A fotografia tem a sua própria proposta de descrição. Porém para que a mesma se torne um dialogo entre quem a visualiza e quem a registra é necessário com que as vivências nela expressa tenham um significado comum.
Neste ano de 2018, em dezembro, o trajeto de vinte e cinco quilômetros entre o Centro de Ribeirão das Neves e a região da Pampulha em Belo Horizonte esconde nove quilômetros que vão muito além do sistema prisional.
Este trajeto, que se considera flores nativas, verde imenso, animais e a ruralidade também tem a marca do desenvolvimento urbano e sua precarização. O conhecido Lixão de Ribeirão das Neves contrasta com esta realidade.
Fato também que traz ao céu centenas de urubus que dançam no céu. Segue as imagens de uma caminhada a pé pela LMG 806.
Cenário dos dois primeiros quilômetros. Entrada das propriedades rurais.
Mudas e verduras como composição da ruralidade.
Flores mativna na conhecida Lajinha e mata dos Bandeirantes.
Animais no pasto ao fundo do Lixão de Ribeirão das Neves.
Animais no céu. Imensidão de urubus nos dias quentes de dezembro.
Decadas de descaso. Uma reflexão sobre até que ponto vale o lucro e a expropriação da natureza.
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Fotografia e Texto: Leonardo Koury, especial para os Jornalistas Livres