Cinema
O ano em cinema: Os 15 melhores filmes e as 15 melhores atuações de 2018
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6 anos atrásem
por
Caio Coletti
Desde seu advento no final do século XIX, quando os irmãos Lumière filmaram trabalhadores saindo da sua fábrica de placas fotográficas, o cinema se mostrou uma forma de arte marcada por discursos sociais. Embora tenha se desenvolvido e sido usado de diferentes formas desde então (o que se reflete na diversidade das escolhas nesta lista), isso continua sendo verdade em pleno 2018.
Muitos dos itens desta lista de melhores do ano tem em comum o esforço para transformar o politico em pessoal. O grande crítico Roger Ebert famosamente definia o cinema como “uma máquina de empatia”, dotado de habilidade única de assistir os espectadores em se colocarem no lugar dos personagens, viverem suas dores e triunfos.
Em um ano dominado por turbulências sociopolíticas, o cinema tentou agir exatamente como esta máquina de empatia, personalizando e expressando esteticamente questões que em muito superavam os limites da ficção. Aqui, tento listar os longas-metragens mais bem-sucedidos nesta missão, entre os que estrearam nos cinemas nacionais em 2018.
Os atores
15. Saoirse Ronan, “Lady Bird: A Hora de Voar”
Saoirse Ronan sabe que não precisa mais provar que é a grande atriz da sua geração. Isso se reflete em sua performance inteligente, mas descontraída, em “Lady Bird: A Hora de Voar”. Como a protagonista da história de amadurecimento de Greta Gerwig, ela encontra o desespero e a confusão por trás da revolta adolescente, traz ele à tona em pura linguagem corporal, e costura a linha da comédia delicada do filme com a habilidade calculada da profissional consumada que é, já aos 24 anos de idade.
14. Armie Hammer, “Me Chame Pelo Seu Nome”
Se Timothée Chalamet tinha a missão de trazer um retrato vívido da adolescência para o filme caloroso de Luca Guadagnino, Armie Hammer teve que lidar com um personagem que demandava mais sutileza. O seu Oliver é composto com doses generosas de frieza, mesmo na fingida impetuosidade dos momentos em que parece perdido no affair com Elio. Hammer banha o personagem em extrema luz e sombra, compondo ao mesmo tempo um “vilão” sedutor e um cara comum, tão perdido quanto qualquer um a sua volta.
13. Jason Mitchell, “Mudbound: Lágrimas Sobre o Mississipi”
Embora Mary J. Blige e Carey Mulligan sejam o coração de “Mudbound”, ele não teria como funcionar sem Jason Mitchell. O ator americano de 31 anos, revelado em “Straight Outta Compton”, captura o filme para si na pele de Ronse, encapsulando a frustração e a negociação de expectativa únicas pelas quais os soldados negros que retornaram da 2ª Guerra tiveram que passar em um país que não estava disposto a recebê-los de forma digna. Sensível, a atuação de Mitchell fica com o espectador muito depois dos créditos subirem.
12. Steven Yeun, “Em Chamas”
Steven Yeun está claramente se divertindo ao interpretar Ben em “Em Chamas”, o ricaço que envolve Hae-mi (Jong-seo Jun) e Jong-su (Ah-in Yoo) em um bizarro e elegante jogo de gato e rato. Meio Gatsby, meio Patrick Bateman (de “Psicopata Americano”), o personagem ganha trejeitos únicos e confiança enervante nas mãos de Yeun, que ainda acha espaço para expressar o profundo tédio, quase existencial, que o personagem sente com a vida que leva (seu apartamento, seus amigos, seus carros, suas amantes).
11. Willem Dafoe, “Projeto Flórida”
Tal e qual o filme em que se insere, a performance de Willem Dafoe em “Projeto Flórida” encontra beleza transcendental na observação prolongada, não especialmente dramática, de uma vida. Como Bobby, gerente do motel nas periferias do parque temático mais famoso da Disney, ele expressa uma compaixão tingida por irritação cotidiana, uma tentativa sincera de “fazer o melhor que pode” que, sabemos desde o começo, vai terminar em um coração partido. Mestre que é, Dafoe prega a peça no espectador com brilhantismo.
10. Bradley Cooper, “Nasce Uma Estrela”
Se o seu trabalho na direção se mostrou sintonizado com os temas mais profundos de “Nasce Uma Estrela”, Bradley Cooper se entregou com igual dedicação ao papel de Jackson, o músico em decadência que é metade do casal principal do filme. Deixando de lado a vaidade, Cooper encarna o personagem com fisicalidade e nervos expostos, encontrando o seu momento de expressão mais pura quando Jack, internado para tratar o vício, é visitado por Ally. É um dos momentos mais cristalinamente emocionais do cinema em 2018, e a culpa é toda de Cooper.
