Festival Favela em Casa promove a difusão da arte e da ação cultural produzidas pelas periferias e favelas da Grande São Paulo. Na noite de abertura, show de Drik Barbosa será transmitido ao vivo pela série Música #EmCasaComSesc;
Idealizada e produzida por Andressa Oliveira, Marcelo Rocha e Coletivo Favela em Casa, programação é gratuita e reúne música, teatro, dança, literatura e audiovisual , além de uma série de talks, em 12 horas de programação. Transmissões acontecem pelas redes sociais do Sesc São Paulo e do Festival Favela em Casa.
Expansão, ativação e colaboração
Iniciativa busca expandir os espaços de produção e difusão artísticas, além de ativar coletivos, artistas e profissionais da cadeia da cultura que foram especialmente impactados pela crise sanitária atua .
O Festival Favela em Casa é uma iniciativa de dois jovens produtores da Grande São Paulo, com o objetivo de promover a arte e a ação cultural nativas das periferias, e que utiliza a potencialidade dos meios digitais para divulgar a produção de artistas independentes em diferentes territórios, para além das bordas dos grandes centros urbanos. Idealizado por Andressa Oliveira, moradora do Campo Limpo, extremo sul da cidade de São Paulo, e pelo articulador cultural e fotógrafo Marcelo Rocha, da cidade de Mauá, no ABC Paulista, o evento de múltiplas linguagens artísticas vai reunir mais de 35 atrações, entre músicos, performances teatrais e dança, profissionais do cinema e da literatura, artistas visuais,e pensadores, nos dias 18, 19 e 20 de setembro, em uma maratona de 12 horas de programação.
Produtores do Festival, Andressa Oliveira e Marcelo Rocha
Democratizações dos espaços para a cultura da periferia e da favela
Comprometido com a democratização dos espaços de produção e difusão artísticas, o Sesc São Paulo direciona a estrutura de sua rede para realizar esse encontro entre o público e a produção de jovens que atuam nas periferias da Grande São Paulo, região afetada de maneira mais acentuada pela atual crise sanitária, e dar visibilidade à arte urbana e periférica, ampliando as condições de acesso aos conteúdos da cultura aos diferentes públicos. Com show de Drik Barbosa, a ação que marca a abertura do festival será transmitida ao vivo, no dia 18 de setembro, às 19h, pela série Música #EmCasaComSesc, exibida pelo Instagram Sesc Ao Vivo e pelo canal do Sesc São Paulo no Youtube. As demais atrações serão exibidas pelo canal do Festival Favela em Casa no Youtube e Instagram do Festival Favela em Casa. Nove unidades do Sesc também transmitirão trechos da programação em suas redes sociais. São elas: Campo Limpo, Carmo, Itaquera, Ipiranga, Parque Dom Pedro II, Santana, Santo André, São Caetano e Vila Mariana.
“Em decorrência da pandemia, as desigualdades sociais e econômicas têm se agravado, e os artistas e coletivos culturais das periferias da Grande São Paulo, região que chegou a ser o epicentro em volume de contágios no país, foram dramaticamente atingidos por essa situação, na medida em que que boa parte de suas iniciativas se realizam na ocupação da cidade, ruas, praças e outras áreas públicas destinadas ao encontro”, observa Danilo Santos de Miranda, diretor do Sesc São Paulo. E complementa: “A ativação dessa gama de profissionais das amplas práticas socioculturais, que são nossos parceiros na consecução de nossa missão institucional, é uma medida indissociável da atuação do Sesc, porque diz respeito à nossa responsabilidade socioeducativa, enquanto fomentadores que somos, inseridos na cadeia produtiva da cultura no estado de São Paulo e no país como um todo”.
Favela em Casa. Gerando renda. Periferia consumindo periferia
“O Favela em Casa foi pensado para ser uma vitrine para artistas independentes de favela que estão fora da bolha do mainstream e também gerar renda. Criamos um festival para ser gerenciado e produzido por uma equipe composta, majoritariamente, por pessoas periféricas, pretas e independentes, protagonistas e responsáveis pela condução da narrativa que queremos compartilhar”, conclui Andressa Oliveira, idealizadora do festival ao lado de Marcelo Rocha, que complementa: “O Festival surgiu do nosso sonho de movimentar e incentivar os artistas das nossas comunidades, especialmente nesse momento de pandemia. E esse nosso sonho se tornou maior com com a parceria do Sesc, que foi fundamental para a visibilidade dos nossos artistas e da nossa causa, que também passa pela sustentabilidade socioeconômica dos trabalhadores da cultura nas favelas”.
