Texto e fotos por Tiago Macambira
Ao final da tarde de hoje, 09/05, ocorreu no auditório da Universidade Federal de São Carlos – campus Sorocaba – um debate sobre aquilo que vem sendo chamado pelo governo golpista de Reforma da Previdência. Organizado pelo centro acadêmico de economia, o debate contou com a presença do professor do Instituto de Economia da Unicamp, Eduardo Fagnani e do ex-economista chefe da Federação Brasileira de Bancos, Roberto Troster.

Apesar do nome dado ao evento ser “debate”, não foi isso que ocorreu. No decorrer de sua fala, Troster apenas apresentou gráficos e dados a respeito da macroeconomia brasileira, projeções de crescimento, criticou o tamanho da Estado brasileiro e se referiu a reforma da previdência somente no tocante aos privilégios de uma minoria de aposentados. Claramente fugindo do debate, pois até o presente momento nenhum professor, intelectual ou especialista conseguiu defender de forma clara e objetiva esta “reforma” previdenciária; a não ser os marqueteiros contratados pelo Palácio do Planalto pra desinformar a população com aqueles clássicos argumentos falhos que partem de pressupostos inexistentes.
Por outro lado, o professor Fagnani focou sua fala no que ele mesmo chamou de “desconstrução de argumentos falaciosos sobre a reforma da previdência” e fez a seguinte pergunta: Onde está o problema da previdência? Troster não respondeu. O mediador não respondeu. Ninguém respondeu.

Em seguida apresentou três fontes de informações seguras a respeito da previdência: Anfip, Dieese, , Plataforma Política Social e ainda citou inúmeras leis e decretos (Leis 12.616/12, 13.135/15; Art. 201 §7 – II da Constituição Federal, entre outros) os quais demonstram que reformas previdenciárias vêm sendo feitas ao longo de anos e que “o equilíbrio das contas previdenciárias a longo prazo não necessita de lei alguma, basta seguir as regras constitucionais”.
Ao final, Fagnani fez uma comparação simples, demonstrando que o problema nunca foi a previdência, mas sim os gastos com juros, de aproximadamente 500 bilhões; as sonegações fiscais, também ao redor de 500 bilhões; as isenções fiscais, de 280 bilhões e outros. Lembrou ainda que esta reforma, draconiana, é sem paralelo em nações desenvolvidas e que, junto a reforma trabalhista, vai levar o Brasil a níveis de pobreza e miséria inimagináveis.”
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