9. Sally Hawkins, “A Forma da Água”
O grande trunfo de Sally Hawkins como atriz sempre foi seu rosto expressivo e afável, que imediatamente trazia calor humano para o filme em que aparecia. O papel de Elisa em “A Forma da Água”, neste sentido, foi feito para ela: com quase nenhum diálogo na pele da faxineira surda e muda, Hawkins consegue trabalhar este carisma e esta pureza de emoção, posicionando a personagem como ponto de origem e controle das viagens fantásticas do filme de Guillermo Del Toro. É difícil imaginar o longa funcionando tão bem quanto funciona sem ela.
8. Timothée Chalamet, “Me Chame Pelo Seu Nome”
Retratos da adolescência na ficção costumam buscar o realismo e a naturalidade em atores jovens e, muitas vezes, destreinados. “Me Chame Pelo Seu Nome” vai na direção contrária ao abraçar a performance calorosa, complexa e obviamente técnica de Timothée Chalamet, que emerge como o tipo de ator que não foge da artificialidade do próprio conceito de atuação. Com o olhar afiado, ele é capaz de destacar devastadoramente as entrelinhas comuns, as emoções reais, da história que conta — sem perder de vista que está, no fim das contas, contando uma história.
7. Yalitza Aparicio, “Roma”
O caso da intérprete de Cleo em “Roma” é um daqueles em que as linhas entre ficção e realidade são borradas. Assim como a personagem, Yalitza Aparicio é de uma região rural e pobre do México, e foi escolhida pelo diretor Alfonso Cuarón pela semelhança com a empregada de sua família, em quem a história é baseada. A performance de Aparicio poderia ser “só” uma expressão do real em forma de ficção, mas vai muito além disso. O olhar fugidio, o sorriso hesitante, a expressão perpetuamente esperançosa, tudo na sua atuação grita construção de personagem. “Roma” testemunha a revelação de uma atriz nata.
6. Toni Collette, “Hereditário”
Em uma das cenas mais devastadoramente amargas da memória recente, Annie (Toni Collette) explode em ressentimento durante um jantar em família que pode não parecer, mas está no centro do coração sombrio de “Hereditário”. No papel, Collette explora as profundezas mais indizíveis da frustração e do pesar femininos, que se misturam com expectativas sociais para criar um ambiente opressivo no qual o desintegrar de sua sanidade parece o único caminho lógico. A atriz encontra a realização mais perturbadora do filme de Ari Aster e a coloca em tela de forma angustiantemente expressiva.
5. Laurie Metcalf, “Lady Bird: A Hora de Voar”
Allison Janney levou o Oscar por sua mãe monstruosa em “Eu, Tonya”, mas foi Laurie Metcalf quem mais emocionou na categoria de melhor atriz coadjuvante. Em outro papel de matriarca, Metcalf rejeita caricaturas e encontra uma versão crível, ao mesmo tempo divertida e sentida, da maternidade. Sua Marion é grave e sarcástica, por vezes descontando a frustração e falta de perspectiva na filha, mas é também uma feroz protetora e guia, cuja firmeza emocional e moral só desmorona durante breves segundos, na agora famosa cena em que chora no carro, se afastando do aeroporto onde deixou a filha.
4. Brooklynn Prince, “Projeto Flórida”
O clímax mais impressionante do cinema de 2018 pertence a uma atriz que nasceu em 2010. Brooklynn Prince, revelada aos sete anos de idade em “Projeto Flórida”, atinge nota perfeita de sinceridade emocional na pele de Moonee, a ingeniosa protagonista mirim do filme de Sean Baker. O envolvimento do espectador com a personagem, que recolhe dividendos no terceiro ato do filme, vem da genuinidade de sua presença em tela, mas também da forma como ela interpreta, com a falta de presunção artística que só uma criança poderia ter, as linhas mais profundas do roteiro.
3. Karine Teles, “Benzinho”
A atuação de Karine Teles em “Benzinho” é o tipo de conquista artística para a qual foi inventada a expressão “tour de force”. Como Irene, ela cria um retrato familiar e específico da maternidade de classe média brasileira — o tom de voz, o ritmo de fala e a linguagem corporal nervosa da personagem são elementos que trarão memórias afetivas de infância para cada espectador. Ao mesmo tempo, ela sublinha a melancolia e o triunfo da vida interna rica da personagem, se aproveitando dos momentos mais inesperados para explodir em expressões complexas, frequentemente de quebrar o coração.
2. Daniel Day-Lewis, “Trama Fantasma”
Que Daniel Day-Lewis é um dos maiores atores em atividade no mundo todo, ninguém duvida. Sua excepcional performance em “Trama Fantasma”, no entanto, ganhou todo um novo gosto quando o ator anunciou que, depois dela, se aposentaria da profissão. Colorindo em mil tintas de obsessão o seu Reynolds no filme de Paul Thomas Anderson, Day-Lewis teve que usar tanto suas renomadas habilidades de imersão em personagem quanto o seu subestimado carisma para fazer o personagem funcionar através das reviravoltas e experiências de gênero de “Trama Fantasma”. O resultado é absolutamente vibrante.