No line up, a presença de artistas das diferentes regiões da Grande São Paulo indica a diversidade de identidades e sotaques que compõem a programação, selecionada por um time de curadores atentos à multiplicidade de estilos e à inserção de trabalhos ainda não contemplados por outros editais de incentivo durante o período de pandemia. Com formato híbrido, as transmissões revezam-se entre performances ao vivo e gravações realizadas no Estúdio Curva, na capital paulista, e incluem, além de apresentações artísticas, uma série de talks sobre carreira, memória e literatura com convidados, das quais participam artistas e outras figuras que tem trago novos olhares para a produção cultural e intelectual da cidade.
Confira mais informações sobre a programação aqui:
TEATRO William Sampaio, Grupo Identidade Oculta, Ícaro Pio.
AUDIOVISUAL Preto no Branco, de Valter Rege
TALKS encontros com duração de 20 minutos, gravados pela plataforma zoom. Versões mais enxutas e editadas serão veiculadas no Festival. As versões completas (cerca de 1h de duração) ficarão disponíveis posteriormente no canal do youtube do Favela em Casa, junto com toda a programação.
SERVIÇO
FESTIVAL FAVELA EM CASA
Idealização e produção: Andressa Oliveira, Marcelo Rocha e Coletivo Favela em Casa
Apoio: UNIFESP – Universidade Federal de São Paulo
Realização: Sesc São Paulo
18 a 20 de setembro. Sexta e sábado, 19h às 23h. Domingo, 15h às 19h.
Abertura: Instagram Sesc Ao Vivo | Canal Sesc São Paulo no Youtube | Canal Festival Favela em Casa no Youtube
Programação: Canal Festival Favela em Casa no Youtube | Facebook Festival Favela em Casa e redes sociais das unidades do Sesc Campo Limpo, Carmo, Itaquera, Ipiranga, Parque Dom Pedro II, Santana, Santo André, São Caetano e Vila Mariana.
Desde 2016, o PROCENA, festival de cultura que nasceu em Goiás com a leis de incentivo Fundo de Arte e Cultura de Goiás, tem promovido a discussão sobre acessibilidade e diversos outros assuntos que atravessam as realidades dos artistas, produtores e profissionais com vocação para assistência à pessoa com deficiência. Realizado de dois em dois anos, o evento que começou envolvendo a comunidade regional, em 2020 se expande para todo o Brasil, via redes sociais.
A pandemia, que tem feito os brasileiros tentarem uma adaptação de suas vidas, na medida do que é possibilitado, frente a um governo federal negacionista que tem priorizado pouco ou quase nada salvar a vida dos cidadãos, também tem feito com que os produtores dos festivais culturais adaptem a realidade dos festivais, que costumavam ser espaços físicos não só de cultura, mas também acolhimento, troca e discussões transformadoras da nossa realidade.
Mas como bem colocado pelo coordenador do evento sobre o novo formato do PROCENA, Thiago Santana, “a realização virtual impediu o contato físico, porém ampliou o alcance do evento, gerando discussões que vão além das fronteiras”. O desafio agora é democratizar o espaço das redes sociais, para que o acesso chegue a todos e todas
De 7 a 10 de outubro, o Youtube, Facebook e Instagram serão os palcos de apresentações de danças de Goiás, grupos de outras regiões do Brasil e um de Portugal, já que este ano a dança como uma linguagem que inclui é o tema do PROCENA. Para aprofundar nas discussões, a cada dia será apresentado um webnário com um temas que envolvem política, arte e acessibilidade. Então, já assina o canal do YouTube, segue no Facebook e Instagram para garantir que não vai se esquecer desta programão super necessário.
As discussões apontaram a dança como uma linguagem que inclui e oferece mais possibilidades de acessibilidade para artistas e também para espectadores com deficiência. “Esses debates nos fizeram decidir por começar esta nova proposta com a dança, suas contribuições para a produção cênica, seus processos formativos e composições estéticas da cena inclusiva e acessível”, justifica Thiago Santana, coordenador do evento.
O coordenador também destaca a importância das leis de incentivo e mecanismos de fomento incluírem exigências e orientações para uma produção inclusiva e acessível às produções artísticas, como por exemplo, do Fundo de Arte e Cultura de Goiás. Ele lembra, contudo, que isso é fruto das metas do Plano Nacional de Cultura, aprovado em 2010 pela então presidenta do Brasil, Dilma Rousseff, em diálogo com outros marcos legais como a Convenção da Pessoa com Deficiência e a Lei Brasileira da Inclusão. Instrumentos que, por sua vez, são resultados de debates e discussões da área, como esses que serão realizados nesta edição do Procena.
PROCENA 2020 – dança, acessibilidade e profissionalização para artistas com deficiência
Datas: 7 a 10 de outubro
Transmissão: Instagram, Facebook e YouTube do Evento.
O Homem-Caixa, fora de sua casa-caixa, continua internalizado, privado, caminhando pelas ruas vazias de uma cidade-caixa em quarentena gerada pela pandemia do Coronavírus. É mais fácil percebê-lo em tempos de isolamento social, mas não é de agora que somos caixas dentro de caixas: empilhados, segregados, rotulados.
