RACISMO!!! A cantora, atriz e militante do movimento de moradia Preta Ferreira teve seu check in bloqueado no embarque da GOL em Congonhas, quando se preparava para voar rumo a Salvador, nesta quarta-feira (5). A alegação no balcão do check in foi que o cartão de crédito que comprou sua passagem não era dela, fato absolutamente corriqueiro em qualquer empresa… Além disso, a autenticidade da compra foi confirmada por telefone pelo dono do cartão, que é o empresário de Preta.
“Mulher negra não pode ter empresário?”, pergunta Preta Ferreira
Para cúmulo da humilhação, Preta Ferreira, com diversos compromissos para honrar na capital baiana, foi obrigada a comprar outra passagem. No balcão, o máximo que os atendentes lhe deram foi o conselho para que ela reclamasse no SAC da empresa o reembolso da passagem paga em duplicidade.
É um escândalo!
Este é mais um caso de discriminação contra mulheres negras a envolver grandes empresas apenas nesta semana. Há seis dias, Lorenna Vieira, mulher de Rennan da Penha, foi também atacada por preconceito e racismo em agência do Itaú na Penha, Zona Norte do Rio. Lorenna tinha ido à agência para desbloquear um cartão e sacar R$ 1.500. Ela denunciou ainda que, na delegacia, policiais duvidaram que ela seja casada com o DJ e a trataram com deboche. Até a publicação desta reportagem, a Polícia Civil não havia se manifestado sobre o caso. Já o Itaú lamentou e se desculpou pelos transtornos causados, mas a hashtag #ItauRacista espalhou-se por todas as redes sociais.
OUTRO LADO:
Os Jornalistas Livres estão em contato com a In Press Porter Novelli, empresa que faz a assessoria de imprensa da GOL, a fim de obter a versão da GOL para o impedimento de que Preta Ferreira viajasse com a passagem adquirida por seu empresário. Às 16h11, enviamos à In Press o email que segue, além de termos falado com a Diretora de Atendimento na In Press , encarregada da conta da GOL. Assim que recebermos resposta, faremos a atualização deste post.
A In Press Porter Novelli, empresa responsável pela assessoria de imprensa da GOL respondeu à solicitação dos Jornalistas Livres às 20h03, mas infelizmente não respondeu o questionamento feito à companhia aérea. Segue abaixo a íntegra do e-mail enviado.
“A GOL reitera que não compactua com quaisquer atitudes discriminatórias e preza pelo respeito e pela valorização das pessoas.
Nesta quarta-feira (5/2), a Cliente não pôde fazer o check-in, no aeroporto de Congonhas (São Paulo), antes da verificação dos documentos fornecidos na compra do bilhete, pelo fato de nenhum dos nomes envolvidos ser titular do cartão de crédito utilizado.
Com isso, foi exigido o acionamento de procedimentos de checagem de informações, descritos no contrato de transporte aéreo (https://www.voegol.com.br/pt/contrato-de-transporte-aereo), explicitados no artigo 1.3, item XIII.
Reforçamos que a prática não tem qualquer ligação com atos de racismo, sendo uma política de segurança aplicada em casos em que a compra é efetuada com cartão de crédito de terceiros. Esse procedimento é normal no ambiente de e-commerce, visando à proteção do portador do cartão de crédito.”
AGORA PERGUNTAMOS A VOCÊ:
Quantas vezes você já viajou com uma passagem comprada por outra pessoa? Quantas vezes você já viajou com uma passagem comprada com um cartão que não era seu? Quantas vezes você foi barrado ou impedido de viajar? Por quais constrangimentos você já passou? E, pra finalizar, qual sua cor?