O ano em cinema: Os 15 melhores filmes e as 15 melhores atuações de 2018

Da esquerda para a direita: "Nasce Uma Estrela", "O Processo" e "Roma"

Desde seu advento no final do século XIX, quando os irmãos Lumière filmaram trabalhadores saindo da sua fábrica de placas fotográficas, o cinema se mostrou uma forma de arte marcada por discursos sociais. Embora tenha se desenvolvido e sido usado de diferentes formas desde então (o que se reflete na diversidade das escolhas nesta lista), isso continua sendo verdade em pleno 2018.

Muitos dos itens desta lista de melhores do ano tem em comum o esforço para transformar o politico em pessoal. O grande crítico Roger Ebert famosamente definia o cinema como “uma máquina de empatia”, dotado de habilidade única de assistir os espectadores em se colocarem no lugar dos personagens, viverem suas dores e triunfos.

Em um ano dominado por turbulências sociopolíticas, o cinema tentou agir exatamente como esta máquina de empatia, personalizando e expressando esteticamente questões que em muito superavam os limites da ficção. Aqui, tento listar os longas-metragens mais bem-sucedidos nesta missão, entre os que estrearam nos cinemas nacionais em 2018.

Os atores

15. Saoirse Ronan, “Lady Bird: A Hora de Voar”

Saoirse Ronan sabe que não precisa mais provar que é a grande atriz da sua geração. Isso se reflete em sua performance inteligente, mas descontraída, em “Lady Bird: A Hora de Voar”. Como a protagonista da história de amadurecimento de Greta Gerwig, ela encontra o desespero e a confusão por trás da revolta adolescente, traz ele à tona em pura linguagem corporal, e costura a linha da comédia delicada do filme com a habilidade calculada da profissional consumada que é, já aos 24 anos de idade.

14. Armie Hammer, “Me Chame Pelo Seu Nome”

Se Timothée Chalamet tinha a missão de trazer um retrato vívido da adolescência para o filme caloroso de Luca Guadagnino, Armie Hammer teve que lidar com um personagem que demandava mais sutileza. O seu Oliver é composto com doses generosas de frieza, mesmo na fingida impetuosidade dos momentos em que parece perdido no affair com Elio. Hammer banha o personagem em extrema luz e sombra, compondo ao mesmo tempo um “vilão” sedutor e um cara comum, tão perdido quanto qualquer um a sua volta.

13.  Jason Mitchell, “Mudbound: Lágrimas Sobre o Mississipi”

Embora Mary J. Blige e Carey Mulligan sejam o coração de “Mudbound”, ele não teria como funcionar sem Jason Mitchell. O ator americano de 31 anos, revelado em “Straight Outta Compton”, captura o filme para si na pele de Ronse, encapsulando a frustração e a negociação de expectativa únicas pelas quais os soldados negros que retornaram da 2ª Guerra tiveram que passar em um país que não estava disposto a recebê-los de forma digna. Sensível, a atuação de Mitchell fica com o espectador muito depois dos créditos subirem.

12. Steven Yeun, “Em Chamas”

Steven Yeun está claramente se divertindo ao interpretar Ben em “Em Chamas”, o ricaço que envolve Hae-mi (Jong-seo Jun) e Jong-su (Ah-in Yoo) em um bizarro e elegante jogo de gato e rato. Meio Gatsby, meio Patrick Bateman (de “Psicopata Americano”), o personagem ganha trejeitos únicos e confiança enervante nas mãos de Yeun, que ainda acha espaço para expressar o profundo tédio, quase existencial, que o personagem sente com a vida que leva (seu apartamento, seus amigos, seus carros, suas amantes).

11. Willem Dafoe, “Projeto Flórida”

Tal e qual o filme em que se insere, a performance de Willem Dafoe em “Projeto Flórida” encontra beleza transcendental na observação prolongada, não especialmente dramática, de uma vida. Como Bobby, gerente do motel nas periferias do parque temático mais famoso da Disney, ele expressa uma compaixão tingida por irritação cotidiana, uma tentativa sincera de “fazer o melhor que pode” que, sabemos desde o começo, vai terminar em um coração partido. Mestre que é, Dafoe prega a peça no espectador com brilhantismo.

