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Três lances que definem o caminho da Lava Jato

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Carmem Lúcia homologou as 77 delações da Odebrecht, mas as manteve sob sigilo. Ontem tivemos outros três lances desta história. No primeiro, a presidente do Supremo Carmem Lúcia aceitou o pedido do ministro Edson Fachin para se incorporar à segunda turma do STF, que julga a Lava Jato. Isto mostra uma solução de consenso, pois Fachin é o ministro mais novo e, como determina o regimento do supremo, um outro ministro mais antigo poderia ter a prioridade e ser indicado para segunda câmara. O segundo lance foi o sorteio do relator da Lava Jato, que, por coincidência, apontou o ministro Fachin. Ainda poderiam ter sido escolhidos no sorteio Celso de Mello, Gilmar Mendes, Toffoli e Ricardo Lewandowski. O ministro lançou uma nota que reproduzo abaixo:

“O ministro Edson Fachin, a quem, na forma regimental, foram redistribuídos nesta data os processos vinculados à denominada Operação Lava Jato, reconhece a importância dos novos encargos e reitera seu compromisso de cumprir seu dever com prudência, celeridade, responsabilidade e transparência”

Destaco a menção de transparência, indicando que Fachin pode vir a aceitar eventual pedido do Procurador Geral da República Rodrigo Janot de abertura de sigilo sobre as delações, como querem muitos setores da sociedade civil. De certa forma, todo juiz precisa ter prudência e responsabilidade em sua ação, e neste ponto ele sinaliza garantir os direitos dos investigados e evitar excessos, como os muitos que temos visto, a exemplo da escandalosa condução coercitiva de Mantega, que agora foi retirado pela Polícia Federal do processo da Zelotes. Já a celeridade visa afagar setores mais conservadores, ávidos por punição seletiva, especialmente de seus inimigos políticos.

Com isto, a nota do ministro busca agradar a toda a sociedade, mas logo saberemos se a transparência é para valer ou não.

Moro elogiou o novo ministro de forma protocolar, afirmando ser um “jurista de elevada qualidade”, inclusive porque os dois residem no Paraná.

O presidente Temer avaliou que era a melhor opção para o governo e defendeu o seu nome em conversas reservadas, conforme publicação do jornal Folha de São Paulo, por ser “mais aberto ao diálogo, mais discreto e de opiniões mais maleáveis” que outros ministros como Marco Aurélio Mello e Ricardo Lewandowski.

Se lembrarmos do famoso encontro no palácio do Jaburu, que envolveu o ministro Gilmar Mendes e Nelson Jobim no dia 22 janeiro, para tratar do quadro político, e associarmos a esta matéria da Folha teremos um indício forte que o nome de Facchin sinaliza para um acordo consensual entre Temer e o Supremo Tribunal Federal. A suspeita cresce com o pedido de auditoria externa do sorteio pela própria presidente Carmen Lúcia.

O terceiro fato é o mais novo vazamento da Lava Jato, publicado com exclusividade pela Folha de São Paulo. O conteúdo é gravíssimo: o Senador Aécio Neves é acusado de participar de reuniões para discutir propina e fraude em licitação para uma obra suntuosa do Cidade Adminstrativa, quando o tucano governava Minas Gerais.

Aécio já foi citado e acusado várias vezes ao longo da Lava Jato, mas o fato aqui é que o vazamento, em tese, pode tornar ilegal este depoimento. Apenas a publicação oficial das delações, com abertura de sigilo, contornaria este problema. O próprio delator Benedicto Junior defende o fim do sigilo e que “todo o conteúdo seja de conhecimento público”.

Esperamos que a abertura de sigilo das delações, segundo a promessa de transparência de Fachin, seja efetivada, para que seja público o conteúdo dessas 77 delações. A prioridade agora é evitar uma análise parcial das delações, bem como vazamentos seletivos que blindem as cartas marcadas da política e ataquem os alvos preferenciais já costumeiros da grande mídia.

 

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Ato ecumênico em Brasília em protesto à marca de 50 mil mortes por covid-19 no Brasil

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Texto e fotos: Matheus Alves
O Brasil chegou na última semana ao triste número de 50 mil mortos.

O país chora e, com aquele aperto no peito, grita por justiça, dignidade e o nobre ato do luto. Em um desses gritos, dezenas de pessoas correram para a Esplanada dos Ministérios, em Brasília e ocuparam, com mil cruzes, a Alameda dos Estados — que faz frente ao Congresso Nacional.

O choro se instala e sem querer se prende à garganta que dói cansada. O respiro perde o compasso. A boca seca. O tremor vem, a lágrima cai.

A sensação de perder um ente querido tão de repente é, sem dúvida, uma das piores demonstrações vitais que o corpo humano pode dar e, bastasse isso, ainda há a infeliz necessidade de assistir aos atos genocidas de um Presidente da República que nega a gravidade da maior crise sanitária da história.

Por mais que tentem explicar, o luto e a luta são as únicas formas de expressar o que é sentir falta de quem não está mais entre nós.

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Racistas, fascistas, não passarão!

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Em um lado da Esplanada dos Ministérios, um ato em defesa da democracia, contra o racismo e o fascismo. No outro, a marcha do ódio e antidemocrática dos bolsonaristas defendendo o mesmo de sempre: fechamento do STF, intervenção militar, morte aos comunistas, maconheiros e outros absurdos.

