Nesta segunda-feira, 30 de maio, o Comitê São Francisco Contra o Golpe, com o apoio do DCE da FATEC e da União Estadual do Estudantes de São Paulo, escrachou o (não) Ministro da Justiça Alexandre de Moraes. Para os estudantes ele é “atualmente um dos maiores inimigos do povo brasileiro”. Moraes daria uma aula magna na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, mas se retirou da sala quando os alunos começaram à intervenção e deram uma verdadeira aula de cidadania e direitos humanos.
Confira a nota escrita pelo Comitê explicando a ação:
“Alexandre de Moraes é conhecido e temido pela população negra e periférica e por diversos movimentos sociais por sua atuação em chacinas e repressões. Pra quem ainda não o conhece, colocamos abaixo os motivos de nosso ato:
Alexandre é braço direito de governos do PSDB há muitos anos, tendo cumprido papel importante na articulação do golpe que afastou a presidenta eleita, Dilma Roussef. Também não poupou esforços na defesa de corruptos e golpistas como Temer e Cunha, do qual inclusive já foi advogado.
Apesar de ser filiado de um dos partidos mais interessados no golpe, o PSDB, Alexandre usa de sua função como Professor de Direito Constitucional da Faculdade de Direito da USP para legitimar seu discurso em defesa do impeachment ilegítimo(1). Faz isso sem nem merecer o título de docente, já que não da aula há tempos, apesar de seguir recebendo seu salário.
Alexandre de Moraes atuou por anos como Secretário de Segurança Pública do estado de São Paulo, nesse período foi comandante da Polícia Militar de São Paulo, uma das mais violentas do mundo, responsável por 1 em cada 4 assassinatos na capital paulista, sendo que 72% de suas vítimas são negras(2) essa polícia, em 2014, matou mais de 800 pessoas(3).
Sob seu comando a PM também foi responsável por momentos de extrema violência e repressão contra a luta de professores(as), estudantes, pelo passe livre e diversas outras, inclusive realizando atos de reintegração de posse sem mandado judicial. Recentemente afirmou em declaração que considerava os protestos contra o golpe e pela democracia como atos de guerrilha”(4)
O Ministro interino também já atuou a frente da FEBEM Paulista e da Secretaria Municipal de Transportes de São Paulo, sempre envolvido em escândalos de má gestão, omissão de dados e desrespeito aos direitos trabalhistas e humanos.
Uma das maiores polêmicas em sua carreira é sua atuação junto ao PCC, já tendo advogado inúmeras vezes para empresas ligadas à organização. Defendemos o direito de defesa de qualquer pessoa, mas é inaceitável um Ministro da Justiça que defende grupos que atuam na periferia sob um lógica de violência e opressão. Queremos
representantes do povo, não da violência policial nem da violência do PCC.
Escrachamos Alexandre de Moraes representando aqueles que não aceitam a política de violência do atual Ministro contra o povo e contra os movimentos sociais. Seguimos na luta: não ao golpe, fora Temer!”
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