Conecte-se conosco

Destaques

Você podia ser mais claro?

Publicadoo

em

Por Diógenes Júnior*, colaboração para o Portal Vermelho e Jornalistas Livres

Diante da constatação de mais uma manifestação de ódio despejada via redes sociais — certamente a penúltima, não a última porque outras virão— , ecoam na minha mente algumas palavras de Fernando Evangelista, que tão bem definiu sentimentos e ações que deveriam ser comuns a todos os homens e mulheres, independentemente da cor de sua pele.

“Ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar.”

Kamilah Brock foi mantida durante oito dias em um hospital psiquiátrico, depois que um policial não acreditou que o carro de luxo que ela dirigia era de sua propriedade.

A bancária de 32 anos foi abordada quando trafegava pelas ruas do bairro do Harlem; o policial que a abordou questionou-a sobre o porquê de ela não estar com as mãos no volante de seu automóvel, um BMW.

Em resposta, ela disse que ouvia música enquanto o veículo estava parado em um sinal vermelho.

Kamilah foi levada para uma delegacia, onde ficou horas detida sem ser acusada de qualquer crime.

Kamilah Brock é negra.

“Caminhar junto aos marginalizados, reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente.”

O norte-americano radicado no Brasil Jonathan Duran, de 42 anos, contou que seu filho Lucas foi expulso da loja da grife “Animale” na rua Oscar Freire, em São Paulo.

Uma vendedora ficou irritada com a presença do menino de apenas 8 anos no local e decidiu que “ele não poderia vender coisas ali”.

“Lucas e eu fomos expulsos da frente desta loja enquanto eu fazia uma ligação; em certos lugares em São Paulo a pele do seu filho não pode ter a cor errada” escreveu posteriormente Jonathan.

Seu filho, Lucas, é negro.

“Não fazer da dúvida o álibi para a indiferença. Nunca ser indiferente.”

“Não consigo respirar, não consigo respirar!”

Essa frase foi a última frase dita por Eric Garner antes de ele ser assassinado por asfixia por um abraço mortal de um policial, em julho desse ano.

O policial que assassinou Eric Garner é branco, e foi inocentado das acusações de assassinato por um júri composto por uma maioria de pessoas brancas.

Eric Garner era negro.

“Escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais.”

A garota do tempo do Jornal Nacional, Maria Julia Coutinho, foi alvo, em julho desse ano, de uma chuva de comentários preconceituosos na página oficial do Facebook do programa do qual participa.

Após uma postagem sobre a previsão do tempo, alguns internautas escreveram dezenas de mensagens preconceituosas e agressivas.

Maria Julia Coutinho é negra.

“Saber que o destino de uma pessoa não deve ser determinado por causa da cor da sua pele, do gênero ou da religião.”

Policiais militares da Força Tática do 5º Batalhão mataram a tiros o dentista Flávio Ferreira Sant’Anna, de 28 anos.

Naquela ocasião, o rapaz foi confundido com um assaltante e nem teve chance de se defender.

Os policiais confessaram que, ao constatar o engano, simularam um tiroteio para forjar uma falsa resistência seguida de morte e assim alegar que só revidaram a tiros depois que a vítima disparou.

Os militares colocaram uma pistola 357 nas mãos de Flávio e no seu bolso a carteira do comerciante Antônio Alves dos Anjos, vítima de assalto.

Em um primeiro depoimento, o comerciante confirmou a versão de tiroteio dos policiais militares.

Porém, retornou à delegacia e admitiu ter sido pressionado a mentir.

Segundo alegou, ele só apontou o dentista porque, assim como o ladrão, Flávio também vestia uma camiseta preta.

Diante das evidências, os PMs confessaram a execução, assumindo que Flávio levantou os braços e não reagiu.

O tenente Carlos Alberto de Souza Santos e o soldado Luciano José Dias, acusados de atirar em Flávio, foram condenados a 17 anos e seis meses de prisão por homicídio, fraude processual e porte ilegal de arma.

