Mônica Cunha: “Witzel deixa Favela sem água enquanto faz populismo barato na TV”

Ativista denuncia falta de água em Favela durante crise de infecção do Coronavírus / Foto: Caio Oliveira
Mônica Cunha denuncia falta de água em Favela durante crise de infecção provocada pelo novo do Coronavírus / Foto: Caio Oliveira

A televisão não para de informar que levar as mãos é a medida mais eficiente contra a infecção provocada pelo novo coronavírus. Hoje é o Dia Mundial da Água, mas a metade do Morro da Providência,  no Rio de Janeiro, está sem o líquido há mais de 10 dias. O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, deixa a favela sem água enquanto faz falas populistas e polariza com Bolsonaro na TV. 

 

A Providência é um dos pontos de maior aglomeração da capital. Uma favela localizada no centro. Agora eu pergunto para você: como deter a proliferação do Coronavírus na cidade se o governador não toma nenhuma medida urgente sobre essa necessidade básica?

 

O cara tá gravando vídeo repetindo como uma vitrola quebrada que o povo precisa lavar as mãos, mas não se ocupa em fiscalizar se os pontos de maior aglomeração da cidade estão com o abastecimento de água. 

 

Instagram Jornalistas Livres: Morador denuncia falta de água na Favela da Providência 

 

Lido diariamente com mães vítimas de violência do Estado, que perderam (como eu perdi) seus filhos em mortes violentas, umas com seus filhos ou maridos presos no sistema socioeducativo e no sistema carcerário. Essas mulheres, em sua maioria negras, desenvolveram doenças crônicas por toda dor e sofrimento que passam.

 

Há milhares de mulheres que estão longe da realidade que o governador pinta na televisão. Elas não podem ficar de quarentena porque trabalham em supermercados, são diaristas, empregadas domésticas ou trabalham na rua informalmente tentando ganhar o alimento para quem está dentro de casa. Barracos, muitas vezes, com apenas um cômodo para abrigar uma família inteira.

 

Se no centro do Rio de Janeiro encontramos esse tipo de situação, imagine em lugares do Brasil onde as condições de vida são ainda mais precárias… Vivemos um período de urgência e nós, mulheres negras, não temos tempo para o populismo barato de um governador cruel, vaidoso e descompromissado com as necessidades reais de quem está na linha de frente dessa crise.

 

É urgente que o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, cuide para que o abastecimento de água nas favelas e periferias aconteça. Não tem como pedir quarentena para o povo sem entregar uma cesta básica com alimentos e materiais de limpeza.

 

O racismo desse Estado não vai nos matar sem que haja resistência. Mais uma vez a população negra sofre em dobro. O governo do Estado do Rio de Janeiro está lavando as mãos para nós, mas não fará isso com o nosso silêncio. 

 

*Mônica Cunha é Fundadora do Movimento Moleque e Coordenadora da Comissão de Direitos Humanos da Alerj 

Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Jornalistas Livres

COMENTÁRIOS

2 respostas

  1. Witzel não tem medido esforços para ajudar a população no cumprimento da quarentena, inúmeros projetos e investimentos já foram feitos. O povo tem q fazer sua parte e seguir o isolamento também, caso contrário não vai adiantar nada ter parado com quase tudo.

  2. CARA DE PAU Esse LUIS acima, Ñ tem medido Esforços? Cara De Pau
    Deixa O Povo se contaminar c a agua, perdoa AS MULTAS da RICA EMPRESA Q A DISTRIBUI MAL E PORCAMENTE, DEPOIS CORTA a agua BEM QDO COMEÇA A PANDEMIA, Deixa Montes de Navios Turísticos despejarem TURISTAS EUROPEUS E TRANCA O POVO EM CASA,
    Eu to careca de aviisar Q No Parana tem 3 fabricas dsd iniciio MARÇO oferecendo RESPIRADORES DE 300R$ a 1000R$ e ainda doam a mão d obra, l paga 190MIL M CADA APARELHO P AGRADAR A CHINA COMUNISTA Q Escravisa seu POVO E EXPLORA Nossas riquesas, nosso meio ambiiente.

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