Houve muita provocação verbal dos dois lados, mas apenas os bolsonaristas tentaram criar um embate físico, ao cruzarem a barreira policial no gramado central, para correr entre os manifestantes antifa. A polícia? Parecia mais preocupada em intimidar aqueles que defendem a democracia. Mas a resposta dos que lutam contra o racismo e o fascismo foi linda: muito grito de luta, um ato cheio de emoção e sem violência, como era esperado.

Confira a galeria de imagens da cobertura dos Jornalistas Lives em Brasília

Galeria 1- Fotos: Leonardo Milano / Jornalistas Livres

 

Galeria 2- Fotos: Matheus Alves

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Brasília

Agora com a ajuda do genro de Silvio Santos, brasileiros são levados ao matadouro

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A muvuca que o vírus gosta: Doria "libera" comércio para a Covid-19

Por Ricardo Melo*

O Brasil está no fundo do poço. Não pretendia gastar muito tempo com Bolsonaro, um facínora orgulhoso de sua condição.

Mas não pode passar sem registro seu ato mais recente: criar um ministério para o genro de Silvio Santos, o tal Fabio Faria.

Para quem não se lembra, Fabio Faria é aquele mesmo, deputado pilhado pagando passagens com verba parlamentar para namoradas como Adriane Galisteu e família.

Membro do tal centrão, agora “colega de trabalho” do sogro decrépito e capacho de qualquer governo, Fabio Faria une o inútil ao desagradável aos olhos do povo: engrossa a gangue do capitão no Congresso e fortalece os laços com o dono de uma emissora já conhecida como Sistema Bolsonaro de Televisão. Sim, o SBT, que entrou para a história ao tirar do ar um telejornal de horário nobre para não se indispor com seu patrão do Planalto.

A patiFaria corre solta.

Falemos dos governadores e prefeitos que tentaram posar de equilibrados de olho em dividendos eleitorais.

Não durou muito tempo. Um exemplo. João Dória, o Bolsodória, e seu assecla Bruno Covas vinham fazendo discursos ¨humanitários” até outro dia. Seu repertório esgotou-se tão rápido quanto sua sinceridade.

São Paulo, assim como o Brasil, vive um momento de ascenso da pandemia. O número de vítimas cresce sem parar. Qualquer aspirante a médico sabe que é hora de reforçar as poucas medidas de defesa à disposição. A única à mão enquanto não se descobre uma vacina é manter as pessoas isoladas e dar a elas condições de sobreviver.

O que faz Bolsodória? O contrário. Libera geral. Manda abrir tudo obedecendo ao comando de seus tubarões do Lide de sempre. As fotos estampadas nas redes mostram multidões circulando pelas ruas indefesas diante do apetite do coronavírus e dos senhores das bolsas de valores.

No Rio, a mesma coisa. Assim como Bolsodória, Witzel segue na prática os mantras de quem o elegeu: “E daí”. Ou: “todos vão morrer mesmo. É o destino”. Enquanto isso, faz o que parecia inacreditável. Alimenta uma máquina de corrupção à custa do sofrimento de milhares de brasileiros. Contrata a construção de hospitais a preços hiper super faturados que nunca saíram do papel. Assim acontece em vários outros estados. “Governantes” valem-se da morte do povo para engordar seus cofres particulares.

Tentei evitar, mas tenho que falar de Bolsonaro novamente. Depois de tentar esconder as mortes e roubar o Bolsa Família, ele e seu capanga preferido, Paulo Guedes, estudam ampliar o prazo da esmola aos desvalidos. Como? Em vez dos trocados de 600 reais que até hoje não chegaram a milhões que morrem de fome, fala-se em… 300 reais!! Faça vc mesmo os cálculos para ver o tamanho do disparate.

O destino dos países, mais do que nunca, depende da juventude, do povo trabalhador e de governantes responsáveis (a esse respeito, pesquisem no google o nome Jacinda Ardern, da Nova Zelândia. uma sugestão: https://www.brasil247.com/oasis/jacinda-ardern-quando-a-coragem-restaura-a-politica).

Chega. Não, não pague as dívidas, apenas as indispensáveis que podem te deixar sem luz, água, gás. Peça ajuda aos poucos advogados honestos, cada vez mais raros, é verdade. Procure a parte sadia da OAB. Recorra às organizações populares, aos sindicatos ainda dignos deste nome e, sobretudo, aos coletivos de jornalistas que se libertaram da mídia oficial. Ignore o palavrório dos políticos cínicos, hipócritas e ladrões, seja qual for o partido. E, se puder, fique em casa.

O Brasil depende dos brasileiros dignos desse nome.

 

*Ricardo Melo, jornalista, foi editor-executivo do Diário de S. Paulo, chefe de redação do Jornal da Tarde (quando ganhou o Prêmio Esso de criação gráfica) e editor da revista Brasil Investe do jornal Valor Econômico, além de repórter especial da Revista Exame e colunista do jornal Folha de S. Paulo. Na televisão, trabalhou como chefe de redação do SBT e como diretor-executivo do Jornal da Band (Rede Bandeirantes) e editor-chefe do Jornal da Globo (Rede Globo). Presidiu a EBC por indicação da presidenta Dilma Rousseff.

 

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