O cabo Ricardo Arce Rivera foi absolvido do crime de homicídio, mas acabou condenado a sete anos e meio de prisão pelos outros crimes.

Na noite em que foi morto, Flávio retornava do Aeroporto Internacional de Guarulhos, na Grande São Paulo.

O dentista Flávio Ferreira Sant´Anna era negro.

“Não aceitar injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural”.

Taís Araújo foi vítima de preconceito em uma rede social no último sábado.
Internautas encheram a página da atriz no Facebook com comentários criminosos, chamando a atriz de macaca e fazendo piadas sobre a aparência do seu cabelo.

Taís Araújo é negra.

Ainda com o eco das palavras de Fernando Evangelista em minha mente, visitei a página da atriz e um dos comentários me chamou muito a atenção, e justamente por isso usei-o como base para o título desse artigo:

“PODE SER MAIS CLARA”?

Numa primeira leitura a frase não tem o mesmo apelo violento de outras tantas que lá encontrei, tais como “cabelo de parafuso enferrujado” ou “entrou na Globo (sic) pelas cotas”, mas choca pela sutileza cirúrgica com a qual ataca a atriz.

Ao mesmo tempo que sugere uma espécie de “dúvida” de seu autor, que dá a entender que “pedia clareza” à atriz por alguma coisa, é bem explícita sua intenção:

“Taís Araújo, tem como você ficar branca, assim como nós queremos que seja?”

A frase, colocada dessa maneira jocosa é de uma covardia, de uma brutalidade embora sutil que poucas vezes vi nesses anos todos em que participo de redes sociais.

É uma frase que foi construída, foi meticulosamente concebida com um objetivo específico.

A frase ataca Taís não tanto com a truculência estapafúrdia de alguém que a chama de “macaca” mas a ataca de uma maneira duplamente cruel, estudada, calculada.

Ela ataca Taís com a violência da indagação falseada pela ironia, mas também com a impossibilidade da negativa.

O racismo, através das redes sociais, tem mostrado seus músculos.

Já se foi o tempo em que as pessoas criavam perfis falsos com o objetivo de externar, sob a égide do anonimato e a certeza da impunidade, suas taras e deformidades de caráter.

Criminosos têm colocado seus demônios para fora sem a menor cerimônia,
para quem quiser ver, ou mesmo à revelia de suas vontades.

Deixaram, faz muito tempo, de praticar seus crimes de maneira velada.
Há muito assumiram suas posições, e têm tomado de assalto os corações e mentes de pessoas que se mantinham reticentes, ou mesmo confusas, quanto a sua posição, a qual lado pertencem nessa luta travada no seio de nossa sociedade.

Sim, porque fica bem claro que nessa luta há dois lados: o lado dos que praticam o racismo e aqueles que combatem tal prática.

Hannah Arendt, filósofa que escreveu com tanta propriedade sobre os crimes praticados pelo nazismo nos ensina, em seu livro Eichmann em Jerusalém”,o que é a “banalidade do mal”. (Adolf Eichmann foi tenente-coronel da SS nazista acusado, responsabilizado, julgado e condenado à morte pela logística de extermínio de milhões de pessoas durante a Segunda Guerra Mundial.)

Por “banalidade do mal”, Arendt se referia ao mal praticado no cotidiano como um ato qualquer.

Uma rotina, algo sem importância e até sob certo aspecto praticado de maneira mecânica, quase que irresponsavelmente automática.

Entendo que os ataques racistas e preconceituosos que usei para ilustrar esse artigo são nada mais menos do que a teoria de Hannah Arendt sendo aplicada na prática e confirmada.

E confirmada da pior forma possível: saindo das telas dos telefones celulares, dos tablets e computadores, tomando forma na vida real, assustadoramente materializando-se nas ruas:

“Saber que o destino de uma pessoa não deve ser determinado por causa da cor da sua pele.”

