no dia quando se completa cinco anos da morte trágica do fotógrafo em um acidente rodoviário.
Organizado pela equipe do Acervo João Zinclar, além de exibir parte do rico e importante material do fotógrafo, cujo acervo se encontra sob a guarda do Museu da Imagem e Som de Campinas, também haverá exibição do filme depoimento por ele prestado ao setor de História Oral do museu.
João Zinclar
Dirigente sindical metalúrgico do SindiMetal Campinas, militante político que colocou sua arte a serviço das lutas sociais pelo país afora. As imagens que realizou são, portanto, parte da ação de um trabalhador que soube identificar as transformações na cultura visual e no cenário político brasileiro nas décadas de 1980 e 1990, e perceber a necessidade de produzir registros das lutas populares sob a ótica de quem vive o movimento por dentro. No início do século 21 foi do analógico ao digital, sem receio de enfrentar os embates entre técnica e estética.
Em 2009, lançou o livro fotográfico “O Rio São Francisco e as Águas no Sertão”, um registro da cultura do povo ribeirinho e sua luta em defesa do rio. A obra é resultado dos cinco anos em que Zinclar percorreu as margens do Rio São Francisco em oito estados.
Colaborou em publicações de movimentos populares no Brasil, na Inglaterra, na Alemanha e no México, além de boletins sindicais, blogs, sites, calendários e outros veículos da imprensa alternativa e popular.
Sobre seu próprio trabalho, dizia: “Faço fotografia, faço denúncia, se não fosse a luta de classes talvez eu estivesse fotografando a obviedade do mundo e o jornalismo diário convencional”.
Acervo
O acervo de João Zinclar reúne imagens que registram inquietações sobre sonhos, frustrações, vitórias, projetos, desejos, contradições e as impermanências com as quais a vida, a luta, a militância e a memória se fazem.
O acervo é composto por 53 mil negativos e 200 mil imagens digitais. São registros de greves, debates, ocupações, mobilizações, passeatas, movimentos estudantis, festas, celebrações e marchas, datados do início dos anos 1990 até o início de 2013.
Serviço:
Homenagem ao fotógrafo João Zinclar e a importância do seu acervo
Exibição do acervo e filme
Onde: SindiMetal Campinas (Sindicato dos Metalúrgicos de Campinas)
Horário: 19h30
Entrada Gratuita