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Recife

O dia da consciência negra é necessário para se chegar à consciência humana

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por Stilo Santos

foto: Veetmano Prem

No primeiro 20 de novembro no governo Bolsonaro, o movimento negro foi para rua demonstrar, mais uma vez, sua resistência e força. Em todo país, a pauta pela vida do povo negro, contra o exterminio da juventude negra e periférica e o escancancaro do fascimo trouxeram à tona o debate de que nosso país passa por um momento importante para a defesa dos direitos e mudanças de estratégias no combate as opressões.

No país que foi o último das Américas a abolir a escravatura e que, até hoje, demonstra nos números do encarceramento o reflexo disso, não se pode mais permitir ações facistas, como a de um deputado de quebrar uma obra de arte que falava do extermínio da população negra ou da morte da menina Agatha, vinda do braço armado do Estado, passem impune de responsabilização. Ou que a execução do menino Mario Andrade seja esquecida ou tabulada como apenas mais uma morte nas estatísticas.

No Recife, o antigo ‘Parque Treze de Maio’, agora rebatizado de ‘Praça 20 de novembro’, foi o cenário para a concentração desse momento de luta, que demonstra a importância de continuar ’negritando’ essa pauta, puxada pela Articulação de Negros e Negras de Pernambuco. Diversas falas foram feitas no ato que reuniu 40 movimentos de negritude do Estado e culminou na Rua da Guia com muita poesia e música de artistas negros.

Todas e todos usando a arte como um viés educativo para lembrar todo sofrimento dos ancestrais e que a reparação histórica só virá com ascensão social e entrada dos negros e negras nos espaços de poder e tomada de decisão, e como diz a música da cantora da banda Femigang, Adelaide: “A revolução será preta ou não será”.

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1 Comment

1 Comments

  1. Antonio José Ribeiro de Oliveira. 7

    25/11/19 at 14:35

    A nossa luta é diária e temos que nos unir de sul a norte e colocar a raça Negra a concorrer cargos politico desde vereadores .Isto é começando em 2020.

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Pernambuco

Pelo Rio Capibaribe, um recado por justiça de frente para as Torres Gêmeas

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por Coletivo Pão e Tinta

Para marcar uma semana do indiciamento de Sarí Gaspar Corte Real na morte de Miguel Otávio, 5 anos, um grupo de artistas e ativistas do bairro do Pina, na Zona Sul do Recife, vai fazer, nessa terça-feira (9), um ato no Rio Capibaribe, em frente às “Torres Gêmeas”, onde moram o casal para quem a mãe da criança trabalhava como empregada doméstica, serviço considerado não essencial durante a pandemia.

Pelas águas do Capibaribe, o Coletivo Pão e Tinta vai levar para a frente do Edifício Pier Maurício de Nassau uma faixa de 5 metros,, com a frase: “O racismo explora e mata pessoas negras de várias formas” e a hashtag #JustiçaParaMiguel. O ato será no período da tarde, por volta das 14h.

“A gente quer mandar um recado para quem mora nas Torres Gêmeas, para que elas vejam da varanda de casa, falar de racismo estrutural. É preciso que as pessoas brancas e privilegiadas também reflitam sobre como ele funciona na prática. O debate racial não é uma questão apenas dos negros. Mas de responsabilidade dos brancos e privilegiados também”, contextualizou Pedro Stilo, integrante e um dos coordenadores do Pão e Tinta.

Com 9 anos de existência, o Pão e Tinta é formado por artistas e ativistas sociais, alguns deles ex-pichadores que depois desenvolveram o grafite como arte e técnica de sobrevivência. Além de trabalhos sociais no bairro do Pina, o coletivo também realiza o Festival Internacional de Artes, realizado uma vez por ano antes da pandemia.

 

Miguel: quantos como ele correm perigo nas casas das patroas de suas mães?

#JustiçaPorMiguel. Ato em Recife, clama por justiça

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fotografia

#JustiçaPorMiguel. Ato em Recife, clama por justiça

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#JustiçaPorMiguel

Respeitando as regras de distanciamento social, os manifestantes se reuniram às 13h em frente ao Palácio da Justiça e saíram em passeata até as “Torres Gêmeas”, onde Miguel morreu. De maneira pacífica, gritaram palavras de ordem e pediam a responsabilização de Sari Gaspar Corte-Real, a patroa que negligenciou Miguel.

Fotos: Pedro Caldas Ramos

#JustiçaPorMiguel

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Conheça mais o trabalho do fotógrafo:

https://www.instagram.com/caldaspedr/

 

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Comportamento

É muita Coisa, muito Símbolo!

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“Esse horror que é a morte do menino Miguel é a história com mais símbolos de que eu tenho lembrança:⁣

A empregada que trabalha durante a pandemia;⁣
A empregada, mãe solo, que não tem com quem deixar o filho;⁣
A empregada é negra;⁣
A patroa é loura;⁣
A patroa é casada com um prefeito;⁣
O prefeito tem uma residência em outro município, que não é o que governa;⁣
A patroa tem um cachorro, mas não leva ele pra passear, delega;⁣
A patroa está fazendo as unhas em plena pandemia, expondo outra trabalhadora; ⁣
A patroa despacha sem remorso o menino no elevador;⁣
O menino se chama Miguel, nome de anjo;⁣
O sobrenome da patroa é Corte Real;⁣
A empregada pegou Covid com o patrão;⁣
A empregada consta como funcionária da Prefeitura de Tamandaré;⁣
Tudo isso acontece nas torres gêmeas, ícone do processo e verticalização desenfreada, especulação imobiliária e segregação da cidade do Recife;⁣
Tudo isso acontece em meio aos protestos Vidas Negras Importam;⁣
Tudo isso acontece no dia em que se completaram cinco anos da sanção da lei que regulamentou o trabalho doméstico no Brasil; ⁣

É muita coisa, muito símbolo.”⁣

Texto por Joana Rozowykwiat (@joanagr) (@JoanaRozowyk)

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