O isolador naval haitiano Fetiere Sterlin, 33, foi assassinado por golpes de facas desferidos por dez homens no município de Navegantes — Santa Catarina, a 112 km de Florianópolis.

Ele foi o primeiro haitiano assassinado na região do Vale do Itajaí, mas no ano passado outro rapaz levou cinco tiros e sobreviveu, embora logo tenha saído do país.

Fetiere Sterlin era negro, e a cor de sua pele determinou seu trágico destino.


 

*Diógenes Júnior é estudante de Ciências Sociais, pesquisador independente, militante do PC do B, ativista dos Direitos Humanos e Jornalista Livre.

#EleNão

Moradores da Maré são bailarinos em espetáculo com temporada na Suiça

Publicadoo

em

Foto: Andi Gantenbein, de Zurique, Suíça, para os Jornalistas Livres

Denúncias sobre os atuais tempos de antidemocracia, assassinatos da população preta, pobre e periférica e o da vereadora Marielle Franco aparecem em cartazes erguidos pelos bailarinos de “Fúria”, espetáculo de Lia Rodrigues, considerada uma das maiores coreógrafas brasileiras da atualidade e uma das mais engajadas na realidade política do país.

A foto é da noite deste sábado (16), durante apresentação do grupo brasileiro no ‘Zürcher Theaterspektakel’, em Zurique, Suíça.

No Brasil, Fúria estreou em Abril, no Festival de Curitiba. A montagem evidencia, de maneira crítica, relações de poder, desigualdades, e as interligações entre racismo e capitalismo.

O espetáculo foi concebido no Centro de Artes da Maré, na Maré, RJ. O local foi inaugurado em 2009, e o projeto nasceu do encontro de Lia Rodrigues Companhia de Danças com a Redes da Maré. Os bailarinos são moradores da favela e de periferias do RJ.

Fruto dessa mesma parceria é a Escola Livre de Dança da Maré que resiste, em meio ao caos do governo violento de Witzel contra as favelas do RJ.

 

Continue Lendo

Destaques

Temer/Kassab preparam ataque ao seu direito à Internet

Publicadoo

em

O método Temer de solapar direitos dos cidadãos brasileiros tem novo alvo: a Internet. Sem qualquer discussão prévia, os golpistas querem mudar a composição do Comitê Gestor da Internet.

A consulta pública determinada pelo governo, sem diálogo prévio com os membros do Comitê e com apenas 30 dias de duração, certamente pretende aumentar o poder e servir apenas aos interesses das empresas privadas. As operadoras de telefonia têm todo o interesse do mundo em abafar as vozes de técnicos, acadêmicos e ativistas que lutam pela neutralidade da rede, por uma Internet livre, plural e aberta.

Veja, abaixo, a nota de repúdio ao atropelo antidemocrático da consulta pública determinada por Temer/Kassab. A nota é da Coalizão Direitos na Rede que exige o cancelamento imediato desta consulta.

Nota de repúdio

Contra os ataques do governo Temer ao Comitê Gestor da Internet no Brasil

A Coalizão Direitos na Rede vem a público repudiar e denunciar a mais recente medida da gestão Temer contra os direitos dos internautas no Brasil. De forma unilateral, o Governo Federal publicou nesta terça-feira, 8 de agosto, no Diário Oficial da União (D.O.U.), uma consulta pública visando alterações na composição, no processo de eleição e nas atribuições do Comitê Gestor da Internet (CGI.br).

Composto por representantes do governo, do setor privado, da sociedade civil e por especialistas técnicos e acadêmicos, o CGI.br é, desde sua criação, em 1995, responsável por estabelecer as normas e procedimentos para o uso e desenvolvimento da rede no Brasil.