10. Bradley Cooper, “Nasce Uma Estrela”

Se o seu trabalho na direção se mostrou sintonizado com os temas mais profundos de “Nasce Uma Estrela”, Bradley Cooper se entregou com igual dedicação ao papel de Jackson, o músico em decadência que é metade do casal principal do filme. Deixando de lado a vaidade, Cooper encarna o personagem com fisicalidade e nervos expostos, encontrando o seu momento de expressão mais pura quando Jack, internado para tratar o  vício, é visitado por Ally. É um dos momentos mais cristalinamente emocionais do cinema em 2018, e a culpa é toda de Cooper.

9. Sally Hawkins, “A Forma da Água”

O grande trunfo de Sally Hawkins como atriz sempre foi seu rosto expressivo e afável, que imediatamente trazia calor humano para o filme em que aparecia. O papel de Elisa em “A Forma da Água”, neste sentido, foi feito para ela: com quase nenhum diálogo na pele da faxineira surda e muda, Hawkins consegue trabalhar este carisma e esta pureza de emoção, posicionando a personagem como ponto de origem e controle das viagens fantásticas do filme de Guillermo Del Toro. É difícil imaginar o longa funcionando tão bem quanto funciona sem ela.

8. Timothée Chalamet, “Me Chame Pelo Seu Nome”

Retratos da adolescência na ficção costumam buscar o realismo e a naturalidade em atores jovens e, muitas vezes, destreinados. “Me Chame Pelo Seu Nome” vai na direção contrária ao abraçar a performance calorosa, complexa e obviamente técnica de Timothée Chalamet, que emerge como o tipo de ator que não foge da artificialidade do próprio conceito de atuação. Com o olhar afiado, ele é capaz de destacar devastadoramente as entrelinhas comuns, as emoções reais, da história que conta — sem perder de vista que está, no fim das contas, contando uma história.

7. Yalitza Aparicio, “Roma”

O caso da intérprete de Cleo em “Roma” é um daqueles em que as linhas entre ficção e realidade são borradas. Assim como a personagem, Yalitza Aparicio é de uma região rural e pobre do México, e foi escolhida pelo diretor Alfonso Cuarón pela semelhança com a empregada de sua família, em quem a história é baseada. A performance de Aparicio poderia ser “só” uma expressão do real em forma de ficção, mas vai muito além disso. O olhar fugidio, o sorriso hesitante, a expressão perpetuamente esperançosa, tudo na sua atuação grita construção de personagem. “Roma” testemunha a revelação de uma atriz nata.

6. Toni Collette, “Hereditário”

Em uma das cenas mais devastadoramente amargas da memória recente, Annie (Toni Collette) explode em ressentimento durante um jantar em família que pode não parecer, mas está no centro do coração sombrio de “Hereditário”. No papel, Collette explora as profundezas mais indizíveis da frustração e do pesar femininos, que se misturam com expectativas sociais para criar um ambiente opressivo no qual o desintegrar de sua sanidade parece o único caminho lógico. A atriz encontra a realização mais perturbadora do filme de Ari Aster e a coloca em tela de forma angustiantemente expressiva.

5. Laurie Metcalf, “Lady Bird: A Hora de Voar”

Allison Janney levou o Oscar por sua mãe monstruosa em “Eu, Tonya”, mas foi Laurie Metcalf quem mais emocionou na categoria de melhor atriz coadjuvante. Em outro papel de matriarca, Metcalf rejeita caricaturas e encontra uma versão crível, ao mesmo tempo divertida e sentida, da maternidade. Sua Marion é grave e sarcástica, por vezes descontando a frustração e falta de perspectiva na filha, mas é também uma feroz protetora e guia, cuja firmeza emocional e moral só desmorona durante breves segundos, na agora famosa cena em que chora no carro, se afastando do aeroporto onde deixou a filha.

4. Brooklynn Prince, “Projeto Flórida”

O clímax mais impressionante do cinema de 2018 pertence a uma atriz que nasceu em 2010. Brooklynn Prince, revelada aos sete anos de idade em “Projeto Flórida”, atinge nota perfeita de sinceridade emocional na pele de Moonee, a ingeniosa protagonista mirim do filme de Sean Baker. O envolvimento do espectador com a personagem, que recolhe dividendos no terceiro ato do filme, vem da genuinidade de sua presença em tela, mas também da forma como ela interpreta, com a falta de presunção artística que só uma criança poderia ter, as linhas mais profundas do roteiro.