1. Frances McDormand, “Três Anúncios Para um Crime”
Não houve para onde fugir, em 2018, da atuação de Frances McDormand em “Três Anúncios Para Um Crime”. Sua Mildred foi sombra gigantesca sobre um ano em que a raiva feminina veio à tona em todas as áreas da sociedade. A expressão complexa deste sentimento e suas muitas ramificações, que a atriz registrou no filme de Martin McDonagh, não é só simbólica como mostra uma das grandes intérpretes americanas atingindo o ápice catártico de uma carreira baseada em diferentes encarnações desta mesma raiva. Se seus companheiros de lista entregaram grandes atuações, McDormand foi a única que moldou um ícone.
Os filmes
15. “Benzinho”, de Gustavo Pizzi
Em “Benzinho”, o diretor Gustavo Pizzi faz um grande filme que, ao mesmo tempo, cabe perfeitamente na palma da mão. Ao retratar a vida da classe média baixa brasileira, ele evoca memórias comuns de forma sensorial: edição e mixagem de som, por exemplo, são essenciais na imersão provocada pelo filme. Mais testemunho do que denúncia do que quer que seja, “Benzinho”, assim como os momentos íntimos que retrata, deixa marca imensurável em quem o experimenta de coração aberto.
14. “Pantera Negra”, de Ryan Coogler
Quando feito da forma certa, o cinema popular leva discussões complexas a um público massivo, e carrega o fardo da iconografia representativa para uma nova era. É o que “Pantera Negra” faz, com excelência técnica, exuberância referencial e um discurso político intrincado. Ryan Coogler e seus roteiristas emprestam estruturas testadas e aprovadas não só do gênero de super-herói, como da própria mitologia, e as distorcem ao seu bel-prazer, criando o produto mais importante de Hollywood em 2018.
13. “Três Anúncios Para um Crime”, de Martin McDonagh
Controverso como se provou desde o seu lançamento, “Três Anúncios Para um Crime” ainda é dolorosamente real. Seu mundo é um de atos extremos e melodramáticos, talvez, mas também de dúvidas e impossibilidades sólidas, com as quais é fácil se identificar. Martin McDonagh cria um filme com o qual o espectador é obrigado a brigar, e uma personagem cuja dor e fúria tem raízes sociais complexas, e cuja expressão é compreensível e constantemente dilacerante.
12. “Missão Impossível: Efeito Fallout”, de Christopher McQuarrie
A franquia “Missão Impossível” começou a se dar muito melhor quando parou de se levar a sério, a partir do quarto filme (“Protocolo Fantasma”, de 2011). “Efeito Fallout”, o sexto longa da saga, é um espetáculo hollywoodiano que não pede desculpas por isso, desenrolando uma trama convoluta através de perseguições filmadas em tomadas estonteantes e editadas com precisão absurda. Brutalmente crível e deliciosamente artificial ao mesmo tempo, “Fallout” eleva “Missão Impossível” a novas alturas.
11. “Nasce Uma Estrela”, de Bradley Cooper
Bradley Cooper provou que uma quarta versão de “Nasce Uma Estrela” era necessária com seu filme de estreia na direção, que entende melhor do que todos os outros as sutilezas dessa história que encapsula vício, depressão, anseio e triunfo. O cineasta cria momentos viscerais em que essas ambiguidades são expressadas em cor, música e emoção, atacando de forma corajosamente aberta os muitos tabus escondidos em uma trama tão tradicional — e, com isso, desenterrando tudo o que a fez tão envolvente três vezes antes.
10. “Hereditário”, de Ari Aster
O boom do cinema de terror independente atingiu outro pico com “Hereditário”, obra de clima opressivo criada pelo estreante Ari Aster. Aqui, não há alívio cômico ou dramático que distraia de uma trama de sangue quente e coração gelado, carregada de ressentimento familiar e geracional que explode em uma memorável cena à mesa de jantar. Há um elemento sobrenatural em “Hereditário”, um filme conduzido com tremenda habilidade e equilíbrio, mas o que mais assusta (e traumatiza) é a realidade de seu terror doméstico.
9. “Lady Bird: A Hora de Voar”, de Greta Gerwig
Filmes sobre a transição da adolescência para a vida adulta não faltam, mas “Lady Bird: A Hora de Voar” traz uma perspectiva única e um ritmo inimitável para o subgênero. O filme de Greta Gerwig é sobre a realização, nesta época da vida, que não podemos criar e moldar, ao bel prazer, a nossa identidade. A diretora de primeira viagem guia seus personagens e atores com mão firme, e toma o tempo necessário para revelar a poesia escondida nos detalhes de seu sublime poema adolescente.
