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Por que eles querem tomar o poder: Privatização

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Toda vez que a gente escuta da roubalheira nas empresas públicas, a gente pensa direto: devia vender tudo. É assim mesmo que a elite política e econômica do país quer que a gente pense. Porém, a verdade é que as privatizações são um grande negócio para os capitalistas. Mercados enormes são transferidos para o controle privado. Empresas muito valiosas são transferidas por preços inferiores ao que valem. Ricas comissões são distribuídas nas transações.

Há muito dinheiro a ser ganho por empresários nas empresas públicas e, também, na privatização do ensino e da saúde. A luta em São Paulo, pela reorganização escolar, tem como pano de fundo o objetivo de privatizar, de transferir escolas para “organizações sociais”, exatamente como foi feito na saúde. O argumento é sempre o mesmo: tudo funcionará melhor nas mãos da iniciativa privada. Diga com sinceridade se os serviços privatizados estão te atendendo bem? Você acha que paga preços justos no telefone, na eletricidade? Você viu sinais da competência privada no desastre de Mariana?

Você sabe quem mais empresta dinheiro para compra da casa própria?

Quase todos os financiamentos imobiliários do Brasil são feitos pela Caixa Econômica Federal. Praticamente todo mundo que compra uma casa tem lá sua prestação com ela. Os bancos privados não vão continuar a fazer esses financiamentos se comprarem a Caixa. Somente uma instituição, que não tenha como primeiro objetivo o lucro, consegue fazer o que a Caixa faz.

Você sabe quem mais empresta dinheiro para os produtores rurais?

Empréstimo rural tem muitos riscos: depositamos os recursos na terra e, se a natureza não ajudar, podemos perder tudo. Desde de sempre o Banco do Brasil faz esse papel de financiar o produtor, mas, especialmente, faz o papel de renegociar quando a safra não vinga. Esse não é o papel de um banco privado. Se o Banco do Brasil for privatizado quem financiará a agricultura?

Você sabe quem mais empresta dinheiro para investimentos em infraestrutura?

Acusam os governos Lula e Dilma de terem aumentado a dívida pública bruta nos últimos anos (a dívida líquida caiu muito desde FHC). Esquecem, contudo, de dizer que parte do dinheiro foi usada para comprar dólares, hoje temos reservas acima de 370 bilhões de dólares. E outra parte grande não foi gasta, foi emprestada para o BNDES que financia o investimento de muitas empresas, especialmente a construção de hidrelétricas, portos, rodovias, ferrovias, etc. Como o BNDES empresta, a maior parte do dinheiro vai voltar, a inadimplência nele é menor do que nos bancos privados. Brecar o BNDES significa brecar o investimento no país. A única saída para o empresário que quiser financiamento de longo prazo será pedir emprestado no exterior, em dólares.

Você sabe que nos anos 70 o Brasil quebrou por que não tinha petróleo?

Na primeira crise do petróleo, em que os preços foram multiplicados por dez, o Brasil não tinha nada de petróleo e nem tinha dólares para comprar dos países produtores. Tivemos recessão e construímos uma dívida externa gigante. Nosso crescimento, que vinha sendo dos mais acelerados do mundo, simplesmente estancou por duas décadas. Os investimentos feitos na Petrobras foram descobrindo poços no mar e hoje somos autosuficientes, não precisamos gastar dólares para ter petróleo. É por isso que achamos uma enomre irresponsabilidade querer entregar essa empresa e suas descobertas para empresários privados, sejam brasileiros ou não. Há muito o que se corrigir nela, mas há um conhecimento acumulado que será jogado fora se abrirmos para outras empresas ou se a privatizarmos.

A gente devia lutar, não para vender a empresa que é roubada, mas para termos cada vez mais fiscalização. Precisamos de leis e que o Judiciário as aplique. A lei que hoje permite que a Lava Jato prenda empreiteiros envolvidos em proprinas foi proposta e sancionado por Dilma. Nós nunca tínhamos visto um corruptor ser condenado por dar propipnas a um funcionário público. Não existia a lei que caracterizasse esse crime. E agora? Agora temos a lei e precisamos exigir que o Judiciário a aplique, sem poupar ninguém, sem perseguir ninguém.

