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Manifestações

Saída é pela esquerda, defendem movimentos em Curitiba

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Foto: Isabella Lanave/R.U.A Foto Coletivo

Em torno de 5 mil pessoas foram às ruas do Centro de Curitiba na hora do almoço desta quinta-feira, dia 20 de agosto, contra a ameaça de impeachment da presidenta Dilma Rousseff. Integrantes e lideranças de movimentos sociais, estudantis, sindicatos e partidos políticos repudiaram a tentativa engendrada pela direita e pela elite econômica e política, de destituição (ilegal, ilegítima e portanto golpista) da presidenta.

A mobilização não foi, todavia, uma defesa alienada do governo de Dilma Rousseff.

Lideranças de diversas entidades condenaram a política econômica comandada pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy; outros criticaram a forma com que o governo vem conduzindo negociações com categorias do serviço público federal em greve (como a dos funcionários do INSS); praticamente todos pediram um realinhamento à esquerda, por parte do governo.

Foto: Leandro Taques

Alguns manifestantes, por exemplo, portavam faixas e outros distribuíam panfletos reivindicando a saída do ministro da Fazenda, Joaquim Levy. A hipótese de o governo Dilma acatar a chamada “Agenda Brasil”, liderada pelo presidente do Senado, Renan Calheiros, também foi rechaçada. Da mesma forma, foi pleiteado o fortalecimento de instituições públicas fundamentais para o desenvolvimento do país, como Caixa Econômica Federal e Petrobras.

AVANÇOS

Apesar das críticas pontuais ao segundo mandato de Dilma, os manifestantes ressaltaram os avanços do Brasil nos últimos 12 anos de governo petista — os dois primeiros mandatos de Luís Inácio Lula da Silva e o primeiro da própria Dilma. Para as lideranças, tratam-se de conquistas fundamentais e que estão em risco, com a ameaça de impedimento da atual mandatária na República.

Foto: Isabella Lanave/R.U.A Foto Coletivo

É o que assinalou um dos representantes do Movimento Popular por Moradia (MPM) de Curitiba, o “Chocolate”. O MPM foi um dos movimentos que mais marcaram presença no ato desta quinta na capital paranaense — segundo Chocolate, cerca de 1 mil pessoas estavam naquela mobilização. “Estamos aqui porque queremos que [se] deixe a Dilma [no governo]. Não pode haver um ‘terceiro turno’ [eleitoral]. Ela ganhou as eleições. A Dilma joga do lado dos pobres. O outro lado [oposição de direita] joga do lado dos ricos”, disse.

Cartazes que destacavam a ampliação do acesso à educação (em especial ao ensino superior), outros que frisavam a importância do regime de partilha na exploração do petróleo da camada pré-sal (implantada no final do governo Lula) e discursos que lembravam o quão custoso foi à sociedade para recuperar a democracia usurpada pelo golpe civil-militar de 1964 também foram marcantes. “Não nos vencerão, porque a democracia não vai acabar”, afirmou o presidente do Grêmio Estudantil do Colégio Estadual do Paraná, Felipe Perez, em referência à ameaça de novo golpe, 51 anos depois.

Foto: Laiza Venuto Marinho

MORO, SERRA E CUNHA

Os manifestantes alertaram ainda para a necessidade de maior isenção na Operação Lava Jato. “Moro, e o PSDB?”, questionava-se num cartaz, em alusão ao fato de que as denúncias de corrupção envolvendo integrantes da legenda tucana serem minimizadas, quando não ignoradas. Representantes da Federação dos Petroleiros criticaram ainda o uso da Lava Jato para enfraquecer a Petrobrás e assim se abrir caminho para a entrada de transnacionais na exploração do petróleo.

Um boneco, simbolizando a norte-americana Chevron e sua ligação com o senador José Serra (PSDB-SP), foi alegoria utilizada como protesto contra o projeto do parlamentar que tira a Petrobras da exploração do pré-sal. Conversa de Serra com executiva da companhia estadunidense, prometendo mudar as regras do pré-sal, foi revelada pelo Wikileaks em dezembro de 2010, depois das eleições em que Serra fora candidato a presidente. Outra figura não poupada pelos manifestantes foi o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha.

Foto: Laiza Venuto Marinho

PSOL

A manifestação em Curitiba contou com a participação, além dos movimentos já citados, de lideranças do MST, do Movimento dos Atingidos por Barragens, da União Nacional dos Estudantes, da União da Juventude Socialista, centrais sindicais como CUT, CTB e Nova Central Sindical, e coletivos como o Kizomba.

