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Cidadania

Coronavirus Brasil. A tragédia anunciada em dados e números

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Coronavirus Brasil

Coronavirus Brasil é um programa de visualização de dados que, tem como objetivo visualizar a difusão da contaminação pelo Covid-19 no Brasil. Um geolocalizador dos dados com fase histórica que nos são apresentados em forma de tabela e, que por estar nesse suporte, não cria imagens na nossa mente e deixa essa questão extremamente abstrata e conceitual.

Coronavirus Brasil

A função dessas visualizações é responder à perguntas encontradas em uma base de dados gigantesca, especificando qual o tamanho de negócio, e onde ele se encontra, pra onde vai e até quando dura? Acompanho o desenvolvimento dessa crise de forma prática. No início o software levava menos de 30 segundos para ativar, agora leva uns 5 minutos para dar conta dos dados, e até o fim da pandemia vai aumentar.

Importante deixar registrado que o resultado de hoje é uma viagem no tempo, as pessoas com sintomas hoje foram contaminadas pelo menos 14 dias atrás. O abril conturbado só piorou muito o que já era ruim. As curvas que eram interrompidas, mesmo que as amostragens diárias tenham um padrão de ruídos, mas apresentar um padrão randômico mostravam graves problemas na amostragem e diagnóstico. Problemas esses que se acumularam e atingiram a dramaticidade agora por total incompetência, se quisermos ser lenientes com esse desgoverno, ou projeto político dos nossos necrogovernantes.

A leitura da fase histórica traz certos padrões no crescimento dos números:
1. por questões culturais, os número caem todo final de semana, voltam a subir nas terças, e atingem novos patamares nas quintas-feiras.
2. toda quinta-feira, nosso presidente cria um novo factóide. todas suas falas infelizes se deram nas quintas-feiras para desviar a atenção desse novo patamar. Foi gripezinha, cloroquina, falas contra a quarentena, crise com Mandetta, não sou coveiro, etc.
3. 14 dias depois de cada fala há uma explosão de números, com novos patamares para novos casos e mortes.

A tendência é atingirmos o patamar de tragédia com a aceleração da curva e os custos econômicos de não fechar a economia, para diminuir o tempo de duração da pandemia no nosso território. Há que prestar atenção que há uma semana o responsável pelos números da pandemia no MS foi trocado(3) e desde então o número de mortes por covil caíram milagrosamente, mas as mortes por SRAGs mais que decuplicaram comparadas a outros anos(4) segundo dados da Fiocruz. Esses dados também vem milagrosamente reduzindo há uma semana.

Se tivéssemos feito o lockdown em março estaríamos saindo dessa enrascada por volta de 10/5, o provável agora é que saiamos dessa pandemia do coronavirus só em julho.

RoadMap

A primeira incursão nessa pesquisa do Coronavirus Brasil foi uma tentativa de criar um próprio mapa que tivesse a visualização global, como muitos outros que estão rodando a rede, para ilustrar a chamada para a nova edição da Na Borda, uma revista eletrônica de arte com o tema pandemia/virus. Essa visualização me trouxe a necessidade de criar uma versão local, em que tivéssemos tanto o país, quanto os estados brasileiros.

A primeira questão na visualização de dados é encontrar os dados. Esse tipo de visualização precisa de uma fase histórica, isso é, uma planilha com dados diários acumulativos separados por Estados. Encontrei esses dados no GitHub(1) do Wesley Cota, doutorando em física pela UFV que se encontra na Espanha. wcota programou um bot que faz varreduras nos boletins das Secretarias estaduais e municipais, bem antes do Ministério da Saúde centralizar os boletins. A normativa do Secretaria de Saúde para a notificação e centralização dos dados aconteceu só em 31/3(2). O tempo tem mostrado ser mais acertada a busca pelos dados das Secretarias do que do Ministério.

A primeira versão do Coronavirus Brasil surgiu no final de março, 26/3, que teve por objetivo criar a segurança dos dados. Isso é fazer a leitura da tabela de estados, criar a fase histórica de cada estado e plotar um gráfico com as curvas lineares com o total de contaminações e óbitos.

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Aquisição, análise sintática e distribuição dos dados

Finalizada a fase de aquisição, análise sintática e distribuição dos dados com segurança, passamos para a segunda fase que é a fase de perguntas e respostas a esse dump de dados. As primeiras necessidades eram, visualizar o lugar no mapa, apresentar as totalizações do dia (total de casos, novos casos e mortes), junto a uma plotagem das duas curvas (tC e nC).

