PM é flagrado agredindo jovem por causa de cabelo black power e pessoa que gravou sofre ameaças da polícia

A pessoa responsável por gravar o vídeo do momento em que policiais militares agridem um jovem negro por causa do cabelo black power está sendo ameaçada por PMs do bairro de Paripe, onde o caso ocorreu.

Militante do Coletivo de Entidades Negras (CEN) e colaborador de projetos da instituição, o jovem responsável pelo registro das imagens, que teve repercussão nacional, está sendo acompanhado pela instituição.

A Corregedoria da PM está sendo acionada pelos advogados da entidade, que já atuam em diversos outros casos do tipo, a exemplo do caso de dois pintores que foram agredidos por policiais no Santo Antônio Além do Carmo, Centro Histórico de Salvador, e que foi denunciado também nas redes sociais, na época, pelo ator Rodrigo França.

O Comando Geral da PM também foi acionado pela Coordenação Nacional do CEN, que também está garantindo a proteção do jovem.

Morador da região, ele recebeu “recados” enviados por moradores da região, em meio a boatos, dizendo que sabiam que “o menino do black” tinha gravado as imagens. Por isso, ele não está podendo voltar para casa. Viaturas também estão circulando no entorno da casa do jovem, fazendo chegar até ele ameaças.

O caso, de repercussão nacional, que chegou a ser exibido no Jornal Hoje, mostrou um jovem sendo agredido por um policial militar durante uma abordagem no bairro de Paripe, no Subúrbio Ferroviário de Salvador.

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Em menos de uma semana, mais dois relatos de violência e abuso de autoridade policial em Salvador, um contra uma mulher no Rio vermelho e outro contra um jovem negro, no bairro de Paripe. É sempre o jovem negro e periférico a principal vítima das ações truculentas das forças policiais na nossa cidade. São em episódios como esses que podemos perceber o quanto o racismo é sistêmico. Um policial, que muitas vezes também é negro, se vale do discurso de desacato à autoridade para reproduzir o preconceito, julgar e coagir jovens negros. Essa abordagem seletiva, baseada em estereótipos, é uma violação aos direitos humanos e reflete nas altas taxas de aprisionamento dessa população. E se fosse um jovem branco, com seu cabelo diferente, a abordagem seria a mesma? ?Todos nós sabemos a resposta. Que Corregedoria da Polícia Militar tome as devidas providências e que possamos tratar deste tema com a profundidade que ele merece. Uma pequena parcela da corporação, que acha normal esse tipo de ação, não pode manchar todos os trabalhadores da PM. • #MarcosRezende #Violência #JuventudeNegra #Salvador #Bahia

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O fato aconteceu nesse domingo, 2. As imagens mostram o PM chutando e dando murros no rapaz enquanto esse era revistado virado para um muro. O policial também se referiu ao cabelo do jovem de forma racista.

“Você para mim é ladrão, você é vagabundo. Olha essa desgraça desse cabelo aqui. Tire aí vá, essa desgraça desse cabelo aqui. Você é o quê? Você é trabalhador, viado? É?”, gritou o policial.

A Polícia Militar afirmou que o vídeo vai ser encaminhado para a Corregedoria Geral da PM.

Em sua conta no Twitter, o governador da Bahia, Rui Costa, afirmou, na manhã desta terça-feira, 4, que não admite “comportamento de violência policial como o ocorrido no vídeo que circula nas redes sociais. É inaceitável, inadmissível e não reflete o comportamento e os ideais da instituição.”

Costa disse que determinou que a Corregedoria da PM apure o caso de forma “rigorosa e imediata”, com instrução para que as devidas punições legais aos responsáveis e a divulgação para a sociedade das medidas sejam realizadas.

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