8. “Mudbound: Lágrimas Sobre o Mississipi”, de Dee Rees
A urgência na câmera de Dee Rees, a jovem cineasta de “Mudbound”, se traduz perfeitamente para o material colossal que o filme tenta abraçar, transpondo o livro de Hillary Jordan para a tela. A questão racial é abordada, aqui, de um ponto de vista firme, examinando preconceitos e prisões sociais que persistiram depois da abolição da escravatura nos EUA. Como retrato de relações de poder frágeis e do mundo daqueles injustiçados por ela, o filme encontra potência dramática inesgotável.
https://youtu.be/fp_i7cnOgbQ
7. “Roma”, de Alfonso Cuarón
A encenação de Alfonso Cuarón em “Roma” é quase Spielbergiana. Seus longos takes, no entanto, revelam mais do que os do mestre hollywoodiano: em “Roma”, o posicionamento da câmera, à luz suave da fotografia em preto e branco, serve como registro de espaços segregados que, independente do afeto, nunca são transpostos. Cuarón supera a sua velha deficiência (a de colocar técnica acima de narrativa) ao fazer da câmera o juízo adulto que colore a memória de infância que “Roma” retrata.
6. “O Processo”, de Maria Augusta Ramos
Quem acusa o documentário de Maria Augusta Ramos sobre o impeachment de Dilma Rousseff de partidarismo não deve ter tido coragem de encarar suas hercúleas 2h20. No melhor estilo “fly-on-the-wall”, sem intervir com entrevistas ou imagens de arquivo, “O Processo” concede espaço para os argumentos, os vícios e os detalhes das ações e cada um dos atores deste momento histórico. Que Ramos encontra tempo para desenhar um arco trágico da miopia do PT e da ação antidemocrática que ele enfrentou é só um testemunho do seu talento.
5. “Em Chamas”, de Lee Chang-Dong
Apreciadores de cinema que resolverem assistir a “Em Chamas” sem olhar para a sua duração talvez se vejam surpresos ao descobrir que o filme tem 2h30. Não que a obra de Lee Chang-dong passe voando, mas ela é capaz de prender o espectador em um transe no qual cada cadência de cena, cada escalada de tensão, faz todo o sentido. “Em Chamas” é uma viagem cheia de dúvida por um mundo em que os dias se arrastam e a estrutura socioeconômica cria uma vida vazia de sentido e emoção tanto para os favorecidos quanto para os prejudicados por ela.
4. “A Forma da Água”, de Guillermo Del Toro
A improvável fantasia romântica que levou os prêmios principais do Oscar 2018 (melhor filme e melhor direção) é o apogeu da arte e das obsessões de Guillermo Del Toro. Em sua análise compassiva das muitas formas de monstruosidade social, este filme afetuosa e detalhadamente criado, com seu final a um tempo trágico e triunfante, prova ficar com o espectador mais do que sua simplicidade de conto de fadas deixa transparecer. Talvez não fosse o melhor concorrente do Oscar, mas o encanto de “A Forma da Água” é puro demais para que qualquer um fique irritado com o seu triunfo acadêmico.
3. “Projeto Flórida”, de Sean Baker
O diretor e roteirista Sean Baker é mestre em desenterrar significado dos momentos banais da vida de seus personagens, quase sempre membros desprezados da sociedade. Aqui, ele volta sua câmera observadora para o dia a dia de mãe e filha que vivem em um motel próximo aos parques da Disney. “Projeto Flórida” passa seu tempo consolidando a parede que separa essas duas do mundo que as cerca, e termina em um espetacular ímpeto de fantasia, que poderia se passar por liberador se não fosse tão, tão angustiantemente triste.
2. “Trama Fantasma”, de Paul Thomas Anderson
Paul Thomas Anderson se rende à indulgência de todas as suas obsessões em “Trama Fantasma” — e, ao contrário do que aconteceria com artistas menores do que ele, isso se converte em uma grande virtude. O filme passeia entre o milimetricamente calculado e o apaixonadamente impetuoso, ganhando a fidelidade do espectador com quase duas horas de exercícios de gênero e provocações (há passagens, sejamos sinceros, de pura comédia) para, no final, puxar nosso tapete e comentar sobre si mesmo de maneira quase cruelmente consciente.
1. “Me Chame Pelo Seu Nome”, de Luca Guadagnino
“Me Chame Pelo Seu Nome” não é a história de amor da qual você ouviu falar dos pelos seus amigos, mas isso não significa que ele não seja o grande filme (ou ainda maior) que eles disseram. A genialidade do filme de Luca Guadagnino, que explode em sensualidade e paralelos artísticos clássicos, comentando a um tempo sobre seu apelo e suas falhas, está na forma como deixa os espinhos da relação abusiva entre Elio e Oliver despontar pelas camadas de beleza estética que o envolvem como produto cultural. Lançado em janeiro por aqui, continua sendo o grande filme de 2018.
