Um ato pacífico sofreu repressão pela Polícia Militar de Minas Gerais na manhã de hoje, 29/01, em um trecho do anel rodoviário de Belo Horizonte. Centenas de habitantes das ocupações William Rosa, Marião e Prof. Fábio Alves manifestavam em solidariedade às vítimas de Brumadinho e pelo seu direito à moradia. Pelo menos duas pessoas foram detidas.
Os movimentos reivindicavam a continuidade das negociações com o governo do Estado e opunham-se ao despejo iminente das famílias que vivem na Ocupação Prof. Fábio Alves, localizada na região do Barreiro. No decorrer do protesto, a vereadora Bella Gonçalves e sua equipe chegaram ao ato e ajudaram a mediar um acordo dos moradores com a polícia para a liberação das pistas. “A nossa função era garantir um canal de comunicação e evitar qualquer tipo de violência. Se essa comunicação existisse, a manifestação nem sequer teria acontecido”.
Logo antes de decidirem dispersar, a PM lançou bombas de fumaça e disparou balas de borracha contra a multidão, prendendo dois jovens. Um policial chegou a ameaçar a vereadora e sua equipe, detendo sua identidade funcional e uma câmera fotográfica que registrou cenas de violência por parte da corporação militar. Gonçalves afirma que calcula acionar o Ministério Público contra a Polícia Militar, cuja ação segundo ela foi comandada pelo Tenente Coronel Domiciano. “Moradia tem que ser entendida como uma questão social, não coisa de polícia” concluiu Gonçalves.