Referência internacional de governança multissetorial da Internet,

o Comitê teve seu papel fortalecido após a

promulgação do Marco Civil da Internet (Lei 12.965/2014)

e de seu decreto regulamentador, que estabelece que cabe ao órgão definir as diretrizes para todos os temas relacionados ao setor. A partir de então, o CGI.br passou a ser alvo de disputa e grande interesse do setor privado.

Ao publicar uma consulta para alterar significativamente o modelo do Comitê Gestor de forma unilateral e sem qualquer diálogo prévio no interior do próprio CGI.br, o Governo passa por cima da lei e quebra com a multissetorialidade que marca os debates sobre a Internet e sua governança no Brasil.

A consulta não foi pauta da última reunião do CGI.br, realizada em maio, e nesta segunda-feira, véspera da publicação no D.O.U., o coordenador do Comitê, Maximiliano Martinhão, apenas enviou um e-mail à lista dos conselheiros relatando que o Governo Federal pretendia debater a questão – sem, no entanto, informar que tudo já estava pronto, em vias de publicação oficial. Vale registrar que, no próximo dia 18 de agosto, ocorre a primeira reunião da nova gestão do CGI.br, e o governo poderia ter aguardado para pautar o tema de forma democrática com os conselheiros/as.

Porém, preferiu agir de forma autocrática.

Desde sua posse à frente do CGI.br, no ano passado, Martinhão – que também é Secretário de Política de Informática do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações – tem feito declarações públicas defendendo alterações no Comitê Gestor da Internet. Já em junho de 2016, na primeira reunião que presidiu no CGI.br, após a troca no comando do Governo Federal, ele declarou que estava “recebendo demandas de pequenos provedores, de provedores de conteúdos e de investidores” para alterar a composição do órgão.

A pressão para rever a força da sociedade civil no Comitê cresceu,

principalmente por parte das operadoras de telecomunicações,

apoiadoras do governo.

Em dezembro, durante o Fórum de Governança da Internet no México, organizado pelas Nações Unidas, um conjunto de entidades da sociedade civil de mais de 20 países manifestou preocupação e denunciou as tentativas de enfraquecimento do CGI.br por parte da gestão Temer. No primeiro semestre de 2017, o Governo manobrou para impor uma paralisação de atividades em nome de uma questionável “economia de recursos”.

Martinhão e outros integrantes da gestão Kassab/Temer também têm defendido publicamente que sejam revistas conquistas obtidas no Marco Civil da Internet, propondo a flexibilização da neutralidade de rede e criticando a necessidade de consentimento dos usuários para o tratamento de seus dados pessoais. Neste contexto, a composição multissetorial do CGI.br tem sido fundamental para a defesa dos postulados do MCI e de princípios basilares para a garantia de uma internet livre, aberta e plural.

Por isso, esta Coalizão – articulação que reúne pesquisadores, acadêmicos, desenvolvedores, ativistas e entidades de defesa do consumidor e da liberdade de expressão – lançou, durante o último processo eleitoral do CGI, uma plataforma pública que clamava pelo “fortalecimento do Comitê Gestor da Internet no Brasil, preservando suas atribuições e seu caráter multissetorial, como garantia da governança multiparticipativa e democrática da Internet” no país. Afinal, mudar o CGI é estratégico para os setores que querem alterar os rumos das políticas de internet até então em curso no país.

Nesse sentido, considerando o que estabelece o Marco Civil da Internet, o caráter multissetorial do CGI e também o momento político que o país atravessa – de um governo interino, de legitimidade questionável para empreender tais mudanças –

a Coalizão Direitos na Rede exige o cancelamento imediato desta consulta.

É repudiável que um processo diretamente relacionado à governança da Internet seja travestido de consulta pública sem que as linhas orientadoras para sua revisão tenham sido debatidas antes, internamente, pelo próprio CGI.br. É mais um exemplo do modus operandi da gestão que ocupa o Palácio do Planalto e que tem pouco apreço por processos democráticos.