Menções honrosas

Da esquerda para a direita: “Podres de Ricos”, “Infiltrado na Klan” e “Jogador Nº 1”
Menções honrosas – atuações: Mary J. Blige pulou da música para o cinema, e trouxe a mesma honestidade contagiante e complexa para a nova empreitada, em “Mudbound: Lágrimas Sobre o Misssissipi”; Michael B. Jordan criou um vilão cativante, com ponto de vista forte e veia política, em “Pantera Negra”; Sam Elliott emocionou com a vulnerabilidade emocional surpreendente de um veterano caubói em “Nasce Uma Estrela”; Michelle Yeoh compensou as deficiências de roteiro e direção de “Podres de Ricos” com uma performance certeira; e Anna Kendrick costurou entre gêneros com habilidade vertiginosa em “Um Pequeno Favor”.
Menções honrosas – filmes: Spike Lee voltou triunfante, explosivo, mais complexo e vital do que nunca em “Infiltrado na Klan”; Steven Spielberg provou que continua sendo o mestre do cinemão hollywoodiano com o ótimo “Jogador Nº 1”; se não fosse por certo filme na nossa lista, o preciso “Um Lugar Silencioso” seria o destaque do terror em 2018; os brasileiros Marco Dutra e Juliana Rojas provaram que sabemos misturar gêneros com coerência e ousadia em “As Boas Maneiras”; e o tocante “Paddington 2” mostrou que é possível ser uma encantadora fábula infantil e uma importante história sobre imigração ao mesmo tempo.
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Cinema
Por um Cinema de ocupação
Rua Augusta 1029, documentário curta-metragem registra os momentos iniciais de uma ocupação. Gravada em 2015 no ato Abril Vermelho em que 6 mil famílias ocuparam 18 prédios sem função social na cidade de São Paulo.
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5 anos atrásem
03/11/20
Por André Okuma
Em 1968 durante as filmagens de “O Bandido da Luz Vermelha” Sganzerla, diretor do filme, escreveu um manifesto chamado “Cinema-fora-da-lei”, no qual seu trecho final dizia:
“O ponto de partida de nossos filmes deve ser a instabilidade do cinema – como também da nossa sociedade, da nossa estética, dos nossos amores e do nosso sono. Por isso, a câmara é indecisa; o som fugidio; os personagens medrosos. Nesse País tudo é possível e por isso o filme pode explodir a qualquer momento.”
(Rogério Sganzerla)
Passados mais de meio século depois muita coisa aconteceu, tanto no cinema como na história política do país. Entretanto, o Brasil atual de certa forma, é um eco cacofônico daquele fatídico 1968, não por acaso, a citação acima ainda faz sentido mesmo depois de 52 anos, e com a exceção dos “personagens medrosos”, o documentário de Mirrah Iañez é a incontestável prova da atualidade do manifesto de Sganzerla. “Rua Augusta, 1049” é um cinema-fora-da-lei, instável como nossa sociedade na iminência (e da necessidade) de explodir pra não “sobrar quem estiver de sapato”i.
O filme nos mostra os primeiros momentos de uma ocupação por famílias em um prédio abandonado no centro de São Paulo, lutam contra o tempo enquanto a polícia vai cercando o local. No escuro a câmera tateia o espaço, registra os procedimentos iniciais e atua também como mecanismo de proteção contra as arbitrariedades da polícia, os sons desencontrados nos inserem na tensão do momento, cinema e ativismo se fundem em uma imagem imprecisa e cirurgicamente potente, pois, ao mostrar pouco, revela muito.
Na urgência da luta por moradia, a câmera de Mirrah ocupa politicamente não só este ato, mas o próprio cinema, em crise, em muitos casos vazio e elitizado, a imagem em movimento e sons estabelecem aqui a sua função social, não que o cinema deva necessariamente ter essa função, mas estes tempos exigem, assim como o déficit de moradia diante de tantos prédios abandonados exige a ação e questionamento por parte dos movimentos de luta por moradia.
“Rua Augusta 1049”, portanto, como um cinema de ocupação, se realiza na necessidade, no ato político de questionamento do status quo, na luta por justiça social, na coletividade, na coragem e na ousadia de pensar um novo mundo comprometido com a luta de trabalhadores, antifascista e anticapitalista.
Porém sem ser panfletário, ancorado não no discurso retórico mas na dialética das relações de afeto entre pessoas de luta, que para além de números estatísticos e narrativas espetaculares, mostra um cinema feito por nós, para nós, sem hesitar. Em um dos diálogos do filme:
-O meu olho tá doendo – diz um menino pré-adolescente depois de ter inalado gás de pimenta.
-Isso aí é normal, A nossa luta é isso aí. – diz sua mãe enquanto estende a bandeira da F.L.M.
-Eu sei. – responde o menino ajudando a mãe a amarrar a bandeira.