3. Karine Teles, “Benzinho”

A atuação de Karine Teles em “Benzinho” é o tipo de conquista artística para a qual foi inventada a expressão “tour de force”. Como Irene, ela cria um retrato familiar e específico da maternidade de classe média brasileira — o tom de voz, o ritmo de fala e a linguagem corporal nervosa da personagem são elementos que trarão memórias afetivas de infância para cada espectador. Ao mesmo tempo, ela sublinha a melancolia e o triunfo da vida interna rica da personagem, se aproveitando dos momentos mais inesperados para explodir em expressões complexas, frequentemente de quebrar o coração.

2. Daniel Day-Lewis, “Trama Fantasma”

Que Daniel Day-Lewis é um dos maiores atores em atividade no mundo todo, ninguém duvida. Sua excepcional performance em “Trama Fantasma”, no entanto, ganhou todo um novo gosto quando o ator anunciou que, depois dela, se aposentaria da profissão. Colorindo em mil tintas de obsessão o seu Reynolds no filme de Paul Thomas Anderson, Day-Lewis teve que usar tanto suas renomadas habilidades de imersão em personagem quanto o seu subestimado carisma para fazer o personagem funcionar através das reviravoltas e experiências de gênero de “Trama Fantasma”. O resultado é absolutamente vibrante.

1. Frances McDormand, “Três Anúncios Para um Crime”

Não houve para onde fugir, em 2018, da atuação de Frances McDormand em “Três Anúncios Para Um Crime”. Sua Mildred foi sombra gigantesca sobre um ano em que a raiva feminina veio à tona em todas as áreas da sociedade. A expressão complexa deste sentimento e suas muitas ramificações, que a atriz registrou no filme de Martin McDonagh, não é só simbólica como mostra uma das grandes intérpretes americanas atingindo o ápice catártico de uma carreira baseada em diferentes encarnações desta mesma raiva. Se seus companheiros de lista entregaram grandes atuações, McDormand foi a única que moldou um ícone.

Os filmes

15. “Benzinho”, de Gustavo Pizzi

Em “Benzinho”, o diretor Gustavo Pizzi faz um grande filme que, ao mesmo tempo, cabe perfeitamente na palma da mão. Ao retratar a vida da classe média baixa brasileira, ele evoca memórias comuns de forma sensorial: edição e mixagem de som, por exemplo, são essenciais na imersão provocada pelo filme. Mais testemunho do que denúncia do que quer que seja, “Benzinho”, assim como os momentos íntimos que retrata, deixa marca imensurável em quem o experimenta de coração aberto.

14. “Pantera Negra”, de Ryan Coogler

Quando feito da forma certa, o cinema popular leva discussões complexas a um público massivo, e carrega o fardo da iconografia representativa para uma nova era. É o que “Pantera Negra” faz, com excelência técnica, exuberância referencial e um discurso político intrincado. Ryan Coogler e seus roteiristas emprestam estruturas testadas e aprovadas não só do gênero de super-herói, como da própria mitologia, e as distorcem ao seu bel-prazer, criando o produto mais importante de Hollywood em 2018.

13. “Três Anúncios Para um Crime”, de Martin McDonagh

Controverso como se provou desde o seu lançamento, “Três Anúncios Para um Crime” ainda é dolorosamente real. Seu mundo é um de atos extremos e melodramáticos, talvez, mas também de dúvidas e impossibilidades sólidas, com as quais é fácil se identificar. Martin McDonagh cria um filme com o qual o espectador é obrigado a brigar, e uma personagem cuja dor e fúria tem raízes sociais complexas, e cuja expressão é compreensível e constantemente dilacerante.

