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Brasília

Tribunal popular julgará práticas nocivas do Congresso brasileiro

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A exemplo do Tribunal Internacional de Crimes de Guerra criado pelo filósofo britânico Bertrand Russell e mediado por ninguém menos que Jean-Paul Sartre, o Tribunal Tiradentes – criado por intelectuais e militantes dos Direitos Humanos durante a Ditadura Militar – reunirá mais uma vez diversos representantes da sociedade civil no Tucarena, berço da resistência, no próximo  dia 25 de setembro, 19h, para julgar as práticas nocivas e danosas do Congresso Nacional.

Que o atual Congresso não representa o conjunto da sociedade brasileira todos já sabemos. No país, mulheres são 53% do total de eleitores. Porém, na Câmara dos Deputados – só deles –  elas representam apenas 9%. Se falarmos de mulheres negras esse número cai para menos de 1%. Este é só um dos exemplos da falta de representatividade do Parlamento.

Mas como o Congresso brasileiro conseguiu entrar no Século 21 com uma representatividade feminina menor que países como Síria, Somália, Líbia, Marrocos, Indonésia e Iraque? Que mecanismos levam, a cada novo ano eleitoral, pelo menos 1/4 de grandes proprietários de terra à chamada Casa do Povo? Para quem verdadeiramente trabalham os parlamentares e em defesa de quais interesses legislam?

São estas questões que o Tribunal Tiradentes promete desvendar  em sua IV sessão. Presidida pelo pró-reitor de Cultura e Relações Comunitárias da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, o professor Antônio Carlos Malheiros, a edição pretende ser um evento de comunicação pedagógica enunciando as práticas espúrias que pautam hoje o funcionamento do Congresso brasileiro e o impedem de cumprir seu papel essencial à democracia.

“Vamos julgar aquele poder legislativo que nós não queremos e, no fundo, defender o Poder Legislativo que nós queremos. O Poder Legislativo que é importantíssimo para que a República efetivamente aconteça”, explicou Malheiros  aos Jornalistas Livres na última reunião ampliada de preparação do Tribunal que aconteceu no dia 8 de agosto.

Outro importante nome do Direito no Brasil, o jurista e professor emérito da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, Fabio Comparato, lembrou durante o encontro a importância que o Tribunal terá para além da condenação das práticas espúrias do Congresso, “propor mecanismos que garantam a participação efetiva da sociedade” nas decisões do Parlamento.

O Tribunal Tiradentes funciona como uma representação teatral de um julgamento oficial e terá como testemunhas representantes de setores da sociedade como trabalhadores urbanos e rurais. Haverá ainda os papeis de defensor e de acusador. Este último será desempenhado pelo jornalista e escritor Fernando Morais, que já confirmou sua participação.

Foram julgados nos eventos anteriores a Lei de segurança Nacional, o Colégio Eleitoral e, por último, durante o funcionamento das Comissões da Verdade, a Lei de Anistia.

Para saber mais procure no Facebook @TribunalTiradentes ou acesse www.tribunaltiradentes.org

Serviço

Quando: 25/09/2017 – 19h

Onde: Tucarena – PUC/SP

R. Monte Alegre, 1024 – Perdizes, São Paulo – SP

Assista o documentário de Renato Tapajós sobre o I Tribunal Tiradentes (1984) que julgou a Lei de Segurança Nacional, ferramenta de repressão da Ditadura Militar que perdurou até o início da redemocratização do país:

 

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Brasília

Ato ecumênico em Brasília em protesto à marca de 50 mil mortes por covid-19 no Brasil

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Texto e fotos: Matheus Alves
O Brasil chegou na última semana ao triste número de 50 mil mortos.

O país chora e, com aquele aperto no peito, grita por justiça, dignidade e o nobre ato do luto. Em um desses gritos, dezenas de pessoas correram para a Esplanada dos Ministérios, em Brasília e ocuparam, com mil cruzes, a Alameda dos Estados — que faz frente ao Congresso Nacional.

O choro se instala e sem querer se prende à garganta que dói cansada. O respiro perde o compasso. A boca seca. O tremor vem, a lágrima cai.

A sensação de perder um ente querido tão de repente é, sem dúvida, uma das piores demonstrações vitais que o corpo humano pode dar e, bastasse isso, ainda há a infeliz necessidade de assistir aos atos genocidas de um Presidente da República que nega a gravidade da maior crise sanitária da história.

Por mais que tentem explicar, o luto e a luta são as únicas formas de expressar o que é sentir falta de quem não está mais entre nós.

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Brasília

Racistas, fascistas, não passarão!

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Em um lado da Esplanada dos Ministérios, um ato em defesa da democracia, contra o racismo e o fascismo. No outro, a marcha do ódio e antidemocrática dos bolsonaristas defendendo o mesmo de sempre: fechamento do STF, intervenção militar, morte aos comunistas, maconheiros e outros absurdos.

