Qual é o valor de mais de 100 mil mortes?
A cada dia, os noticiários diários contabilizam as mortes da pandemia do novo coronavírus. Chegamos ao triste número de mais de 100 mil mortos. Mas para além dos números, 100 mil histórias, tranquilas ou conturbadas, felizes ou infelizes, cheias de memórias, fotografias, causos e saudade. Como isso te afeta? Um país em luto sem direito ao luto.
.
Insuflação de Uma Morte Crônica. Quatro mulheres em quarentena enchem bexigas pretas em número equivalente ao de mortos pela Covid-19, no Brasil. As participantes, além de encher bexigas, estão convivendo com elas no ambiente doméstico em suas atividades cotidianas.
Na espaço foi instalado um sistema de câmeras de vigilância em todos os cômodos cujas imagens estnao sendo disponibilizadas ao vivo, 24 horas por dia, na internet.
Acompanhe aqui: https://www.youtube.com/watch?v=DfkqE37ModA
A cada bexiga inflada, as performers acionam o sistema de contagem para que quem esteja assistindo seja atualizado sobre quantidade de bexigas cheias.
Todos os dias, em par com a atualização do número de mortes, novas bexigas são levadas para a casa onde se encontram essas mulheres.
Ao final de quinze dias, as bexigas serão esvaziadas e o espaço limpo. Os resíduos da performance serão entregues para um coletivo de mães da periferia de São Paulo e serão transformadas em um grande manto-tela.
.
Quem são essas mulheres?
Joana da Silva Coutinho, 21 anos, sonoplasta, instrumentista de sopros e percussão. Mulher preta, moradora da periferia, na Zona Norte de São Paulo. Estuda música, literatura e teatro com a linha de pesquisa em sonoplastia. Atua também com o Coletivo Amaiemá, e compõe trilhas sonoras e projetos de sonoplastia.
Bruna Lessa, 35 anos cineasta e artista visual. Nasceu em Itajaí (SC), e mora em São Paulo há 15 anos. Graduada em Cinema, com pós-graduação em Roteiro Cinematográfico, trabalha como diretora, roteirista, montadora e produtora audiovisual para cinema e teatro.
Cacá Bernardes, 44 anos, fotógrafa still, videomaker e diretora de fotografia. Nasceu em Frutal (MG) e mora em São Paulo há 25 anos. Como fotógrafa de cena possui aproximadamente trezentos espetáculos teatrais fotografados em seu currículo com publicações de suas fotos em diversas revistas, jornais e livros nacionais e internacionais.
Carina Iglecias, 1980. Vive e trabalha em São Paulo. É cantora, locutora, musicista, performer e técnica de som direto. Trabalha com o Teatro Oficina desde 2011, atuando em mais de dez espetáculos. Participou como performer da “VB50”, trabalho da artista italiana Vanessa Beecroft na 25 ̊ Bienal Internacional de São Paulo.
.
Projeto Mulheres em Quarentena
Insuflação de Uma Morte Crônica faz parte do projeto Mulheres em Quarentena.
Diretoras, roteiristas, produtoras, montadoras, atrizes, pesquisadoras, iluminadoras, performers. Mulheres trabalhadoras cujos ofícios também foram prejudicados por conta da pandemia.
Diante da atual conjuntura, buscam formas para – além de seguir com nosso trabalho e nossa vida [pagar aluguel, energia e água, cuidar das crias, fazer feira] – responder o que vem acontecendo, decorrente da Covid-19 e da política brasileira.
Para isso, criaram o projeto “Mulheres Em Quarentena”, que teve início no mês de julho.
Para viabilizar as performances, estão com uma campanha de financiamento coletivo e chamam a todas e todos para somar na iniciativa.
https://apoia.se/mulheresemquarentena
.
.
Qualquer dúvida ou desejos de saber mais sobre o projeto, escreva para: [email protected]
Inscreva-se no nosso canal no YouTube: https://www.youtube.com/mulheresemquarentena
Segue a gente no Instagram: https://www.instagram.com/mulheresemquarentena/