12. “Missão Impossível: Efeito Fallout”, de Christopher McQuarrie

A franquia “Missão Impossível” começou a se dar muito melhor quando parou de se levar a sério, a partir do quarto filme (“Protocolo Fantasma”, de 2011). “Efeito Fallout”, o sexto longa da saga, é um espetáculo hollywoodiano que não pede desculpas por isso, desenrolando uma trama convoluta através de perseguições filmadas em tomadas estonteantes e editadas com precisão absurda. Brutalmente crível e deliciosamente artificial ao mesmo tempo, “Fallout” eleva “Missão Impossível” a novas alturas.

11. “Nasce Uma Estrela”, de Bradley Cooper

Bradley Cooper provou que uma quarta versão de “Nasce Uma Estrela” era necessária com seu filme de estreia na direção, que entende melhor do que todos os outros as sutilezas dessa história que encapsula vício, depressão, anseio e triunfo. O cineasta cria momentos viscerais em que essas ambiguidades são expressadas em cor, música e emoção, atacando de forma corajosamente aberta os muitos tabus escondidos em uma trama tão tradicional — e, com isso, desenterrando tudo o que a fez tão envolvente três vezes antes.

10. “Hereditário”, de Ari Aster

O boom do cinema de terror independente atingiu outro pico com “Hereditário”, obra de clima opressivo criada pelo estreante Ari Aster. Aqui, não há alívio cômico ou dramático que distraia de uma trama de sangue quente e coração gelado, carregada de ressentimento familiar e geracional que explode em uma memorável cena à mesa de jantar. Há um elemento sobrenatural em “Hereditário”, um filme conduzido com tremenda habilidade e equilíbrio, mas o que mais assusta (e traumatiza) é a realidade de seu terror doméstico.

9. “Lady Bird: A Hora de Voar”, de Greta Gerwig

Filmes sobre a transição da adolescência para a vida adulta não faltam, mas “Lady Bird: A Hora de Voar” traz uma perspectiva única e um ritmo inimitável para o subgênero. O filme de Greta Gerwig é sobre a realização, nesta época da vida, que não podemos criar e moldar, ao bel prazer, a nossa identidade. A diretora de primeira viagem guia seus personagens e atores com mão firme, e toma o tempo necessário para revelar a poesia escondida nos detalhes de seu sublime poema adolescente.

8. “Mudbound: Lágrimas Sobre o Mississipi”, de Dee Rees

A urgência na câmera de Dee Rees, a jovem cineasta de “Mudbound”, se traduz perfeitamente para o material colossal que o filme tenta abraçar, transpondo o livro de Hillary Jordan para a tela. A questão racial é abordada, aqui, de um ponto de vista firme, examinando preconceitos e prisões sociais que persistiram depois da abolição da escravatura nos EUA. Como retrato de relações de poder frágeis e do mundo daqueles injustiçados por ela, o filme encontra potência dramática inesgotável.

7. “Roma”, de Alfonso Cuarón

A encenação de Alfonso Cuarón em “Roma” é quase Spielbergiana. Seus longos takes, no entanto, revelam mais do que os do mestre hollywoodiano: em “Roma”, o posicionamento da câmera, à luz suave da fotografia em preto e branco, serve como registro de espaços segregados que, independente do afeto, nunca são transpostos. Cuarón supera a sua velha deficiência (a de colocar técnica acima de narrativa) ao fazer da câmera o juízo adulto que colore a memória de infância que “Roma” retrata.

6. “O Processo”, de Maria Augusta Ramos

Quem acusa o documentário de Maria Augusta Ramos sobre o impeachment de Dilma Rousseff de partidarismo não deve ter tido coragem de encarar suas hercúleas 2h20. No melhor estilo “fly-on-the-wall”, sem intervir com entrevistas ou imagens de arquivo, “O Processo” concede espaço para os argumentos, os vícios e os detalhes das ações e cada um dos atores deste momento histórico. Que Ramos encontra tempo para desenhar um arco trágico da miopia do PT e da ação antidemocrática que ele enfrentou é só um testemunho do seu talento.

5. “Em Chamas”, de Lee Chang-Dong

Apreciadores de cinema que resolverem assistir a “Em Chamas” sem olhar para a sua duração talvez se vejam surpresos ao descobrir que o filme tem 2h30. Não que a obra de Lee Chang-dong passe voando, mas ela é capaz de prender o espectador em um transe no qual cada cadência de cena, cada escalada de tensão, faz todo o sentido. “Em Chamas” é uma viagem cheia de dúvida por um mundo em que os dias se arrastam e a estrutura socioeconômica cria uma vida vazia de sentido e emoção tanto para os favorecidos quanto para os prejudicados por ela.