Houve muita provocação verbal dos dois lados, mas apenas os bolsonaristas tentaram criar um embate físico, ao cruzarem a barreira policial no gramado central, para correr entre os manifestantes antifa. A polícia? Parecia mais preocupada em intimidar aqueles que defendem a democracia. Mas a resposta dos que lutam contra o racismo e o fascismo foi linda: muito grito de luta, um ato cheio de emoção e sem violência, como era esperado.

Confira a galeria de imagens da cobertura dos Jornalistas Lives em Brasília

Galeria 1- Fotos: Leonardo Milano / Jornalistas Livres

 

Galeria 2- Fotos: Matheus Alves

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Brasília

Agora com a ajuda do genro de Silvio Santos, brasileiros são levados ao matadouro

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A muvuca que o vírus gosta: Doria "libera" comércio para a Covid-19

Por Ricardo Melo*

O Brasil está no fundo do poço. Não pretendia gastar muito tempo com Bolsonaro, um facínora orgulhoso de sua condição.

Mas não pode passar sem registro seu ato mais recente: criar um ministério para o genro de Silvio Santos, o tal Fabio Faria.

Para quem não se lembra, Fabio Faria é aquele mesmo, deputado pilhado pagando passagens com verba parlamentar para namoradas como Adriane Galisteu e família.

Membro do tal centrão, agora “colega de trabalho” do sogro decrépito e capacho de qualquer governo, Fabio Faria une o inútil ao desagradável aos olhos do povo: engrossa a gangue do capitão no Congresso e fortalece os laços com o dono de uma emissora já conhecida como Sistema Bolsonaro de Televisão. Sim, o SBT, que entrou para a história ao tirar do ar um telejornal de horário nobre para não se indispor com seu patrão do Planalto.

A patiFaria corre solta.

Falemos dos governadores e prefeitos que tentaram posar de equilibrados de olho em dividendos eleitorais.

Não durou muito tempo. Um exemplo. João Dória, o Bolsodória, e seu assecla Bruno Covas vinham fazendo discursos ¨humanitários” até outro dia. Seu repertório esgotou-se tão rápido quanto sua sinceridade.

São Paulo, assim como o Brasil, vive um momento de ascenso da pandemia. O número de vítimas cresce sem parar. Qualquer aspirante a médico sabe que é hora de reforçar as poucas medidas de defesa à disposição. A única à mão enquanto não se descobre uma vacina é manter as pessoas isoladas e dar a elas condições de sobreviver.

O que faz Bolsodória? O contrário. Libera geral. Manda abrir tudo obedecendo ao comando de seus tubarões do Lide de sempre. As fotos estampadas nas redes mostram multidões circulando pelas ruas indefesas diante do apetite do coronavírus e dos senhores das bolsas de valores.

No Rio, a mesma coisa. Assim como Bolsodória, Witzel segue na prática os mantras de quem o elegeu: “E daí”. Ou: “todos vão morrer mesmo. É o destino”. Enquanto isso, faz o que parecia inacreditável. Alimenta uma máquina de corrupção à custa do sofrimento de milhares de brasileiros. Contrata a construção de hospitais a preços hiper super faturados que nunca saíram do papel. Assim acontece em vários outros estados. “Governantes” valem-se da morte do povo para engordar seus cofres particulares.

Tentei evitar, mas tenho que falar de Bolsonaro novamente. Depois de tentar esconder as mortes e roubar o Bolsa Família, ele e seu capanga preferido, Paulo Guedes, estudam ampliar o prazo da esmola aos desvalidos. Como? Em vez dos trocados de 600 reais que até hoje não chegaram a milhões que morrem de fome, fala-se em… 300 reais!! Faça vc mesmo os cálculos para ver o tamanho do disparate.

O destino dos países, mais do que nunca, depende da juventude, do povo trabalhador e de governantes responsáveis (a esse respeito, pesquisem no google o nome Jacinda Ardern, da Nova Zelândia. uma sugestão: https://www.brasil247.com/oasis/jacinda-ardern-quando-a-coragem-restaura-a-politica).

Chega. Não, não pague as dívidas, apenas as indispensáveis que podem te deixar sem luz, água, gás. Peça ajuda aos poucos advogados honestos, cada vez mais raros, é verdade. Procure a parte sadia da OAB. Recorra às organizações populares, aos sindicatos ainda dignos deste nome e, sobretudo, aos coletivos de jornalistas que se libertaram da mídia oficial. Ignore o palavrório dos políticos cínicos, hipócritas e ladrões, seja qual for o partido. E, se puder, fique em casa.

O Brasil depende dos brasileiros dignos desse nome.

 

*Ricardo Melo, jornalista, foi editor-executivo do Diário de S. Paulo, chefe de redação do Jornal da Tarde (quando ganhou o Prêmio Esso de criação gráfica) e editor da revista Brasil Investe do jornal Valor Econômico, além de repórter especial da Revista Exame e colunista do jornal Folha de S. Paulo. Na televisão, trabalhou como chefe de redação do SBT e como diretor-executivo do Jornal da Band (Rede Bandeirantes) e editor-chefe do Jornal da Globo (Rede Globo). Presidiu a EBC por indicação da presidenta Dilma Rousseff.

 

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