O documento Ponte para o futuro, no qual Temer e PMDB apontam suas políticas econômicas preferidas, afirma que é fundamental “executar uma política de desenvolvimento centrada na iniciativa privada, por meio de transferências de ativos que se fizerem necessárias, concessões amplas em todas as áreas de logística e infraestrutura, parcerias para complementar a oferta de serviços públicos e retorno a regime anterior de concessões na área de petróleo, dando-se a Petrobras o direito de preferência.”

Entregar tudo para o capital privado, esse é o resumo. A Caixa, o Banco do Brasil, o BNDES, Petrobras e outros são tesouros ambicionados pelo capital privado há anos. Como os Fernandos (Collor e Henrique) não conseguiram entregar todos os tesouros, a oposição aposta em tirar Dilma para terminar o serviço. Não é Lula, nem Dilma que eles querem. Querem lucrar com o patrimônio construído por todo o povo brasileiro.

 

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7 Comments

7 Comments

  1. Pingback: Por que eles querem o poder: Privatizaç&...

  2. Geralda

    31/03/16 at 7:40

    Tinha q ser do PT!! Affff qnta mentira

  3. paulo

    31/03/16 at 22:48

    Aproveitem mais alguns anos de poder esta gente acaba com sua liberdade . jornalista livres. Os ídolos dele são Fidel, Raul chavismo. Ditadores africano etc

  4. Júlio cesar

    01/04/16 at 10:43

    Sempre é importante para embaddar nossas discussões, conceitos e idéias bem fundamentadas, continuem nesta luta contra a mídia golpista…

  5. Júlio cesar

    01/04/16 at 10:44

    Sempre é importante para embasar nossas discussões, conceitos e idéias bem fundamentadas, continuem nesta luta contra a mídia golpista…

  6. Ana

    01/05/16 at 14:19

    Só esqueceram de dizer que o PT quebrou o BNDES…esse dinheiro n vai voltar.

  7. Daniel

    24/07/16 at 19:23

    É como a música dos titãs vamos vender o Brasil … Nós não vamos pagar nada … Políticos hipócritas só pensam neles e a elite so ferrando agente fora golpistas!!!

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#EleNão

Moradores da Maré são bailarinos em espetáculo com temporada na Suiça

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Foto: Andi Gantenbein, de Zurique, Suíça, para os Jornalistas Livres

Denúncias sobre os atuais tempos de antidemocracia, assassinatos da população preta, pobre e periférica e o da vereadora Marielle Franco aparecem em cartazes erguidos pelos bailarinos de “Fúria”, espetáculo de Lia Rodrigues, considerada uma das maiores coreógrafas brasileiras da atualidade e uma das mais engajadas na realidade política do país.

A foto é da noite deste sábado (16), durante apresentação do grupo brasileiro no ‘Zürcher Theaterspektakel’, em Zurique, Suíça.

No Brasil, Fúria estreou em Abril, no Festival de Curitiba. A montagem evidencia, de maneira crítica, relações de poder, desigualdades, e as interligações entre racismo e capitalismo.

O espetáculo foi concebido no Centro de Artes da Maré, na Maré, RJ. O local foi inaugurado em 2009, e o projeto nasceu do encontro de Lia Rodrigues Companhia de Danças com a Redes da Maré. Os bailarinos são moradores da favela e de periferias do RJ.

Fruto dessa mesma parceria é a Escola Livre de Dança da Maré que resiste, em meio ao caos do governo violento de Witzel contra as favelas do RJ.

 

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Temer/Kassab preparam ataque ao seu direito à Internet

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O método Temer de solapar direitos dos cidadãos brasileiros tem novo alvo: a Internet. Sem qualquer discussão prévia, os golpistas querem mudar a composição do Comitê Gestor da Internet.

A consulta pública determinada pelo governo, sem diálogo prévio com os membros do Comitê e com apenas 30 dias de duração, certamente pretende aumentar o poder e servir apenas aos interesses das empresas privadas. As operadoras de telefonia têm todo o interesse do mundo em abafar as vozes de técnicos, acadêmicos e ativistas que lutam pela neutralidade da rede, por uma Internet livre, plural e aberta.

Veja, abaixo, a nota de repúdio ao atropelo antidemocrático da consulta pública determinada por Temer/Kassab. A nota é da Coalizão Direitos na Rede que exige o cancelamento imediato desta consulta.