4. “A Forma da Água”, de Guillermo Del Toro

A improvável fantasia romântica que levou os prêmios principais do Oscar 2018 (melhor filme e melhor direção) é o apogeu da arte e das obsessões de Guillermo Del Toro. Em sua análise compassiva das muitas formas de monstruosidade social, este filme afetuosa e detalhadamente criado, com seu final a um tempo trágico e triunfante, prova ficar com o espectador mais do que sua simplicidade de conto de fadas deixa transparecer. Talvez não fosse o melhor concorrente do Oscar, mas o encanto de “A Forma da Água” é puro demais para que qualquer um fique irritado com o seu triunfo acadêmico.

3. “Projeto Flórida”, de Sean Baker

O diretor e roteirista Sean Baker é mestre em desenterrar significado dos momentos banais da vida de seus personagens, quase sempre membros desprezados da sociedade. Aqui, ele volta sua câmera observadora para o dia a dia de mãe e filha que vivem em um motel próximo aos parques da Disney. “Projeto Flórida” passa seu tempo consolidando a parede que separa essas duas do mundo que as cerca, e termina em um espetacular ímpeto de fantasia, que poderia se passar por liberador se não fosse tão, tão angustiantemente triste.

2. “Trama Fantasma”, de Paul Thomas Anderson

Paul Thomas Anderson se rende à indulgência de todas as suas obsessões em “Trama Fantasma” — e, ao contrário do que aconteceria com artistas menores do que ele, isso se converte em uma grande virtude. O filme passeia entre o milimetricamente calculado e o apaixonadamente impetuoso, ganhando a fidelidade do espectador com quase duas horas de exercícios de gênero e provocações (há passagens, sejamos sinceros, de pura comédia) para, no final, puxar nosso tapete e comentar sobre si mesmo de maneira quase cruelmente consciente.

1. “Me Chame Pelo Seu Nome”, de Luca Guadagnino

“Me Chame Pelo Seu Nome” não é a história de amor da qual você ouviu falar dos pelos seus amigos, mas isso não significa que ele não seja o grande filme (ou ainda maior) que eles disseram. A genialidade do filme de Luca Guadagnino, que explode em sensualidade e paralelos artísticos clássicos, comentando a um tempo sobre seu apelo e suas falhas, está na forma como deixa os espinhos da relação abusiva entre Elio e Oliver despontar pelas camadas de beleza estética que o envolvem como produto cultural. Lançado em janeiro por aqui, continua sendo o grande filme de 2018.

Menções honrosas

Da esquerda para a direita: “Podres de Ricos”, “Infiltrado na Klan” e “Jogador Nº 1”

Menções honrosas – atuações: Mary J. Blige pulou da música para o cinema, e trouxe a mesma honestidade contagiante e complexa para a nova empreitada, em “Mudbound: Lágrimas Sobre o Misssissipi”; Michael B. Jordan criou um vilão cativante, com ponto de vista forte e veia política, em “Pantera Negra”; Sam Elliott emocionou com a vulnerabilidade emocional surpreendente de um veterano caubói em “Nasce Uma Estrela”; Michelle Yeoh compensou as deficiências de roteiro e direção de “Podres de Ricos” com uma performance certeira; e Anna Kendrick costurou entre gêneros com habilidade vertiginosa em “Um Pequeno Favor”.

Menções honrosas – filmes: Spike Lee voltou triunfante, explosivo, mais complexo e vital do que nunca em “Infiltrado na Klan”; Steven Spielberg provou que continua sendo o mestre do cinemão hollywoodiano com o ótimo “Jogador Nº 1”; se não fosse por certo filme na nossa lista, o preciso “Um Lugar Silencioso” seria o destaque do terror em 2018; os brasileiros Marco Dutra e Juliana Rojas provaram que sabemos misturar gêneros com coerência e ousadia em “As Boas Maneiras”; e o tocante “Paddington 2” mostrou que é possível ser uma encantadora fábula infantil e uma importante história sobre imigração ao mesmo tempo.

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