No último plano do filme, quase despercebido, numa irônica coincidência, uma revista Exame perdida na entrada do prédio cuja capa fala sobre especulação imobiliária é endereçada a Delfim Netto no endereço da ocupação, Rua Augusta 1029. Delfim, é importante lembrar, foi dentre outras coisas ministro da economia durante a ditadura militar (em 1968 enquanto Sganzerla escrevia seu manifesto e participou da criação do AI-5) e é sua a célebre frase “fazer o bolo crescer para depois dividi-lo”, uma ironia aguda demais que coroa o acaso e a relevância de um filme feito literalmente na guerrilha em uma sociedade que não divide apartamentos abandonados com quem não tem onde morar numa cidade que cresceu mais do que um bolo superfermentado.
Quem não luta, tá morto!
Sobre o filme:
Rua Augusta, 1029 (2019)
Sinopse: Na madrugada de 13 de Abril de 2015, 6 mil famílias ocuparam 18 prédios sem função social. O Ato, ABRIL VERMELHO, serviu para atentar o governo sobre a falta de vontade política para sanar os problemas de habitação.
Brasil (SP) | 10 min. | Documentário | 14 anos
com: F.LM.
direção e fotografia: M.I.
som: A.T.
montagem: E.L.
cartaz: G.M.E.
O filme pode ser visto no link: https://www.cinefestgatopreto.com.br/ entre os dia 03 e 07 de novembro
i Diálogo do filme “Bandido da Luz Vermelha” (1968)
André Okuma é mestre em História da Arte pela UNIFESP, faz filmes independentes, é arte-educador e mora em Guarulhos-S
Cinema
As caminhadas do curta-metragem
Peripatético, curta-metragem de 2017, é um dos mais emblemáticos filmes para se perceber o novo caminhar do cinema no Brasil. Até o dia 19 de outubro estará disponível para ver gratuitamente em uma Mostra online de Cinema Brasileiro Contemporâneo no site do Itaú Cultural.
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5 anos atrásem
19/10/20
Por André Okuma | Jornalistas Livres
O curta-metragem é um formato enxuto em diversos sentidos e sua viabilização não depende fundamentalmente de leis de fomento e patrocínios (ainda que sejam absolutamente importantes), como ocorre com os longas-metragens de maneira geral. O curta em sua essência é um produto audiovisual menos burocrático, em que o realizador possui maior liberdade de experimentação artística e produtiva, não precisando necessariamente de grandes recursos, o que consequentemente propicia ao filme de curta duração a possibilidade de ser um grande laboratório de pesquisa e experimentação de linguagens e poéticas.
Sem dúvida, este formato, principalmente com o advento do digital, é uma espécie de espaço privilegiado para se perceber o que pode ser o futuro do Cinema, seja no surgimento de novas possibilidades de linguagem, de produção e principalmente de novos cineastas.
Paralelamente, com o surgimento de oficinas e cursos livres de cinema digital, alguns deles em territórios descentralizados durante a última década, principalmente na cidade de São Paulo, é possível perceber um aumento significativo de cineastas periféricos e com narrativas para além das até então difundidas pelo cinema hegemônico.
Novos corpos e novas perspectivas periféricas desvelaram-se simultaneamente às lutas identitárias, sejam de pretos, mulheres, indígenas e LGBTQIA+ entre outros. Inevitavelmente a produção audiovisual recente se insere nesta perspectiva, principalmente o curta-metragem, dada a sua acessibilidade.
Sendo assim, ao seguir o caminhar do cinema através dos filmes curta-metragem que vem se destacando nos últimos anos, podemos entender e refletir sobre o cinema, e sobretudo a sociedade contemporânea.
E agora neste momento de pandemia e desmonte de instituições e políticas públicas audiovisuais em que o cinema tem sido drasticamente afetado, paradoxalmente, graças a uma série de Mostras e Festivais de Cinema realizadas de forma online, é possível ver de casa o que há de melhor do universo dos curtas-metragens enquanto propostas e respiros de outros possíveis cinemas na iminência de um futuro incerto.
Neste contexto tão atípico, portanto, é possível ver “Peripatético”, curta-metragem de ficção vencedor de diversos prêmios na época de seu lançamento, incluindo o Festival de Brasília em 2018. “Peripatético” de alguma forma é um exemplo bastante relevante das colocações acima, apresentando um cinema contra hegemônico, dirigido por Jéssica Queiroz, uma mulher preta e periférica, gravado na Zona Leste de São Paulo com personagens diretamente conectados a este lugar de fala. Um olhar desatento poderia deixar passar a relevância e transgressão disto, pois, se antes a periferia era retratada sempre pelo olhar de um diretor homem heteronormativo branco de classe média, aqui se abre uma fresta para um novo ponto de vista, de baixo para cima e de dentro para fora.
O resultado é um filme bastante vigoroso ao retratar temas já bastante abordados nas artes e no cinema em outros momento, como a passagem da adolescência para a vida adulta, o mundo do trabalho, as desigualdades sociais e o racismo.
