O reconhecimento da luta das mulheres nos 30 anos do legado de Chico Mendes

Foto: Gleilson Miranda

Xapuri, estado do Acre, sedia durante os dias 15,16 e 17 de dezembro Encontro Chico Mendes – uma memória a honrar, um legado a defender. Encontro de memória dos trinta (30) anos do assassinato líder seringueiro Chico Mendes.

Na tarde do dia dezesseis (16) de dezembro, na cidade de Xapuri, estado do Acre, a programação revive a participação e o protagonismo das mulheres na luta dos movimentos sociais, é notória a participação e contribuição das mulheres durante o legado e traz a importância da organização e união dos movimentos sociais.

A princesinha do Alto Acre (cidade de Xapuri), é berço dos empates e da luta que ultrapassou as fronteiras do Acre e do Brasil, reunidos na praça São Gabriel, lideranças dos mais diversos movimentos sociais prestigiaram uma tarde das experiências vivenciadas durante a vida de Chico Mendes com o olhar das mulheres.

Angela Mendes, filha de Chico Mendes inicia sua fala, “a luta está no nosso DNA, não podemos iniciar uma mesa sobre protagonismo de mulheres sem mencionar as mulheres de luta das nossas vidas”, e faz o reconhecimento as mulheres que deram suas vidas pela luta.

Denyse Mello, representante do Fundo Amazônia, afirma, “As mulheres amazonidas são muitas mulheres, somos pescadoras, indígenas, extrativistas, parteiras, ribeirinhas, quebradoras de coco etc. Precisamos reconhecer a diversidade que possuímos em nosso país”.

A mesa que integrou mulheres que participaram dos empates emanou muita emoção e resistência, mulheres e crianças se colocavam à frente dos homens durante os empates com intuito de impedir que a polícia e capangas fizessem mal aos seus maridos, filhos e companheiros. Com lágrimas, as mulheres lembraram do quanto eram temerosas com suas vidas e de seus familiares durante o período e reconhecem que poderão vivenciar um cenário semelhante com o que representa a gestão de Bolsonaro.

Simbolizando a resistência, mulheres e homens uniram as mãos em uma grande corrente e entoaram o grito “ninguém solta a mão de ninguém”. Para além da luta que nos une o valor à vida que nos move.

Texto: Alana Manchineri

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