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Fase de perguntas e respostas a esse dump de dados

O próximo passo era iniciar a visualização por cidades. A primeira visualização foi a plotagem das cidades no mapa nacional e a visualização dos dados de cada município. Menos abstrato mas ainda sem diferenciação.

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Visualização por cidades

A segunda fase dessa visualização por municípios foi a criação de um mapa coreoplético, o que me obrigou a terminar um projeto abandonado de criar um mapa SVG com todos os municípios do brasil em vetor com seu código IBGE. Uma semana depois foi encerrada essa fase, com a visualização coreoplética nacional, estadual e das regiões metropolitanas.

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Mapa coreoplético

Estamos na V7.a. do aplicativo. Falta arrumar a visualização dos mapas das cidades, para carregar mapas customizados de acordo com a programação visual do aplicativo e transportar tudo para a web.

Histórico de Abril

Antes de passarmos as leituras dos dados em si, temos no link abaixo uma visualização da fase histórica do Coronavirus Brasil no mês de Abril no Brasil e em todos os estados.

Vemos em cada localidade/dia:
Novos Casos (nC) em vermelho, Total de Casos(tC) em verde, Total de Mortes(tD) em cyan, Novas Mortes(d) em azul, População Estimada e Casos/100k habitantes em roxo, Mortalidade/Infectados e Mortalidade/População em cyan. Três curvas históricas. Dois gráficos “pizza” com tC e tD por estados, lista dos 25 municípios mais atingidos.
Mapa coreoplético da infecção.

No alto, à esquerda, temos alguns números de controle. O que interessa é o quinto número, que indica a quantidade de municípios atingidos no momento da leitura de dados. Cada dado aparece com um time stamp, que mostra o horário da leitura dos dados.

Leitura de Dados e Interpretações

Números importantes foram retirados da tabela de dados: casos/100k habitantes que revelam o grau de contaminação de determinada população, mortes/infectados que indicam o grau de letalidade da infecção em cada localidade, e a letalidade em relação a população total da localidade.

A taxa de mortes/infectados locais é um indicador que pode nos dar uma idéia da subnotificação dos dados do coronavirus. A taxa global de mortalidade do vírus é 2% dos contaminados. As taxas de mortalidades brasileiras estão em média 7%, o que indica que temos 3.5 vezes mais gente contaminada há 14 dias do que os números apresentados na foto do dia. Se consideramos que em 14 dias todos os índices brutos cresceram 150% por quinzena desde o início da pandemia do coronavirus, podemos supor que hoje temos 12 vezes mais gente contaminada do que o dado do dia.

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Comprovação de provável subnotificação

Rotas de Contaminação

A pandemia entrou no Brasil pelos aeroportos, mas ela se difunde pelas rodovias, essa é a tese do Professor Edmur Pugliesi da UNESP de Presidente Prudente e vem se apresentando correta. Por terra temos como eixo condutores a diagonal no estado de São Paulo Anhanguera, Marechal Rondon, Washington Luis, Imigrantes, Dutra, no Brasil BR-386, BR-101 Curitiba-Porto Alegre e Salvador-Natal, BR-116 entre Feira de Santana e Fortaleza, BR-364 Cuiabá-Porto Velho.

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Pandemia difundida pelas rodovias

Estados mais isolados economicamente apresentam menores taxas de contaminação. Os estados da monocultura agrícola para exportação, MT, MS, GO, TO apresentam as baixas taxas de contaminação e difusão do virus. Isso pode mudar na época de escoamento da safra, quando caminhoneiros do país inteiro se dirigirem para lá.

No caso amazônico a contaminação se espalha pelas hidrovias. Na comparação entre as plotagens, vemos surgir o contorno dos Rios Amazonas, Madeira, Tocantins e Araguaia. Para adicionar insulto a injúria, a contaminação da amazônia seguida pelo colapso da saúde pública na região, vai dar mais uma ajuda ao nosso necrogoverno na sua política de extermínio indígena e destruição da amazônia.

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Amazônia. Difusão hidroviária

Temos que as rotas comercias são as rotas de expansão do vírus. Não querer parar a economia na hora certa e minimizar o impacto foi um erro fatal. Estávamos diante de um problema de teoria dos jogos e coletivamente escolhemos a pior opção, a opção suicida. A opção em que aquela em que muitos poucos ganham muito e todos perdem muito. Somemos a isso a proposta genocida do nosso governo e temos a tempestade perfeita, depois da pandemia do coronavirus virão as dívidas. Dívidas e mais concentração de renda, mas isso eu deixo para os que entendem de economia.

