Artistas exigem o fim do estelionato com o nome “Roda Viva”

Os Jornalistas Livres apoiam esta iniciativa!!!

S.O.S. RODA VIVA

“Faz tempo que a gente cultiva a mais linda roseira que há /
mas eis que chega a Roda Viva e carrega a roseira pra lá”

A TV Cultura, berço de iniciativas inovadoras da TV nacional, há 30 anos exibe o programa Roda Viva. Originalmente um espaço destinado ao bom jornalismo, palco de entrevistas históricas com personalidades das mais diversas áreas, o programa transformou-se em um triste aparato de propaganda do governo de SP e, agora, também do governo federal. A crítica perdeu espaço para a bajulação; a pluralidade foi substituída pelo pensamento único; o jornalismo, expulso do programa, agoniza perante o festival de gentilezas e afagos entre os governos e os profissionais da notícia.

Ao romper descaradamente com a democracia e o compromisso com a informação, assumindo o papel de agência de publicidade, o programa não merece mais carregar como nome de batismo o título, e como música de abertura a ilustre canção de um artista que jamais virou as costas para a democracia e os interesses do povo brasileiro: Chico Buarque.

Roda Morta, com destaque para Ricardo Noblat, que perguntou ao Temer como ele conheceu a Marcela.

Roda Viva é um marco da luta contra a ditadura militar. A canção, grito metafórico contra a censura vigente; a peça, alvo de ataques fascistas, ícone da resistência cultural ao regime de exceção. É uma afronta que sirva de batismo a uma sessão semanal de bárbara tortura à democracia, tendo como verdugo principal o editor da ex-revista Veja, há muito transformada em panfleto ideológico conservador e mitômano.

A entrevista com o presidente Michel Temer, exibida no último dia 14 de novembro, foi, para citar outra canção de Chico, a gota d’água. Em uma cena de realismo fantástico, o próprio presidente agradece o “espaço de propaganda” do seu governo, em vídeo gravado pelo âncora do programa e fartamente divulgado nas redes sociais. Tamanha promiscuidade não poderia
passar em branco; movidos pela indignação, nós, abaixo-assinados, resolvemos dar um basta.

A gente toma a iniciativa, viola na rua a cantar:

EXIGIMOS A IMEDIATA MUDANÇA DO NOME DO PROGRAMA, ASSIM COMO A RETIRADA DE “RODA VIVA” DA ABERTURA DO MESMO.

Não aceitamos que afrontem nossa História, esvaziando o significado de algo que nos é tão caro: a memória da resistência democrática no Brasil.

Esta campanha conta com o aval do próprio Chico, que já manifestou o desejo de procurar os meios legais para impedir que sua obra seja atrelada ao servilismo indecente do programa. Mas nós queremos mais: queremos transformar este manifesto em uma imensa campanha em defesa da democracia e de denúncia da relação promíscua entre setores da imprensa e segmentos políticos e empresariais.

Convidamos todos e todas a também assinar este texto, “pois quem tiver nada pra perder, vai formar comigo o imenso cordão”!

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