Durante o terceiro cadeiraço dos secundaristas de Goiânia, contra o projeto do governador Marconi Perillo (PSDB) de terceirizar a gestão de escolas, estudantes entregam carta para secretária de educação Raquel Teixeira
por Walacy Neto, do Coletivo Zé Ninguém, especial para os Jornalistas Livres
Estudantes de Goiás seguem nas mobilizações contra o projeto do governador Marconi Perillo (PSDB) de terceirizar a gestão de escolas do Estado. Mais de 20 escolas já estão ocupadas.
O projeto pretende entregar a organizações sociais (OSs) a gestão de 23 escolas estaduais da macrorregião de Anápolis.
Nesta quarta-feira (06) o governador tucano publicou o chamamento oficial para as OSs interessadas na administração das instituições de ensino. Ou seja, ignorou as mobilizações estudantis e segue com o projeto de terceirização.
Em resposta os alunos foram novamente às ruas. Dessa vez seguiram até a Secretaria de Educação, Esporte e Cultura (Seduce), onde estudantes entregam uma carta de reivindicações para a secretária de educação Raquel Teixeira.
Diálogo
O diálogo foi a principal chamada dos estudantes secundaristas de Goiás no início da manifestação. Desde o primeiro folhetim informativo até o atual momento eles divulgaram intenções e reclames que muitas vezes foram ignorados. Na tarde de ontem (06) alunos secundaristas, estudantes universitários e populares que se posicionam contra a terceirização das escolas realizaram manifestação na Avenida Anhanguera, um “cadeiraço”. Eles seguiram em direção à Secretaria de Educação, Esporte e Cultura (Seduce) para entregar uma carta nas mãos da secretaria Raquel Texeira.
A secretaria chegou a descer de seu gabinete e ir até onde os alunos estavam. Nesse momento eles leram a carta onde expunham as reivindicações e a opinião da sociedade quanto a transformação de escolas em instituições militares. “Lá estão todas as nossas reivindicações e os motivos porque ocupamos. Já que não nos dão voz essa foi a nossa medida”, diz Gabriela Alves, estudante secundarista do Colégio Lyceu.
Recentemente as manifestações tem sido pauta de jornais de circulação nacional. A ação truculenta da PM, o corte de água das escolas e outras ações que o governo tomou para frear a ocupação transformaram o assunto num verdadeiro bicho de pé para Raquel. Agora, de maneira diferente, a secretária diz estar aberta ao diálogo com os alunos.
Gabriela diz que os alunos entendem a mudança de atitude. “No momento não queremos (mais) o diálogo. Porque quando queríamos ela não se manifestou. Agora as nossas pautas estão aí bem claras. O diálogo irá acontecer uma hora ou outra, mas não acreditamos que esse é o momento certo”.