Próximos Passos

Precisamos e muito que as prefeituras publiquem os microdados sobre o coronavirus seguindo protocolos mundiais. Vou falar do caso de São Paulo, que é onde estou. A Prefeitura jamais publicou os dados distribuídos por distritos, bem como a demografia dos atingidos (idade, gênero, raça), tanto por óbitos como por contaminação. O acesso a esses dados só será feito por requisição via Lei de Acesso a Informação.

Verificamos uma anomalia em Minas Gerais. Pelo seu tamanho e relação com a economia, Minas Gerais se apresenta como anomalia nesse fenômeno. Com mais de 70 mil testes na fila, o segundo Estado mais populoso do país tem números muito baixos. Minas Gerais ou tem uma população muito saudável, ou não está tão inserido assim nas rotas econômicas nacionais. É algo a ser investigado.

Aqui você pode entrar no playlist com as animações e acompanhar Estado por Estado:
https://www.youtube.com/watch?v=ulj_Vm7gJH0&list=PLs7CxCa4HI9nHF7Gp4vd5Q9URXYeU9bLu&fbclid=IwAR2560VfExkMS1AvJwatQH5BMaY4vU6xniFP9GQKejg8ER6Z-p7Yvapi65k

Para acompanhar os relatórios diários, entre nesse canal: https://www.facebook.com/eduzal

Notas:
Padrão noise e padrão randômico:
Padrão noise é um padrão em que existem flutuações em torno e um patamar, isto é, se temos um patamar de 200, os números variam de 180 a 220, o que é uma dispersão normal.

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Padrão noise

Padrão randômico é um padrão em que os números não fazem sentido, se temos um patamar de 200, um dia está em 400, outro 20, no seguinte 32, depois 312, assim por diante.

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Padrão randômico

Links:

  1. wcota: https://github.com/wcota/covid19br
  2. Resolução SS-42 – Obrigatoriedade a todos os hospitais do Estado de São Paulo, de remessa diária dos dados
    https://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/upload/saude/resolucao_SS_42_30_03_2020.pdf
  3. https://revistaforum.com.br/noticias/joao-gabbardo-responsavel-por-numeros-do-coronavirus-e-exonerado-general-assume/
  4. https://bigdata-covid19.icict.fiocruz.br/

Pesquisa, conceito, programação, gráficos e texto: Eduzal

Designer digital que trabalha com programação criativa

Campinas

Ocupação Mandela: após 10 dias de espera juiz despacha finalmente

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Depois de muita espera, dez dias após o encerramento do prazo para a saída das famílias da área que ocupam,  o juiz despacha no processo  de reintegração de posse contra da Comunidade Mandela, no interior de São Paulo.
No despacho proferido , o juiz do processo –  Cássio Modenesi Barbosa –  diz que  aguardará a manifestação do proprietário da área sobre eventual cumprimento de reintegração de posse. De acordo com o juiz, sua decisão será tomada após a manifestação do proprietário.
A Comunidade, que ocupa essa área na cidade de Campinas desde 2017,   lançou uma nota oficial na qual ressalta a profunda preocupação  em relação ao despacho  do juiz  em plena pandemia e faz apontamento importante: não houve qualquer deliberação sobre as petições do Ministério Público, da Defensoria Pública, dos Advogados das famílias e mesmo sobre o ofício da Prefeitura, em que todas solicitaram adiamento de qualquer reintegração de posse por conta da pandemia da Covid-19 e das especificidades do caso concreto.

Ainda na nota a Comunidade Mandela reforça:

“ Gostaríamos de reforçar que as famílias da Ocupação Nelson Mandela manifestaram intenção de compra da área e receberam parecer favorável do Ministério Público nos autos. Também está pendente a discussão sobre a possibilidade de regularização fundiária de interesse social na área atualmente ocupada, alternativa que se mostra menos onerosa já que a prefeitura não cumpriu o compromisso de implementar um loteamento urbanizado, conforme acordo firmado no processo. Seguimos buscando junto ao Poder público soluções que contemplem todos os moradores da Ocupação, nos colocando à disposição para que a negociação de compra da área pelas famílias seja realizada.”