Nota de repúdio

Contra os ataques do governo Temer ao Comitê Gestor da Internet no Brasil

A Coalizão Direitos na Rede vem a público repudiar e denunciar a mais recente medida da gestão Temer contra os direitos dos internautas no Brasil. De forma unilateral, o Governo Federal publicou nesta terça-feira, 8 de agosto, no Diário Oficial da União (D.O.U.), uma consulta pública visando alterações na composição, no processo de eleição e nas atribuições do Comitê Gestor da Internet (CGI.br).

Composto por representantes do governo, do setor privado, da sociedade civil e por especialistas técnicos e acadêmicos, o CGI.br é, desde sua criação, em 1995, responsável por estabelecer as normas e procedimentos para o uso e desenvolvimento da rede no Brasil.

Referência internacional de governança multissetorial da Internet,

o Comitê teve seu papel fortalecido após a

promulgação do Marco Civil da Internet (Lei 12.965/2014)

e de seu decreto regulamentador, que estabelece que cabe ao órgão definir as diretrizes para todos os temas relacionados ao setor. A partir de então, o CGI.br passou a ser alvo de disputa e grande interesse do setor privado.

Ao publicar uma consulta para alterar significativamente o modelo do Comitê Gestor de forma unilateral e sem qualquer diálogo prévio no interior do próprio CGI.br, o Governo passa por cima da lei e quebra com a multissetorialidade que marca os debates sobre a Internet e sua governança no Brasil.

A consulta não foi pauta da última reunião do CGI.br, realizada em maio, e nesta segunda-feira, véspera da publicação no D.O.U., o coordenador do Comitê, Maximiliano Martinhão, apenas enviou um e-mail à lista dos conselheiros relatando que o Governo Federal pretendia debater a questão – sem, no entanto, informar que tudo já estava pronto, em vias de publicação oficial. Vale registrar que, no próximo dia 18 de agosto, ocorre a primeira reunião da nova gestão do CGI.br, e o governo poderia ter aguardado para pautar o tema de forma democrática com os conselheiros/as.

Porém, preferiu agir de forma autocrática.

Desde sua posse à frente do CGI.br, no ano passado, Martinhão – que também é Secretário de Política de Informática do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações – tem feito declarações públicas defendendo alterações no Comitê Gestor da Internet. Já em junho de 2016, na primeira reunião que presidiu no CGI.br, após a troca no comando do Governo Federal, ele declarou que estava “recebendo demandas de pequenos provedores, de provedores de conteúdos e de investidores” para alterar a composição do órgão.

A pressão para rever a força da sociedade civil no Comitê cresceu,

principalmente por parte das operadoras de telecomunicações,

apoiadoras do governo.

Em dezembro, durante o Fórum de Governança da Internet no México, organizado pelas Nações Unidas, um conjunto de entidades da sociedade civil de mais de 20 países manifestou preocupação e denunciou as tentativas de enfraquecimento do CGI.br por parte da gestão Temer. No primeiro semestre de 2017, o Governo manobrou para impor uma paralisação de atividades em nome de uma questionável “economia de recursos”.

Martinhão e outros integrantes da gestão Kassab/Temer também têm defendido publicamente que sejam revistas conquistas obtidas no Marco Civil da Internet, propondo a flexibilização da neutralidade de rede e criticando a necessidade de consentimento dos usuários para o tratamento de seus dados pessoais. Neste contexto, a composição multissetorial do CGI.br tem sido fundamental para a defesa dos postulados do MCI e de princípios basilares para a garantia de uma internet livre, aberta e plural.

Por isso, esta Coalizão – articulação que reúne pesquisadores, acadêmicos, desenvolvedores, ativistas e entidades de defesa do consumidor e da liberdade de expressão – lançou, durante o último processo eleitoral do CGI, uma plataforma pública que clamava pelo “fortalecimento do Comitê Gestor da Internet no Brasil, preservando suas atribuições e seu caráter multissetorial, como garantia da governança multiparticipativa e democrática da Internet” no país. Afinal, mudar o CGI é estratégico para os setores que querem alterar os rumos das políticas de internet até então em curso no país.

Nesse sentido, considerando o que estabelece o Marco Civil da Internet, o caráter multissetorial do CGI e também o momento político que o país atravessa – de um governo interino, de legitimidade questionável para empreender tais mudanças –

a Coalizão Direitos na Rede exige o cancelamento imediato desta consulta.

