Colocaram máscara no fidalgo durante a madrugada, o navegante agora demonstra que não quer contaminar os nativos. Estátua fria aponta que é necessário cuidar da vida, abrindo os braços sobre a avenida, onde a lua míngua num ar sem aviões. Tão limpo está o azul do céu .
Também vestiram os índios, pedra dura moldada no trabalho do artista, grita também o domínio do vírus. Mulheres nuas, criança de colo, escravos tão quietos estão em suas máscaras, em seu martírio, puxando a canoa da conquista.
Irá o vírus invadir a rocha, o gesto reto dos corpos, o isolamento estéril de nossos erros? Passarinhos voam calmos no Ibirapuera, desentendem porque as pessoas estão a vestir a arte, assim ausentes, o rio do trânsito tão terno.
Desentendem-se ministros, prefeitos, presidente e governadores, mas a cidade ainda vive, protesto ou propaganda, comunica, digladia-se, espera obtusa sua cura, reside na paciência da rocha e no vil metal.