O sectarismo da direita brasileira

A massiva propaganda oficial e seus tentáculos midiáticos embutiram – de forma desonesta – o conceito torpe de que as forças progressistas ou de esquerda são radicais, e, portanto, perigosas e subversivas à ordem social.

Narrativas oficiais são objetos repugnantes de embustes, de narrativas indecorosas sobre a inversão dos fatos, em um claro e vergonhoso processo de manipulação e alienação da sociedade brasileira.
A análise da história, desprovida de paixões, demonstra de forma inconteste a brutalidade, a sanha violenta e o indecoroso cinismo e hipocrisia da elite brasileira.

Nascida da luta de classes, tem suas gêneses no impetuoso processo colonialista e no extermínio das populações indígenas que, com todos os requintes de insanidade, davam a senha de qual seriam as edificações na construção do Brasil.

Escravagista, não titubeou em açoitar e se locupletar do comércio vexatório dos africanos. Haja vista que fomos um dos últimos países a abolir a escravatura.

Não obstante, usou a Proclamação da República como golpe contra a monarquia, que ousou libertar seus escravos.

Mas antes de nos tornarmos República, no século 19, muito sangue correu em território pátrio gerado pelos conflitos da época, como por exemplo: A Confederação dos Tamoios, a Inconfidência Mineira, a Cabanada, Canudos, entre outros.

Utilizando-se como estratégia marginalizar ou caricaturar os que se indignavam, a elite brasileira não hesitou em recorrer às mais atrozes violências; uma vez que o projeto de uma sociedade resignada jamais fez parte de alguma negociação.

Os pêndulos da balança alteraram-se com a Revolução de 30 e o comando de Getúlio Vargas, que no poder, afronta a direita brasileira dando direitos às classes trabalhadoras, e promove o primeiro processo de industrialização no Brasil. E assim, é aplicado, em companhia do desenvolvimento em nosso país, o conceito de soberania nacional.

Evidentemente que as forças conservadoras e radicais patrocinaram uma verdadeira campanha difamatória, com calúnias e insultos contra Vargas; desestabilizaram o país e levaram Vargas ao suicídio.

João Goulart, ex-presidente da república que sofreu o golpe civil-militar de 1964, também sofreu com esta radicalidade. Os mesmos métodos utilizados contra Vargas, agora dez anos depois, se aplicam a Jango, depondo-o do cargo de presidente constitucional.

Com Dilma Rousseff não foi diferente; porém, mais sofisticado. Com o protagonismo de seus filhos ilustres, como os senhores Eduardo Cunha, Michel Temer e a cumplicidade togada, rasgaram a Constituição e deram mais um golpe.

Assim age a direita brasileira.

Não vacila na defesa de seus interesses, e não tem o menor pudor em violentar e radicalizar, para se manter em berço esplêndido.

Resumindo, a direita é violenta, antidemocrática e cínica.

  • Henrique Matthiesen é Bacharel em Direito e Jornalista

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