Meio índio, meio ambiente, nunca pensei que berinjelas, bananas, cenouras ou verduras verdes e tenras seriam munições contra a falsa vontade de governos em alimentar o povo. Eleitos e impunes ofereceram farinhas, mas o povo quer comida.
O alimento invade a praça e grita contra os que plantam fome. O Banquetaço surgiu como uma reação e resposta ao apresentador de tv, que tornou-se prefeito da metrópole de São Paulo, em 2017, e queria dar ração aos estudantes e população carente das ruas da cidade.
O movimento nacionalizou-se e em sua terceira edição ocupou mais de 40 cidades. Porto Alegre, São Paulo, João Pessoa, Brasília e Goiânia, entre tantas, defendendo o direito humano à alimentação saudável.
Pratos foram preparados com produtos orgânicos e chefs voluntários e lúcidos, comida de verdade vinda da roça e mãos que colhem, viabilizando reflexões sobre políticas alimentares. Banquetes públicos mostram-se uma grande bandeira e armamento contra o alimento fake, industrializado, de baixa qualidade.
O banquete público também brada contra a medida provisória de Jair Bolsonaro, que retira do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea) a atribuição de propor diretrizes e prioridades da política e do plano nacional de segurança alimentar e nutricional. O Consea foi criado em 1994, na época do governo Itamar Franco, a partir de demandas da Sociedade Civil, com o objetivo de ajudar na formulação e o monitoramento de políticas relacionadas à saúde, alimentação e nutrição.
Responsável por tirar o Brasil do mapa da fome, em 2014, o Conselho Nacional foi praticamente extinto no primeiro dia de governo do presidente.
Enfim, deram bananas para os governantes. Viva a laranja doce e legítima dos que não querem só comida.
*imagens por Vanessa Haquim©, vídeo de Emílio Rodriguez©