É angustiante a demora de Lula e Dilma, os mais importantes quadros do PT, em fazer um pronunciamento a respeito da crise política deflagrada pela delação —com provas, diga-se— dos donos do frigorífico JBS, que atingiram em cheio o presidente Michel Temer e o senador Aécio Neves, presidente nacional do PSDB.
Tão logo as denúncias foram divulgadas na edição do Jornal Nacional de 17/05 (quarta-feira), militantes do PT e da Democracia acorreram eufóricos à avenida Paulista, em São Paulo, para comemorar a derrocada dos golpistas e exigir a convocação imediata de eleição direta para Presidente.
Os inimigos do povo já estão lançando os seus dados. O Ministro Celso de Mello, do STF, defendeu a convocação de eleições indiretas em 90 dias, proposta que FHC ratificou em seguida. Esta é também a saída defendida pelas Organizações Globo.
Não vamos deixar!
O PT, enquanto tal, seus principais dirigentes e os ex-presidentes Lula e Dilma, estão até agora rigorosamente ausentes do debate político dramático, cujos desdobramentos terão impacto decisivo sobre as condições de vida da maioria pobre do país.
Ontem, na Paulista, não se viam bandeiras, carros de som. O partido não colocou seu bloco na rua.
Essa paralisia só serve para deixar a situação política à mercê dos aventureiros e dos que, como sempre, querem alijar o povo do direito de decidir democraticamente seu destino.
Já aconteceu em 2013, quando o PT dormiu e deixou as ruas serem colonizadas pela direita, que se assenhorou das palavras de ordem e símbolos daquela luta, como o Vem Pra Rua e o MBL (uma corruptela oportunista da sigla MPL).
Tomara que o partido não repita o erro.
Deixe um comentário