Hoje também foi realizada uma atividade on-line  de Lançamento da Campanha Despejo Zero  em Campinas -SP (

https://tv.socializandosaberes.net.br/vod/?c=DespejoZeroCampinas) tendo  a Ocupação Mandela como  o centro da  discussão na cidade. A Campanha Despejo Zero  em Campinas  faz parte da mobilização nacional  em defesa da vida no campo e na cidade

Campinas  prorroga  a quarentena

Campinas acaba prorrogar a quarentena até 06 de outubro, a medida publicada na edição desta quinta-feira (10) do Diário Oficial. Prefeitura também oficializou veto para retomada de atividades em escolas da cidade.

 A  Comunidade Mandela e as ocupações

A Comunidade  Mandela luta desde 2016 por moradia e  desde então  tem buscado formas de diálogo e de inclusão em políticas  públicas habitacionais. Em 2017,  cerca de mais de 500 famílias que formavam a comunidade sofreram uma violenta reintegração de posse. Muitas famílias perderam tudo, não houve qualquer acolhimento do poder público. Famílias dormiram na rua, outras foram acolhidas por moradores e igrejas da região próxima à área que ocupavam.  Desde abril de 2017, as 108 famílias ocupam essa área na região do Jardim Ouro Verde.  O terreno não tem função social, também possui muitas irregularidades de documentação e de tributos com a municipalidade.  As famílias têm buscado acordos e soluções junto ao proprietário e a Prefeitura.
Leia mais sobre:  
https://jornalistaslivres.org/em-meio-a-pandemia-a-comunidade-mandela-amanhece-com-ameaca-de-despejo/

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Cidadania

Xavantes de MT denunciam abandono e pedem socorro

Vídeo intitulado “Um grito de socorro no coração do Brasil”, gravado pela comunidade indígena Xavante da região de Barra do Garças (MT), expõe a força da covid-19 nos povos. Provocada pelo novo coronavírus, a doença já matou mais de 819 indígenas de diversas etnias. Pelo menos 30 Xavantes já morreram em decorrência da pandemia e há mais 10 mortes em investigação.

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Vídeo intitulado “Um grito de socorro no coração do Brasil”, (veja AQUI), gravado pela comunidade indígena Xavante da região de Barra do Garças (MT), expõe a força da covid-19 nos povos. Provocada pelo novo coronavírus, a doença já matou mais de 819 indígenas de diversas etnias.

Por: Ana Adélia Jácomo – Redação do PNB Online

De acordo com dados do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), até a última sexta-feira (24), 13.096 indígenas haviam sido infectados pela covid-19. Somente no povo Xavante, o último boletim epidemiológico divulgado na mesma data, demonstra a existência de 30 óbitos e 313 infectados. Ainda existem outras 10 mortes sob investigação.

Com duração de pouco mais de quatro minutos, o vídeo coloca o espectador dentro das comunidades, expondo a situação classificada pelos indígenas como de “abandono” por parte do Poder Público.

Davi Tsudzaweré, cacique da Aldeia Guadalupe, da Terra Indígena São Marcos, faz um apelo por maior atenção básica em saúde. Segundo ele, os povos estão abandonados à própria sorte, sem qualquer tipo de acesso a atendimentos médicos.

Estão omitindo as mortes, estão omitindo os dados, está sendo tudo manipulado para manterem a imagem de bonzinhos

“Houve muito óbito nesta terra. Até agora, os Xavantes estão morrendo dessa doença que está acontecendo no mundo inteiro. Estamos sofrendo ainda sem atenção de nenhum órgão competente”, disse.

Em uma das imagens de maior apelo, Cristóvão Tsõrõpré, pertencente a aldeia São Marcos, narra a escavação de covas para enterros dos mortos. “Até quando vamos aguentar tudo isso? Temos o espaço para o cemitério, quantos já se foram… Já pedimos apoio, intervenção e profissionais de saúde, mas nada disso acontece”.

Rafael Wéré´é, da Aldeia São Marcos, acusa as autoridades competentes de não divulgarem dados reais das mortes causada pela pandemia. “Um grito de socorro para que as pessoas possam conhecer como estamos abandonados perante essa pandemia. (…) Estão omitindo as mortes, estão omitindo os dados, está sendo tudo manipulado para manterem a imagem de bonzinhos”, afirmou.