Lideranças de partidos da coalizão governista, como PT, PCdoB e PDT, também estavam presentes, mas representantes do Psol — que faz oposição à esquerda do governo Dilma — igualmente participaram. Ex-candidato à Prefeitura de Curitiba pelo partido, Bruno Meirinho discursou defendendo a permanência de Dilma, todavia cobrando uma aproximação da presidenta com os movimentos populares. “É pela via da esquerda que se deve enfrentar o golpismo da direita”, sublinhou.

Foto: Isabella Lanave/R.U.A Foto Coletivo

ÊXITO

Em comparação à manifestação de domingo, dia 16, promovida pela direita pró-impeachment de Dilma, o ato deste quinta contou com público bem menor. No entanto, a avaliação é a de que a manifestação deste 20 de agosto foi exitosa. Afinal, o evento ocorreu num dia de semana, em horário comercial — reunir 5 mil pessoas nessas condições não seria, dessa forma, pouca coisa.

A concentração da manifestação começou antes das 11 horas, na Praça Santos Andrades. Às 12h15, os manifestantes saíram em caminhada pelas Ruas Marechal Deodoro e XV de Novembro, até a Boca Maldita (tradicional ponto de atos em Curitiba), um trajeto de seis quadras. O ato se encerrou por volta das 13h30.

Foto: Leandro Taques

 

Belo Horizonte

Marcha das Vadias – Por um mundo de respeito a todas as mulheres

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Fotografia: Sô Fotocoletivo

 

 

Marcha do que ? DAS VADIAS! Mas isso é xingamento! Sim… assim como puta, piranha, biscate ou “novinha”. Se as mulheres são seres marcados e oprimidos pela sociedade machista e patriarcal, que elas possam se remarcar e ser o que quiserem ser: bela, recatada, do lar (aff)! Mas também puta, da rua, da luta.

E não é não!
E marcharemos. Marcharemos até que todas sejamos livres.

 


A Marcha das Vadias surgiu em 2011, depois que o policial – segurança de uma universidade em Toronto, no Canadá, disse “para as vadias se comportarem para não ser atacadas”. Ele se referia à onda de estupros que estava ocorrendo lá. As vadias eram as mulheres vítimas dos ataques. O caso indignou as mulheres, que criaram a Marcha das Vadias para denunciar a Cultura do Estupro. Ela existe, não adianta negar. Assim como o machismo, e precisa ser extinta. A pauta é das mais urgentes.

A cada minuto uma mulher é violentada no Brasil. Os dados são do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada) e são assustadores. No mês seguinte ao caso de Toronto, as mulheres no Brasil passaram a marchar também. Em vários países elas marcham contra a Cultura do Estupro.

 


O ato começou espremido na Praça da Estação, pois o prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda, alugou a praça pública e assim “ela é privada hoje e não pública”, como disse o funcionário que ajudava na desmontagem da estrutura que havia no local. Na saída da Marcha das Vadias, o batuque do Bloco Bruta Flor e Tambores de Luta foi abafado por um som ligado bem na hora na tal estrutura. Estávamos ali há mais de uma hora e nada de som até ali. Coincidência não?

Mas marchamos.

Marchamos por respeito a vida de todas as mulheres.

 

 

Marchamos pelo fim da Cultura do estupro. Pela legalização do aborto. Pela igualdade. Pela maternidade como escolha, e não imposição. Pela vida de todas as mulheres. Marchamos contra o golpe em curso e em repúdio a políticos corruptos, machistas e homofóbicos:”Ei Temer, não sou da sua laia. Fora Cunha, Bolsonaro e Malafaia”.
E marchamos. Denunciamos. Brigamos. Piadas machistas não podem mais ser toleradas. É preciso revidar. Um homem não pode afirmar que uma mulher gosta de “piroca”. Isso é invasão, é desrespeito, é a cultura do estupro no seu sentido mais “desenhado”. E não, você não diz o que a novinha quer, só ela sabe e o querer é dela.

 

 

Tinha mulher vestida de todo jeito, e inclusive com pouca roupa. E não era um convite. “Tô de minissaia. Não te devo nada!”. A marcha terminou na Rua Guaicurus, no centro de Belo Horizonte. Local conhecido por abrigar muitas casas de prostituição, havia muitos homens ali, e foi ali que rolou olhares furtivos e piadas machistas. A marcha das vadias também é pelas putas. É por todas as Mulheres.

