MANTENHO O QUE DISSE.

Dourados Amambai Pegua I, Terra Indígena dos Guarani e Kaiowá às vesperas da votação sobre o marco temporal. Julho de 2017.

A exposição fotográfica ‘Mantenho o que disse’, que será inaugurada em Montevidéu no dia
14 de abril revela, em oitenta painéis, as condições em que vivem os indígenas da segunda maior
etnia brasileira, os Guarani e Kaiowá, no Mato Grosso do Sul. O ensaio é resultado do trabalho de
três anos da brasileira Ana Mendes e do uruguaio Pablo Albarenga.

A exposição traz algo curioso. Ao lado das imagens, frases de políticos brasileiros ditas em
situações públicas, discursos ou entrevistas, compõem um cenário que hora é de tristeza, ironia ou
indignação. Difícil não se consternar ao ver a imagem de uma criança no hospital e ler “Estão
aninhados quilombolas, índios, gays, lésbicas, tudo que não presta, estão aninhados ali”, dita por um
deputado federal em 2013. A tentativa dos autores é levar o público a reflexão crítica sobre o que é
dito explicitamente por políticos brasileiros no que se refere a questão indígena. São 15 frases, dentre
elas:

“Vamos parar com a essa discussão sobre terra. A terra enche barriga de alguém?” ou “Temos
que produzir sustentabilidade. Ensinar a pescar.”.

 

 

 

 

Luego de la ataque conocido como la masácre de Caarapó, donde Clodiodi Aquileu, indígena de 23 años, perdió la vida. Los indígenas recogieron varios cartuchos de bala. Retomada Kunumy Verá Poty, Caarapó, MS. 
–
After the attack known as the massacre of Caarapó, where Clodiodi Aquileu, a 23-year-old indigenous, lost his life. Their relatives collected several bullet cartridges. Retaked land Kunumy Verá Poty, Caarapó, MS.

O ensaio, entretanto, não trata somente temas pesados e de difícil digestão. Ao contrário,
Ana e Pablo buscaram retratar o cotidiano dos indígenas. Os momentos de alegria e carinho também
estão lá. “A gente vem de uma escola da fotografia documental humanista que tem a intenção de
denunciar sim, mas também de criar empatia. Eu fotografo um indígena do mesmo jeito que
fotografo minha família, com amor.”, afirma Ana.

Enterro do agente de saúde indígena Clodiodi Aquileu Rodrigues de Souza, 23 anos, Reserva Te’ykue, Caarapó, MS

‘Mantenho o que disse’ é uma realização do Centro de Fotografia de Montevideo (CDF) e
ficará aberto à visitação, na Fotogaleria Prado, na cidade de Montevidéu, até 11 de junho. Junto a
programação da exposição haverá bate-papo com os autores e uma oficina de fotografia de João Roberto
Ripper, fotógrafo brasileiro que assina o texto de abertura da mostra.

Índios Guarani e Kaiowá fazem uma vigilha em frente ao Supremo Tribunal Federal em Brasília em protesto contra o marco temporal e outras demandas relacionadas a demarcação de terras e violação de direitos no estado do Mato Grosso do Sul.

Av. 18 de Julio 885
(entre Andes y Convención)
CP 11100. Montevideo. Uruguay
Tel: [598 2] 1950 7960
Mail: [email protected]
Lunes a viernes de 10 a 19.30 horas
Sábados de 9.30 a 14.30 horas

Onde: Fotogaleria Prado, Pasaje Clara Silva esquina Av. Delmira Agustini. Montevidéu, Uruguai.
Quando: 14 de abril até 11 de junho de 2018.

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