É repudiável que um processo diretamente relacionado à governança da Internet seja travestido de consulta pública sem que as linhas orientadoras para sua revisão tenham sido debatidas antes, internamente, pelo próprio CGI.br. É mais um exemplo do modus operandi da gestão que ocupa o Palácio do Planalto e que tem pouco apreço por processos democráticos.

Seguiremos denunciando tais ataques e buscando apoio de diferentes setores,

dentro e fora do Brasil,

contra o desmonte do Comitê Gestor da Internet.

 

8 de agosto de 2017, Coalizão Direitos na Rede

 

Notas

1 A Coalizão Direitos na Rede é uma rede independente de organizações da sociedade civil, ativistas e acadêmicos em defesa da Internet livre e aberta no Brasil. Formada em julho de 2016, busca contribuir para a conscientização sobre o direito ao acesso à Internet, a privacidade e a liberdade de expressão de maneira ampla. O coletivo atua em diferentes frentes por meio de suas organizações, de modo horizontal e colaborativo. A nota está em https://direitosnarede.org.br/c/governo-temer-ataca-CGI/ .

2 Para ouvir a entrevista, à Rádio Brasil Atual, de Flávia Lefévre, conselheira da Proteste e representante do terceiro setor no Comitê Gestor da Internet, que afirma que as mudanças visam a atender interesses do setor privado e ferem caráter multiparticipativo do Comitê: https://soundcloud.com/redebrasilatual/1008-enrevista-flavia-lefevre

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FRAGMENTO E SÍNTESE

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Ligar a tv logo cedo num pequeno quarto de hotel no interior do país é desentender-se dos fatos nos telejornais matutinos. Abre-se a janela e uma menina vai à escola à beira do rio, um menino faz gol de bicicleta entre guris e o homem ergue a parede de sua casa.  Tudo tão distinto das ruas em alvoroço de protestos urbanos ou políticos insanos.  No rincão o que se busca é continuar vivo entre chuvas e trovões, sem não ou talvez. Tudo é certo. Sem modernidades calam ou arremedam nossa urbanidade, gente que se defende com pimentas e ervas, oração e vizinhança. Voz sem boca, boca sem voz, essa gente não é parte nas notícias selvagens dos jornais distantes.  Se resolvem entre cozidos, arte, bola e santos. No país de tantos cantos, muitos voam fora da asa e sem golpes entre si vão tocando suas mazelas e graça.

Mas vivemos tempos obscuros, a noite persiste em nossos avançados quinhentos e tantos anos e muitos santos. Dizem que burro velho é difícil se corrigir nos hábitos. Em manhã chuvosa na grande São Paulo, ligo a tv e o notbook, as janelas se abrem antes que a cortina deixe entrar o novo dia. Surpreendente ver na tv o deputado Jair Bolsonaro afirmando em um clube israelita na cidade do Rio, que se presidente for, não teremos mais terras indígenas no país. Ao mesmo tempo o computador expõe na rede social a opinião de meu amigo Ianuculá Kaiabi Suiá, jovem liderança do Parque Indígena do Xingu, onde leio ao som do deputado que ladra:

Jair Bolsonaro, obrigado por você existir. Graças a você, hoje, temos noção de quanto a população brasileira carece de conhecimento, decência, consciência, juízo, amor e que carrega um imenso sentimento de ódio sem saber o porque. Sim, sim, não sabem. Um exemplo? Veja a bandeira de quem te aplaude, é de um povo que, assim como nós, sofreu as piores atrocidades cometidas pelas pessoas que pensavam como você. Enfim, eu não sei se essa parcela do povo brasileiro pode ser curada, mas vou pedir para um pajé fumar um charuto sagrado e revelar se o espírito maligno que se apossou da tua alma pode ser desfeita com uma grande pajelança.

Ianuculá sabe o que diz, sabe de todo martírio vivido pelos povos originários, e mesmo assim se propõe a consultar o mundo dos espíritos.

 

É deus e diabo na terra do sol, a mesma terra que ofende também abriga e anuncia uma mostra de cinema indígena nos próximos dias. Terra de etnias e corpos na terra, a cidade maravilhosa do Rio não se calará diante do fascismo desses tempos sombrios, acompanhe.

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