Foto: Lucas Martins/Jornalistas Livres
Nessa segunda-feira, o líder do Likud (partido conservador israelense), Benjamin “Bibi” Netanyahu, renunciou ao cargo de primeiro-ministro.
Netanyahu, que durante dez anos seguia no comando do Estado de Israel e que ficou conhecido internacionalmente pela posição linha-dura em relação à questão palestina, já havia sofrido um revés considerável nas eleições legislativas de setembro, quando não conseguiu formar maioria parlamentar, o que impossibilitou o arranjo de um novo governo.
Com a renúncia de “Bibi” o presidente Reuven Rivlin passa a responsabilidade de conseguir costurar uma coalização parlamentar capaz de formar maioria no Knesset (Assembleia israelense) para o líder oposicionista Gal. Benny Ganz, da Coligação Azul e Branco, mais moderada, e que possui o apoio do Partido Trabalhista e da maioria dos membros da Lista Conjunta Árabe (representante dos cidadãos não-judeus de Israel). Caso Ganz não consiga levar a cabo a missão, Israel pode voltar às urnas pela terceira vez em apenas um ano, o que evidencia a profunda cisão entre ultra-ortodóxos, árabes, moderados e pacifistas na política e sociedade israelense.
A derrota de ontem marcada pela capitulação de “Bibi” Netanyahu após uma década no poder, respinga em Bolsonaro. Netanyahu, que se vê às voltas com denúncias sérias e indiciamento judicial em casos de fraude, suborno, recebimentos indevidos e manipulação de notícias, era o único líder mundial de vulto que apoiava incondicionalmente o mandatário brasileiro. Assim, cresce o isolamento internacional de Bolsonaro que, por hora, faz turismo no Japão.