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Campinas

Parada LGBT resiste mesmo sem apoio oficial e atrai milhares às ruas de Campinas

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O domingo (26) na cidade de Campinas teve suas ruas tomada de cores, pessoas, alegria, música e protesto. A 16ª edição da Parada do Orgulho LGBT de Campinas, neste ano, tem como tema “Diga sim à educação e não à transfobia. Intolerância: o vírus mais assassino. Contra qualquer forma de opressão” . O tema, segundo Douglas Holanda, um dos organizadores é um alerta a todo e qualquer tipo de intolerância”.

A luta contra a incompreensão do segmento LGBT sofre no seu dia-a-dia se estendeu aos órgãos públicos. A Polícia Militar e o Ministério Público aconselharam a Prefeitura a não apoiar a Parada por falta de segurança. A Prefeitura também já havia sinalizado a insuficiência de recursos para colaborar com a Parada, assim como vem fazendo há alguns anos. O impasse aconteceu na semana passada, faltando poucos dias para o evento.

Segundo Lúcia Costa, integrante do Aos Brados e da Comissão da Parada LGBT de Campinas: “A Prefeitura nos desrespeitou ao acatar o Ministério Público, não lutou por nós, não pensou em nós. Ela se negou a dar banheiros químicos, segurança para as pessoas se recusando a pagar horas extras para a Guarda Municipal e Saúde. É um retrocesso e desrespeito ao movimento. É um movimento pacífico que leva grande número de pessoas, não há uma agressão. É menos violento que qualquer dérbi. O ato mais agressivo é um travesti retocando seu batom”.

Mesmo com a falta do apoio público, a Organização da Parada se articulou e conseguiu ajuda para que acontecesse a 16ª edição da Parada do Orgulho LGBT de Campinas. Mais de 20 mil pessoas acompanharam os dois trios elétricos, durante o trajeto pelas ruas centrais da cidade com muita  animação.

Várias pessoas residentes, na área central, acompanharam a Parada das janelas dos apartamentos,  algumas acenavam para os Trios Elétricos, na Avenida Francisco Glicério houve chuva de papel picado vinda dos prédios.

Encerrando o trajeto, a multidão que acompanhava lotou as praças do Largo do Rosário e Guilherme de Almeida (Praça do Fórum).

Este ano a concentração da 16ª edição da Parada foi ao lado do Fórum, na Avenida Dr. Campos Sales. De lá, a multidão subiu a Avenida Francisco Glicério até Dr. Moraes Sales, seguiu até o cruzamento com a Rua Irmã Serafina, continuando pela Avenida Anchieta até a Avenida Benjamin Constant. Ao retornarem à Avenida Francisco Glicério, o grupo seguiu até o Largo do Rosário.

A manifestação transcorreu pacífica até por volta das 20h, quando, segundo relatos a Polícia Militar  quis dispersar as pessoas que ainda estavam pelo centro da cidade. A concentração era na Praça Bento Quirino, um local habitualmente frequentado pela comunidade LGBTQ+.  Ainda segundo os relatos, a PM usou gás de pimenta, bombas de efeito moral e balas de borrachas para dispersar as pessoas. Algumas pessoas ficaram feridas e foram socorridas por populares durante a ação truculenta da Polícia.

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Campinas

A cidade de Campinas amanhece com faixas de denúncia ao Prefeito Jonas Donizette.

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Campinas amanhece com faixas de denúncia contra governo de Jonas Donizette espalhadas pela cidade.

Nesta quinta-feira (30/06), mesmo dia em que a prefeitura inaugura a conclusão das obras da avenida Francisco Glicério, agentes culturais espalharam pela cidade faixas com uma série de críticas à gestão de Jonas Donizette (PSB).

Faixas laranjas foram fixadas em pontilhões e passarelas localizados em pontos de intensa circulação e fluxo de pessoas. A má gestão dos recursos, o atraso de pagamentos, a terceirização de serviços públicos que prejudica o atendimento à população, o descaso em relação à criação do conselho municipal de cultura, cuja lei não foi encaminhada à câmara e está parada há dois anos, e a recente repressão ao movimento LGBT ocorrida no final de semana, foram temas criticados pelas faixas.

Assim como no dia 8 de junho, em que faixas semelhantes foram estendidas das janelas do 15º andar da prefeitura, onde se localiza a Secretaria de Cultura, as faixas espalhadas pelos viadutos e passarelas na manhã de hoje trouxeram como assinatura apenas o termo “#cultura”, e até o momento a autoria não foi assumida por nenhum movimento específico da cidade.

 

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