Com aumento de impostos, PL de Doria é aprovado na madrugada

O Projeto de Lei (PL) 529/2020, de autoria do governador João Doria (PSDB), teve o texto base aprovado na madrugada desta quarta, em manobra dos governistas da Alesp. A primeira etapa da votação contou com 48 votos favoráveis e 37 contrários. Hoje está prevista a votação dos destaques. Votaram, em bloco, contrários ao PL 529 o PT, PSOL e Novo. DEM e PSDB, em bloco, votaram favoravelmente.

O PL que, entre várias medidas, extingue empresas e autarquias do Estado de São Paulo, propõe um aumento de 3% para 4% na alíquota do IPVA, possibilita um aumento do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), coloca um Plano de Demissão Incentivada (PDI) e permite a venda de diversos patrimônios do Estado, como terrenos ou prédios.

O projeto, justificado pelo governo por conta da crise da pandemia do coronavírus (COVID19) e do suposto rombo de bilionário nas contas estaduais, chegou na casa legislativa em agosto e recebeu mais de 600 emendas, para alterar o texto original. Diversos deputados se manifestaram contrários ao projeto, juntado partidos que normalmente são rivais como PT, PSOL, PCdoB, PSL e NOVO. O relator Alex de Madureira (PSD) ignorou as emendas, mas algumas alterações serão feitas por meio dos destaques, que devem ser confirmados na votação de hoje.

O processo de tentativa contra o 529 se iniciou assim que ele chegou na Alesp e teve atos contrários ofícios de diversos prefeitos de todo o estado, diversas manifestações dos servidores dos órgãos que serão extintos além da sociedade civil, que será afetada.

Um dos pontos que mais gerou repúdio, forçando Doria a recuar, foi a proposta de retirada da receita das três Universidades estaduais (USP, Unesp e Unicamp) e da FAPESP, a fundação de pesquisa do estado e uma das mais importantes do Brasil. O destaque que retira este ponto será votado hoje

Também estão previstos para essa votação, a não extinção da FURP, do ONCOCENTRO, do IMESC e do ITESP e retirada do confisco dos Fundos da PM.

Mas a maior parte do projeto 529 continua como veio do palácio dos bandeirantes e para isso contou com a ajuda do presidente da Alesp, Cauê Macris (PSDB), que forçou diversas votações relâmpagos colocando o texto como urgente, para ser válido já para o ano que vem.

Entenda o projeto


Entre as principais propostas do projeto, que se mantém inalteradas, estão:

  • Extinção das seguintes entidades descentralizadas: Fundação Parque Zoológico de São Paulo, Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano de São Paulo – CDHU, Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos de São Paulo (EMTU/SP), Superintendência de Controle de Endemias (SUCEN), Departamento Aeroviário do Estado de São Paulo (DAESP) e Instituto Florestal;
  • Venda dos terrenos e imóveis da entidades descentralizadas;
  • Alienação de 89 imóveis com área total de 6.832.465 metros quadrados sem informar o valor que podem alcançar;
  • O projeto pretende obter autorização para concessão de exploração de serviços ou de uso, total ou parcial, do Parque Villa Lobos, Parque Candido Portinari, Parque Fernando Costa – Água Branca, Parque Estadual do Belém Manoel Pitta, Parque Chácara da Baronesa, Parque da Juventude – Dom Paulo Evaristo Arns, Parque Ecológico do Guarapiranga e o Complexo Olímpico da Água Branca, Conjunto Desportivo Baby Barioni e do Casarão Melo Franco;
  • IPVA: aumento de 3% para 4% do imposto para veículos que usem, exclusivamente, os seguintes combustíveis: álcool, gás natural veicular ou eletricidade, ainda que combinados entre si. O PL 529 propõe que as isenções aos portadores de necessidades especiais seja dada apenas aos deficientes físicos com deficiência severa ou profunda e que permita a condução de veículo automotor especificamente adaptado e customizado para sua situação individual;
  • ICMS: renovação automática dos benefícios;
  • Iamspe: aumento da contribuição para pessoas com mais de 59 anos de 2 para 3% e “contribuição para beneficiários de contribuintes”, hoje isentos;
  • Programa de Demissão Incentivada (PDI) para servidores públicos considerados estáveis e da Administração Direta, Autarquias e Universidades, podendo atingir, diretamente, mais de 5 mil trabalhadores.

COMENTÁRIOS

14 respostas

  1. Dória, mercenário desgraçado!
    Vende e aluga o que não é dele, compra com dinheiro que não é dele. Esse tipo de corja política deveria ser estirpa do Planalto…

    1. O pior é que cada merda que ele posta as pessoas ainda falam parabéns governador…Parabéns pelo o que ???

  2. Sou a favor, pois quanto mais isenções a algumas categorias, nós pessoas normais pagamos a conta.

  3. ONDE ESTAO OS DEPUTADOS E LIDERANCAS DE SAO PAULO. QUE VERGONHA ESSA AÍ? ELE QUE DEBOLVA O QUE ROUBOU E PAGUE AS DÍVIDAS. O FIQUE EM CASA QUE ELE PREGAVA , FORÇANDO TODOS A FECHAR. I NCLUSIVE CHEGANDO A PRENDER PESSOAS

  4. João Doria nunca mais , perdi meu voto , vamos pagar por uma má gestão, ” fica em casa”

  5. Vocês perceberam porque precisam da esquerda? Porque os compraveis, estão no governo, será que os corruptos eram mais conscientes?

  6. Olha, fica até difícil dizer alguma coisa quando um governador eleito pelo voto direto toma medidas unilaterais que vão trazer mais custos para o cidadão que já paga uma carga altíssima de impostos.

  7. É devastador para todos os atingidos por medidas que afetam a vida pessoal e pública no Estado de São Paulo. Embora seja inexplicável a recente eleição do candidato do PSDB para Prefeito de São Paulo. Vergonhosa afronta aos paulistas e paulistanos que perdem seus direitos sem ao menos ser informado.

  8. Onde pode-se encontrar o nome dos deputados que aprovaram a lei

    1. Para dar para a TV Dória (TV CULTURA)

  9. Continuem votando no psdb, já não basta que foi com o psdb que se implantou o pcc no estado? Querem mais o quê?
    Espero que votem no Tarcisão para governador e Coronel Mello para senador ou vice versa.

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