PM invade república e persegue estudantes com tiro e violência (MS)

Estudantes detidos na delegacia.

Estudantes da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS) foram ameaçados, agredidos e presos

A PM invadiu uma república de estudantes da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul, no sábado (11), sem mandado ou qualquer respeito aos estudantes presentes. Novas imagens conseguidas pelos Jornalistas Livres mostram a violência com que os policiais trataram os jovens.

Estudante com a rótula do joelho quebrada após tiro de bala de borracha
Estudante com a rótula do joelho quebrada após tiro de bala de borracha.

Em um momento, um PM aparece apontando uma arma aos estudantes, os obrigando a ir para a delegacia, enquanto em outro ordena a prisão de uma garota, a puxando pelo cabelo a base de socos e tapas, mesmo sem apresentar o motivo ou mandado . Ao perceber que estavam sendo filmados, retiraram os celulares a força das mãos dos alunos.

Nesse momento desencadeou o furor da PM, utilizando as armas letais e menos-letais à queima roupa. Duas estudantes foram baleadas, uma delas teve a rótula do joelho quebrada. Outro estudante fora ameaçado por um policial, o qual colocou uma arma de fogo em seu rosto ordenando o afastamento dele de uma das alunas a qual estava tentando proteger.

Cinco estudantes foram levados presos e há informações de que mais cinco foram detidos nesta quarta (16).

Os estudantes estavam concentrados na república, no sábado (11), após desocupação do campus da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul. Desde então estão sendo perseguidos pelos PMS que amedrontam, usando o bom e velho coronelismo.

Veja abaixo a carta dos estudantes a integra:

Na madrugada desta última segunda-feira (14) na cidade de Três Lagoas/MS, alguns estudantes, após participarem de um Sarau, que reuniu comunidade acadêmica e local, em homenagem ao Ocupa UFMS (movimento que reivindica a não aprovação da PEC 55 que congela os investimentos em áreas como saúde e educação por 20 anos), se dirigiram a uma confraternização que ocorreu numa república da cidade. A maior parte dos integrantes da confraternização participou do movimento Ocupa UFMS. Salienta-se que desde o início do processo de ocupação a mídia local tenta qualificar o movimento como invasão o que não é a realidade, criminalizando-o de toda maneira. Desde então, os ex-ocupantes estão sofrendo represálias por toda a parte, mesmo com a ocupação já desfeita devido à reintegração de posse realizada no dia 12/11/2016 (sábado). Por volta das 04h30min, policiais fortemente armados invadiram o local e deram voz de prisão à dona da casa sob a alegação de pertubação ao sossego, arrastando-a violentamente para a viatura. Segundo testemunhas, a ação truculenta da polícia não se limitou somente a isso, pois agrediram (com socos, tapas e chutes) os estudantes que tentavam apaziguar a situação, o que gerou tumulto e desespero. Ao tentarem se defender da ação coercitiva dos policiais, as pessoas presentes no local receberam, também, disparos de bala de borracha a queima roupa, vindo a atingir duas moças que precisaram de atendimento médico, tendo uma delas a rótula do joelho quebrada em várias partes. O abuso de autoridade foi exacerbado. Cinco estudantes encontram-se presos devido a este ocorrido, sendo três moças e dois rapazes. Estão imputando aos mesmos quatro tipos penais: dano ao patrimônio público, desacato, resistência e pertubação ao sossego, o que é claramente desconstruído pelas provas audiovisuais obtidas de testemunhas oculares. Conforme os vídeos a seguir, é possível observar o abuso de autoridade e o ato ilegal que os policiais cometeram, quais sejam:

1) A abordagem e agressão contra a dona da casa (que foi arrastada pelos cabelos em algum momento);
2) O uso da força exagerada (socos, chutes, tapas e balas de borracha) resultando em graves ferimentos;

3) A apreensão de pessoas, juntamente com seus celulares, pois estavam filmando o ato abusivo. As mesmas foram jogadas nos camburões para que fossem arroladas como testemunhas. Essas e outras ações praticadas pelos policias surgiram a partir de um ato ilegal, pois invadiram a casa sem um mandado e deram voz de prisão a uma das moradoras alegando pertubação ao sossego, contravenção penal esta que foi cessada de imediato com a chegada dos policiais à residência.

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