Gravado pelos indígenas, o vídeo foi produzido pela jornalista Juliana Arinos e pelo professor do curso de Jornalismo da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), campus Barra do Garças, Gilson Costa.  Ele trabalha há seis anos em um projeto de extensão nas comunidades, oferecendo oficinas de capacitação audiovisual a jovens Xavantes.

Segundo Gilson, o vídeo retrata a situação das comunidades diante da pandemia. “Em se tratando dos Xavante, o poder público ficou inerte no primeiro momento, esperou que a doença avançasse. As barreiras sanitárias poderiam ter sido instaladas anteriormente para evitar que a doença entrasse nas aldeias”, avaliou.

O professor explicou que a cultura indígena envolve moradias coletivas, pouco acesso a água encanada e rede de esgoto. Com hábitos culturais de higiene diferentes, a covid-19 tem encontrado nos povos muita facilidade de disseminação do vírus.

“A partir do momento que a doença entra nas aldeias a situação começa a ficar complicada porque as comunidades têm uma outra cultura.  Em uma casa Xavante, moram até 20 pessoas, nem todas elas têm água encanada, são outros hábitos de higiene, uma outra cultura. O poder público por mais que tenha sido alertado pelas lideranças e Ongs, esperou a doença chegar e demorou muito para uma ação. Depois que o caos começou é que o poder público começou a atuar, mas mesmo assim e forma muito deficitária”, avaliou.

O poder público por mais que tenha sido alertado pelas lideranças e Ongs, esperou a doença chegar e demorou muito para uma ação.

A morte de um indígena na cidade de Campinápolis teria exposto a falta de atenção básica, como por exemplo a falta de distribuição de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs). “Ele trabalhava como motorista e transportava pacientes, e ficava com a mesma máscara até uma semana. Nem os EPIs básicos lhe foi concedido e ele acabou morrendo”. A morte gerou protestos na cidade.

O outro lado

O Governo do Estado anuncia nesta segunda-feira (27) o início das atividades de um grupo de trabalho que irá em expedição pelas aldeias indígenas de Mato Grosso oferecendo atendimento médicos e medicamentos a infectados pela covid-19.

O grupo é uma parceria entre o Ministério da Saúde, Forças Armadas, Secretaria Especial de Saúde Indígena e pelo Governo de Mato Grosso. Eles desenvolveram o Plano de Enfrentamento à Covid-19 nas Comunidades Indígenas e irão levar médicos infectologistas, pediatras e clínicos gerais para prestar atendimentos.

Veja o vídeo dos Xavantes: https://www.youtube.com/watch?v=QZlpEHixR7E&feature=youtu.be

Matéria original em: https://www.pnbonline.com.br/geral/comunidade-xavante-denuncia-abandono-diante-da-pandemia-e-pede-socorro/68338

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Cidadania

O infrator, a máscara e a república

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O ignorante desembargador Eduardo Siqueira

 

A ignorância tem muitas vestes e peculiar empáfia. Um sujeito, infrator, peita o guarda ligando para seu comandante, dando curso ao clássico “Sabe com que você está falando?”… A lei suprema que organiza as coisas na sua cabeça monárquica.

*POR Douglas Martins

O servidor não se intimida, segue sua tarefa, e o infrator aguarda impaciente a hora da vingança. Rapidamente a imprensa apura tratar-se de flagrante de falsa identidade. Havendo título, o caso será de abuso.

Se dizendo desembargador o infrator amarga ressentido a falta de insígnias para humilhar. Autuação concluída, arranca a contrafé, pica e atira os pedaços ao chão, emporcalhando a si, a praia e a cidade que sonha ser apenas sua.

Sem máscara, mentido e sujando, esse é o protagonista de nossa tragédia social. Tem ódio à república e pavor à igualdade. Deseja uma sociedade de castas, organizada entre insultantes e insultados. Lei, só para os subalternos.

O protagonista da cena revela a patologia social de uma ordem construída sem compaixão e solidariedade, sem futuro, nostálgica do passado violento que ainda vive e pulsa forte diante da ameaça republicana.

Infrator é o outro. Pandemia não existe. Dever de limpar a sujeira sem repreender sua origem é a lei suprema. É um constrangimento assistir ao vídeo. Mas a cena apenas documenta o resultado final de uma construção social e a urgência de revertê-la

https://www.facebook.com/jornalistaslivres/videos/659303141343478/

  • Doutor em Direito, cantor e líder da roda de samba “Esquerdantina” e pré candidato à Prefeitura de Santos pelo PT

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