“O Boom da Bolsa de Valores”, por Dirce Waltrick do Amarante

Os retirantes, de Candido Portinari

Por Dirce Waltrick do Amarante*

 

A bolsa de valores reagiu positivamente, o Ibovespa fechou com variação positiva depois de longa data, e o povão das comunidades, Brasil afora, festejou.

O maior festejo foi na Comunidade Caranguejo Tabaiares, no Recife: o tio, que vende churrasquinho de gato, se reuniu com o catador de coco e com o vendedor de água na praia e resolveram que era hora de fundar uma empresa.

Iriam capitalizar dinheiro através de debêntures e venderiam ações na bolsa. A dona do salão “La Cantatrice Chauve cedeu espaço na sala de depilação para acomodar a empresa dos colegas. E ela mesma, já cadastrada numa corretora, iria investir dinheiro no negócio deles. Aliás, ela mesma iria abrir uma corretora.

Tudo tão simples e fácil, era só ter vontade e espírito empreendedor, qualidades que não faltam àquela gente, apesar da falta de saneamento básico, de saúde, de comida …

  • Brasileira em choque

COMENTÁRIOS

Uma resposta

  1. Sem esquecer que o investidor na bolsa é um predafor, como o cara que consome o serviço de uma prostituta.
    Ele não está preocupado com os problemas dela, só quer o retorno do investimento.
    Pela mesma lógica, o investidor não está preocupado com o moralismo das ações da empresa. Ele quer lucro.
    Se um Diretor não está dando lucro, troca
    As atitudes que ele fará não é problema do investidor. Só precisa dar resultado.

    Também pela mesma lógica, se amanhã a empresa for mal, ou a prostituta adoecer isso não é problema dele. Pega a grana e sai fora.
    Quem vai cuidar das mazelas dessas acoes?
    Quem vai pagar por isso?
    A única certeza é que não será ele.

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