A princípio, o Homem-Caixa, não desperdiça espaços vazios, pois a sua capacidade de empilhamento é alta e facilita a gentrificação; mas, a propriedade descartável de seu material é, a longo prazo, entrópica.
Para realizar pela primeira vez o truque em que o mágico serra uma mulher ao meio em 1921, Percy Thomas Tibbles, teve que descobrir antes, até que ponto uma pessoa era capaz de se contorcer dentro de uma caixa apertada.
Em 2020 estamos tendo que redescobrir essa capacidade, mas as caixas desta vez, são as classes sociais; as etnias; as escolhas políticas. Uma vez encaixados, vivemos a ilusão de que podemos nos separar um do outro simplesmente serrando a caixa ao meio; mas tudo só faz parte desse antigo jogo de esconder.
O Homem-Caixa é frágil, descartável e fácil de ser armazenado.
Minibio
Tiago Judas (São Paulo, SP, Brasil, 1978) é bacharel em Artes Plásticas pela Fundação Armando Álvares Penteado – FAAP (São Paulo, SP, Brasil, 2001) e possui licenciatura plena em Arte pelo Centro Universitário Belas Artes de São Paulo (São Paulo, SP, Brasil, 2009). Sua produção artística inclui desenhos, objetos e vídeos, além de histórias em quadrinhos. Desde 2000, Judas tem exposto em importantes instituições culturais brasileiras e também expôs trabalhos em países como Alemanha, Áustria, Espanha, EUA e Peru. Em 2007, Judas foi contemplado com o Prêmio Aquisição do 14º Salão da Bahia (Salvador, BA, Brasil).
Em seus trabalhos, Tiago Judas busca conciliar as artes plásticas e as histórias em quadrinhos, fazendo com que uma influencie a outra. Vale ressaltar ainda que, ao longo dos últimos anos, Judas também tem trabalhado como ilustrador autônomo para jornais, revistas e editoras de livros e atua também como educador, desde 2001 orientou oficinas de arte em centros culturais como no Sesc, Museu da Imagem e do Som, Paço das artes, Museu de Arte Moderna de São Paulo, Fábricas de Cultura, além de outros projetos.
O projeto Futuro do Presente, Presente do Futuro é um projeto dos Jornalistas Livres, a partir de uma ideia do artista e jornalista livre Sato do Brasil. Um espaço de ensaios fotográficos e imagéticos sobre esses tempos de pandemia, vividos sob o signo abissal de um governo inumanista onde começamos a vislumbrar um porvir desconhecido, isolado, estranho mas também louco e visionário. Nessa fresta de tempo, convidamos os criadores das imagens de nosso tempo, trazer seus ensaios, seus pensamentos de mundo, suas críticas, seus sonhos, sua visão da vida. Quem quiser participar, conversamos. Vamos nessa! Trazer um respiro nesse isolamento precário de abraços e encontros. Podem ser imagens revistas de um tempo de memória, documentação desses dias de novas relações, uma ideia do que teremos daqui pra frente. Uma fresta entre passado, futuro e presente.
Procissão. Refotografias do Círio de Nazaré – Bélem do Pará – Brasil – 2013.
Círio é quando agradecemos pelo passado e pedimos pelo futuro. É onde estamos todos presentes e ligados numa mesma vibração de luz e fé. Um rio de gente de todas as crenças e lugares, aglomerados e misturados. Esse ano não teremos o Círio nas ruas. Não estaremos juntos fisicamente, mas estaremos presentes em energia. Unidos pela fé no futuro, no presente e no passado.
Sequência de fotografias registradas na noite da trasladação e refotografadas em TV de tubo.
A trasladação é uma procissão noturna que acontece na semana do Círio de Nazaré em Belém do Pará, e antecede o evento principal que é realizado no domingo. Reúne mais de 1 milhão de pessoas em uma onda de agradecimentos e esperança.
O processo: ensaio original registrado na noite da trasladação. Essas fotografias então são projetadas em TV de tubo e refotografadas em longa exposição e movimento.
O projeto Futuro do Presente, Presente do Futuro é um projeto dos Jornalistas Livres, a partir de uma ideia do artista e jornalista livre Sato do Brasil. Um espaço de ensaios fotográficos e imagéticos sobre esses tempos de pandemia, vividos sob o signo abissal de um governo inumanista onde começamos a vislumbrar um porvir desconhecido, isolado, estranho mas também louco e visionário. Nessa fresta de tempo, convidamos os criadores das imagens de nosso tempo, trazer seus ensaios, seus pensamentos de mundo, suas críticas, seus sonhos, sua visão da vida. Quem quiser participar, conversamos. Vamos nessa! Trazer um respiro nesse isolamento precário de abraços e encontros. Podem ser imagens revistas de um tempo de memória, documentação desses dias de novas relações, uma ideia do que teremos daqui pra frente. Uma fresta entre passado, futuro e presente.