A REVOLUÇÃO DOS CRAVOS, AS FLORES DA LIBERDADE

Por Bruno Falci, de Lisboa, especial para os Jornalistas Livres.

Pouco depois da meia-noite, a Rádio Renascença tocou Grândola Vila Morena, uma canção composta e cantada por Zeca Afonso, que foi escolhida pelo Movimento das Forças Armadas (MFA) para ser a senha de sinalização da Revolução dos Cravos. Nos quartéis, centenas de militantes do MFA (Movimento das Forças Armadas) aguardavam este sinal para subir nos jipes e tanques e dirigir-se ao centro de Lisboa.

Quando o dia rompeu, quarenta e um anos de ditadura haviam chegado ao fim: os lisboetas estavam dançando nas ruas, beijando os militares democratas e entregando-lhes cravos vermelhos. O Movimento, composto por militares que haviam participado na Guerra Colonial e por estudantes universitários, teve o apoio da população portuguesa. Em apenas algumas horas, as Forças Armadas ocuparam locais estratégicos em todo o país. Ao clarear, multidões já cercavam as emissoras de rádio à espera de notícias.

Acuado pelo povo e pelos militares, o sucessor de Salazar, Marcelo Caetano, transmitiu sua renúncia por telefone ao líder dos revoltosos, general António de Spínola. Transportado de tanque ao aeroporto de Lisboa, Caetano embarcou para o exílio no Brasil. Em quase 18 horas, havia sido derrubada a mais antiga ditadura fascista no mundo. Vitoriosos, os revolucionários conseguiram a implantação do regime democrático e a instauração da nova Constituição Portuguesa, a 25 de abril de 1976 de forma pacífica.

O símbolo do dia 25 de abril é o cravo, a flor que a população colocou nas armas dos militares neste dia, que encerrou, ao mesmo tempo, 48 anos de ditadura fascista e 13 anos de guerra nas colônias africanas. Antes da revolução, era rara em Portugal a família que não tivesse alguém combatendo nas guerras das colônias na África, o serviço militar durava quatro anos, opiniões contra o regime e contra a guerra eram severamente reprimidas pela censura e pela polícia. Os partidos e movimentos políticos estavam proibidos, as prisões políticas estavam cheias, os líderes oposicionistas estavam exilados, os sindicatos eram fortemente controlados, a greve era proibida, as demissões fáceis e a vida cultural estritamente vigiada.

Após a revolução foi criada a Junta de Salvação Nacional que nomeou António de Spínola como Presidente da República e Adelino da Palma Carlos como Primeiro-Ministro. Os dois anos seguintes foram de grande agitação social, período que ficou conhecido por PREC (Processo Revolucionário em Curso) Desta forma o dia 25 de abril é conhecido como o Dia da Liberdade em Portugal e o dia da Revolução dos Cravos, sendo um feriado nacional onde se recorda a importância da liberdade no país.

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“Em Portugal e no Brasil, sempre em defesa dos valores de abril!”

Vídeos e fotos, Bruno Falci; texto, Bruno Falci e Maíra Santafé.

#LulaLivre #25deAbril #RevoluçãodosCravos

COMENTÁRIOS

3 respostas

  1. Só haverá mudanças significativas com uma bancada com predominâmcia progressista, tanto na camara como no senado, fora isso, continuaremos dando murro em ponta de faca.

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