Entretanto, Jéssica Queiroz propõe um outro imaginário sobre a periferia, colocando em xeque o clichê da periferia suja, violenta, de tons ora azulados ora pastéis, com faces cheias de dor, sofrimento e melodrama. “Peripatético”, ao contar a história de três jovens amigos moradores da periferia e seus planos e medos para o futuro, apresenta uma periferia pop com uma fotografia iluminada e cheia de cor, com diálogos cheios de referências a animes japoneses, “Ilha das Flores”, banalidades e reflexões existenciais, tudo ritmado por uma edição bastante dinâmica, porém, sem deixar de lado temas como a violência, a desigualdade social e o racismo, o que muda é a maneira como isto é tratado.
Há uma inventividade lúdica no filme que surpreende a cada cena, desde graffitis animados em diálogo com os pensamentos em voice over da personagem sobre o trabalho, a explicação da meritocracia mostrando nadadores e não nadadores em uma piscina competindo e a cena da abordagem policial violenta encenada por crianças brincando de polícia e ladrão. Jéssica consegue em suas alegorias, mesmo não explicitando a violência e o sofrimento, potencializar imagens carregadas de crítica e afeto que transbordam um “real” que encontra identificação instantânea com quem também vive em regiões periféricas, coisa que filmes como “Cidade de Deus” e “Tropa de Elite”, por exemplo, não atingem nem de longe.
“Peripatético” não é o primeiro e nem o único filme que traz estas questões, mas é um dos mais relevantes ao trazer um frescor narrativo em contrafluxo do até então cinema tradicional (branco de classe média) produzido até aqui, sem deixar de ser popular e muito menos de ignorar as questões que atravessam seu contexto.
Se no filme, no qual jovens entram na fase adulta cheio de incertezas, o cinema brasileiro em crise entra também em uma nova fase. Creio que uma saída possível é caminhar junto com essa nova geração, observando-os e (re) aprendendo com elas e eles, e assim, será possível amadurecermos enquanto cinema e sociedade.
Sobre o filme:
Peripatético (2017)
Sinopse: Simone, Thiana e Michel são jovens moradores da periferia de São Paulo. Simone procura o primeiro emprego, Thiana tenta passar no vestibular de medicina e Michel ainda não sabe o que fazer. Em meio às demandas do início da fase adulta, um acontecimento histórico em maio de 2006 na cidade de São Paulo muda o rumo de suas vidas para sempre.
Brasil (SP) | 15 min. | Ficção | 12 anos
Direção: Jessica Queiroz
Roteiro: Ananda Radhika Meron
Produção: Bia Medina, Nayana Ferreira
Fotografia: Luiz Augusto Moura
Direção de Arte: Dicezar Leandro
Animação: Ananda Radhika Meron, Renato Pereira Sousa
Montagem: Ana Julia Travia
O filme pode ser visto no link: https://www.itaucultural.org.br/secoes/videos/peripatetico-mostra-projecoes-cinema-brasileiro-contemporaneo-2 disponível até o dia 19/10/2020. Ou neste outro link (SescTv): https://sesctv.org.br/programas-e-series/curtas-juventudes/?mediaId=253f65d33ea37cab831d0650bcee3dff
Mais informações sobre a mostra em https://www.itaucultural.org.br/mostra-online-apresenta-producoes-cinema-brasileiro
André Okuma é mestre em História da Arte pela UNIFESP, faz filmes independentes, é arte-educador e mora em Guarulhos-SP
Mais do autor:
https://jornalistaslivres.org/perifericu-no-centro-do-cinema-brasileiro/
Cinema
O encantado cinema indígena contemporâneo
Mãtãnãg, a encantada é um curta-metragem de animação produzida pelo povo Maxakali, e vem se destacando no circuitos de festivais de cinema. Ele está online até o dia 15 na Mostra Cine Flecha de cinema indígena contemporâneo.
Publicadoo
5 anos atrásem
12/10/20
Por André Okuma | Jornalistas Livres
Ao mesmo tempo em que, neste contexto de pandemia, muitos projetos culturais e artísticos tenham sido paralisados, no circuito audiovisual diversas Mostras e Festivais de Cinema optaram por realizar suas edições de forma online, permitindo que filmes restritos a eventos locais pudessem ser vistos de qualquer parte do mundo.
Neste cenário atípico, e como nunca antes, é possível assistir muitos curtas-metragens (formato pouco comum em plataformas on demand) inéditos e recentes, que oferecem em geral uma maior ousadia e algum frescor em experimentações de linguagem e técnica, além de visibilizar produções independentes e marginais com outras narrativas além das até então difundidas pelo cinema hegemônico.
Atualmente, o cinema no Brasil vem também passando por processo de transformação no qual, o cinema negro, feminista, LGBTQIA+ e periférico vem ganhando (a partir de muita luta) cada vez mais espaço, e neste bojo, o cinema indígena contemporâneo.
