Mesmo com avanço dos casos de coronavírus, principalmente em São Paulo, a Atento –empresa de telemarketing que atua na região do ABC e na capital– , ainda não liberou seus trabalhadores para quarentena. Com esse descaso aos seus “colaboradores”, como gostam de chamar os operadores de telemarketing, a empresa contribui para a propagação do vírus.
“Estamos trabalhando num sistema de rodízio, com mesas afastadas, mas temos um caso confirmado e cinco suspeitos na empresa”, denunciou um trabalhador da Atento, que não quis se identificar com medo de ser demitido.
O funcionário disse que está todo mundo com medo de ir ao trabalho, mas vão porque outro medo assombra a vida deles: “o de perder o emprego”, ressalta.
Não há medidas governamentais que proíbam o funcionamento das operações de telemarketing e, para Jair Bolsonaro (sem partido), os serviços de telemarketing são essenciais. O que fazer?
“O lucro está acima da vida das pessoas e isso é assustador”, diz desanimado o trabalhador.
OUTRO LADO
Em contato com os Jornalistas Livres por e-mail, a Atento disse que está buscando garantir um lugar seguro para seus funcionários, de forma a prevenir a propagação do COVID-19. Disse também que está adotando as medidas de segurança e saúde recomendadas pela OMS – Organização Mundial da Saúde e pelo Ministério da Saúde. Segundo a empresa, os funcionários recebem orientações de prevenção, bem como procedimentos no caso de suspeita da enfermidade (protocolo de atuação). Priorizamos a atuação em home office e afastamento remunerado de colaboradores acima de 60 anos e gestantes.
“Todas rotinas de limpeza e higienização foram intensificadas, principalmente nos pontos de maior contato (…) e implementando medidas para criar um maior espaçamento entre os profissionais.”, diz a Atento.