A desobediência civil pacífica de São Bernardo a Curitiba ilumina os tempos sombrios que vivemos.

Sato do Brasil / Jornalistas Livres
crédito Joana Brasil

 

Por Maria Lucia Erwin

Antes da prisão de Lula, São Bernardo foi palco da resistência pacífica, que nunca foi passiva, e reforçou uma narrativa da injustiça contra o ex-presidente e todos os brasileiros, pois se rasgou a Constituição de 1988.

O acampamento em Curitiba, continuou a luta de São Bernardo, garantido a continuidade desta narrativa e a luta pela liberdade não só de Lula como de milhares de brasileiros presos injustamente. infelizmente, a lei do mais forte está prevalecendo, e desta forma, cresce as prisões sem mandado judicial e chegamos ao disparate da policia do Rio de Janeiro afirmar em rede social que a presunção de inocência acabou.

Para vermos, o quanto esta estratégia está incomodando a direita, basta ver a violenta repressão da polícia no dia da chegada de Lula a Curitiba. E depois que o acampamento se consolidou e cresceu, o ministério Público de querer punir com R$ 500 mil reais de multa o sagrado direito a resistência, a liberdade de expressão e manifestação.

A cobertura da mídia alternativa e seu impacto na rede social evitaram que a estratégia da grande mídia de “esquecer Lula” e de preparar uma eleição domesticada. Em mais um exemplo da força desta resistência, a policia federal pediu a transferência do Lula do prédio da polícia federal. devido a aproximação do 1º de maio. E como eles tem medo do povo cercando pacificamente este prédio e dando boa noite ao presidente.

A solidariedade a Lula se espalhou pelo país, temos milhares de cartas sendo enviada ao ex-presidente, bazar para arrecadar dinheiro para o acampamento, e muitos atos por todo o Brasil. Agora temos até músicas pela libertação do ex-presidente.

Como a solidariedade é vermelha, lentamente o amor se espalhou pelo Brasil e o povo agradece ao ex-presidente tudo de bom que ele fez para os brasileiros. Que a partilha do pão vivenciada no acampamento e a música que alegra a alma do povo e que transforma a dor em alegria.

Lentamente a resistência pacífica vai corroendo a consciência dos brasileiros e fica claro a perseguição e a injustiça contra Lula. O MTST ao ocupar o triplex do Guarujá, se utilizou da desobediência civil, e revelou a ficção criada por Sérgio Moro e a mídia da suntuosidade das reformas no apartamento.

A foto de Leonardo Boff sentado revelou outra atitude pacífica, que correu o mundo e fez muito os brasileiros e estrangeiros denunciarem a volta da ditadura em nosso país. Agora se viola a constituição negando a visita de uma comissão da Câmara dos deputados, o direito de advogados do presidente poder visita-lo e inacreditavelmente até médico.

Toda esta situação revolta os que defendem a democracia e mostram como voltamos a tempos sombrios. A mídia golpista se quer consegue responder os atos da desobediência pacífica, por que sabe que é direito do povo resistir ante uma brutal injustiça.

A resistência tem de continuar pacífica, mas nunca passiva, e milhões de brasileiros se sentem representados pelos que estão acampados em Curitiba. Não caíamos nas provocações da direita no primeiro de Maio, visto que a desobediência civil pacífica está ganhando corações e mentes, basta ver que a recente pesquisa IPSOS mostrou aumento a rejeição de Moro e diminuição da de Lula.

A história do MST tem um ponto importante no acampamento da encruzilhada Natalino, em 1981, e graças a esta tradição de luta, rapidamente o acampamento se organizou e se transforma em uma escola de política e de solidariedade. Esta organização é fruto também da lutas das frentes populares, que ensinaram a esquerda a se unir por objetivos comuns.

E deste acampamento e de outras experiências, da vivência do amor e da solidariedade, que fará que nascerá uma esquerda mais radical, que vai as raiz dos problemas, e menos sectária. É tempo de ocupar as ruas e de desobedecer os poderosos.

PS: este texto foi escrito antes do atentado terrorista contra o acampamento Lula livre e este ato representa mais uma prova do desespero que toma conta da direita.

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