Seguiremos denunciando tais ataques e buscando apoio de diferentes setores,

dentro e fora do Brasil,

contra o desmonte do Comitê Gestor da Internet.

 

8 de agosto de 2017, Coalizão Direitos na Rede

 

Notas

1 A Coalizão Direitos na Rede é uma rede independente de organizações da sociedade civil, ativistas e acadêmicos em defesa da Internet livre e aberta no Brasil. Formada em julho de 2016, busca contribuir para a conscientização sobre o direito ao acesso à Internet, a privacidade e a liberdade de expressão de maneira ampla. O coletivo atua em diferentes frentes por meio de suas organizações, de modo horizontal e colaborativo. A nota está em https://direitosnarede.org.br/c/governo-temer-ataca-CGI/ .

2 Para ouvir a entrevista, à Rádio Brasil Atual, de Flávia Lefévre, conselheira da Proteste e representante do terceiro setor no Comitê Gestor da Internet, que afirma que as mudanças visam a atender interesses do setor privado e ferem caráter multiparticipativo do Comitê: https://soundcloud.com/redebrasilatual/1008-enrevista-flavia-lefevre

Continue Lendo

Artigo

FRAGMENTO E SÍNTESE

Publicadoo

em

 

Ligar a tv logo cedo num pequeno quarto de hotel no interior do país é desentender-se dos fatos nos telejornais matutinos. Abre-se a janela e uma menina vai à escola à beira do rio, um menino faz gol de bicicleta entre guris e o homem ergue a parede de sua casa.  Tudo tão distinto das ruas em alvoroço de protestos urbanos ou políticos insanos.  No rincão o que se busca é continuar vivo entre chuvas e trovões, sem não ou talvez. Tudo é certo. Sem modernidades calam ou arremedam nossa urbanidade, gente que se defende com pimentas e ervas, oração e vizinhança. Voz sem boca, boca sem voz, essa gente não é parte nas notícias selvagens dos jornais distantes.  Se resolvem entre cozidos, arte, bola e santos. No país de tantos cantos, muitos voam fora da asa e sem golpes entre si vão tocando suas mazelas e graça.

Mas vivemos tempos obscuros, a noite persiste em nossos avançados quinhentos e tantos anos e muitos santos. Dizem que burro velho é difícil se corrigir nos hábitos. Em manhã chuvosa na grande São Paulo, ligo a tv e o notbook, as janelas se abrem antes que a cortina deixe entrar o novo dia. Surpreendente ver na tv o deputado Jair Bolsonaro afirmando em um clube israelita na cidade do Rio, que se presidente for, não teremos mais terras indígenas no país. Ao mesmo tempo o computador expõe na rede social a opinião de meu amigo Ianuculá Kaiabi Suiá, jovem liderança do Parque Indígena do Xingu, onde leio ao som do deputado que ladra:

Jair Bolsonaro, obrigado por você existir. Graças a você, hoje, temos noção de quanto a população brasileira carece de conhecimento, decência, consciência, juízo, amor e que carrega um imenso sentimento de ódio sem saber o porque. Sim, sim, não sabem. Um exemplo? Veja a bandeira de quem te aplaude, é de um povo que, assim como nós, sofreu as piores atrocidades cometidas pelas pessoas que pensavam como você. Enfim, eu não sei se essa parcela do povo brasileiro pode ser curada, mas vou pedir para um pajé fumar um charuto sagrado e revelar se o espírito maligno que se apossou da tua alma pode ser desfeita com uma grande pajelança.

Ianuculá sabe o que diz, sabe de todo martírio vivido pelos povos originários, e mesmo assim se propõe a consultar o mundo dos espíritos.

 

É deus e diabo na terra do sol, a mesma terra que ofende também abriga e anuncia uma mostra de cinema indígena nos próximos dias. Terra de etnias e corpos na terra, a cidade maravilhosa do Rio não se calará diante do fascismo desses tempos sombrios, acompanhe.

Continue Lendo

Trending