Se este cinema de guerrilha, mais identitário e político é ainda uma vertente do cenário audiovisual brasileiro que orbita nas margens do “mainstream”, o cinema indígena está ainda mais à margem, ao mesmo tempo em que, desde o revolucionário projeto “Vídeo nas Aldeias” idealizado pelo indigenista Vincent Carelli lá em 1986, a produção cinematográfica de nossos povos originários cresceu de maneira exponencial, mas ainda que circulado apenas em espaços restritos a filmes etnográficos.

É sob esta perspectiva que está em cartaz a 1ª Mostra Cine Flecha, exibido na plataforma VideoCamp e que está disponível gratuitamente até o dia 15 e outubro. Nela é possível ver 25 filmes brasileiros e 1 boliviano. Dentre eles, a animação “Mãtãnãg, a encantada”.
O curta narra uma história tradicional do povo indígena Maxakali situado no município de Ladainha (MG) que, mesmo tendo contato com os brancos por séculos, tentam preservar sua cultura mantendo sua língua e sua cosmologia, e já há alguns anos, utilizam o cinema como ferramenta para tal.
Animação no Cinema Indígena
A animação, fruto de uma oficina, foi roteirizada e ilustrada pelos próprios indígenas, a direção é de Shawara Maxakali e Charles Bicalho, este último não é um Maxakali mas é um parceiro deles há décadas, e foi o mediador entre o projeto dos Maxakali e editais de fomento.
Outra característica importante sobre o curta é que ele é todo falado em Maxakali com legendas em português. O filme retrata a história da índia Mãtãnãg, que segue o espírito de seu marido, morto por uma picada de cobra, até a aldeia dos mortos. Nesta jornada eles superam os obstáculos que separam o mundo terreno do mundo dos Yãmiy (dos espíritos).
Entre cantos que evocam essa história e a mistura de desenhos de cada participante, a animação nos faz imergir em um universo onírico e novo, de outra temporalidade, outras noções de narrativa a partir de outras percepções de mundo.
Em uma negociação entre tradição e modernidade, os Maxakali se conectam com sua cultura, se afirmando e fortalecendo seus laços enquanto povo, corroborando com a afirmação de Krenak em seu livro “Ideias para adiar o fim do mundo”:
“Se as pessoas não tiverem vínculos profundos com sua memória ancestral, com as referências que dão sustentação a uma identidade, vão ficar loucas neste mundo maluco que compartilhamos (…) E a minha provocação sobre adiar o fim do mundo é exatamente sempre poder contar mais uma história. Se pudermos fazer isso, estaremos adiando o fim”.
(Ailton Krenak)
Adiando o fim do mundo, os Maxakali mostram uma animação naturalmente decolonial, difícil de descrever de maneira eficiente em palavras “coloniais”. Tem que assistir, assim como os outros filmes que compõem esta mostra imperdível. E ainda parafraseando e citando Krenak, Filmar, “Cantar, dançar e viver a experiência mágica de suspender o céu é comum em muitas tradições. Suspender o céu é ampliar o nosso horizonte; não o horizonte prospectivo, mas um existencial”.
Mais relevante politicamente do que isso, neste momento em que territórios indígenas e tribos estão sendo dizimados enquanto o Brasil arde em chamas, só a destituição deste governo.
Sobre o filme:
Mãtãnãg, a Encantada (2019)
Sinopse: Mãtãnãg, a Encantada acompanha a trajetória da índia Mãtãnãg, que segue o espírito de seu marido, morto por uma picada de cobra, até a aldeia dos mortos. Juntos eles superam os obstáculos que separam o mundo terreno do mundo espiritual.
Brasil (SP) | 14 min. | Animação | Livre
Direção: Shawara Maxakali e Charles Bicalho
Pesquisa e Roteiro: Pajé Totó Maxakali Charles Bicalho
Produção: Charles Bicalho, Cláudia Alves, Marcos Henrique Coelho
Tradução: Charles Bicalho, Isael Maxakali, Sueli Maxakali
Consultoria Cultural: Isael Maxakali, Sueli Maxakali
Direção de animação: Jackson Abacatu; Ilustração: Alexandre Maxakali, Ariston Maxakali, Cassiano Maxakali, Eliana Maxakali, Erismar Maxakali, Evaldo Maxakali, Gerente Maxakali, Mamei Maxakali, Marcinho Maxakali, Marco Maxakali, Paulinho Maxakali, Shawara Maxakali
Montagem: Charles Bicalho, Jackson Abacatu, Marcos Henrique Coelho
O filme pode ser visto no link: https://www.videocamp.com/pt/campaigns/539?playlist_id=88
disponível até o dia 15/10/2020.Mais informações sobre a mostra em https://www.videocamp.com/pt/playlists/mostra-cineflecha
André Okuma é mestre em História da Arte pela UNIFESP, faz filmes independentes, é arte-educador e mora em Guarulhos-SP
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Karina
21/12/18 at 19:44
Gente, que fofo Benzinho. Como sou uma atual mãe e ex-handeboleira quero muito ver!
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